domingo, 16 de fevereiro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre Marítimo e Paços de Ferreira

Pepe e Manduca, que viriam a jogar por FC Porto e Benfica
Não é que Paços de Ferreira e Marítimo protagonizem um clássico do futebol português ou que se tenham defrontado numa final, mas a 13 de setembro de 2003 um jogo entre ambas as equipas na Mata Real teve condimentos especiais.


A começar, pelo facto de o homem que se sentou no banco dos pacenses ser o atual treinador dos madeirenses, José Gomes, que na altura se estreava como treinador principal após experiências como adjunto e preparador físico no Paços, Sp. Covilhã, Gil Vicente e Benfica. E não estava a ser propriamente um arranque de carreira auspicioso, pois os castores sofreriam aí a terceira derrota em quatro jogos no campeonato.

Se o Paços perdeu, o Marítimo continuou 100 por cento vitorioso, saindo da 4.ª jornada com 12 pontos somados em 12 possíveis, fruto de quatro vitórias... por 1-0. Depois dos triunfos nos Barreiros diante de Beira-Mar e Rio Ave e da vitória em Alverca, a formação orientada por Manuel Cajuda sorriu na Mata Real.

Esse era um Marítimo forte da defesa ao ataque, com o brasileiro Marcos na baliza, uma dupla de centrais composta por Pepe e Van der Gaag, o ex-portista Chaínho na sala de máquinas do meio-campo e os irreverentes Alan e Danny no apoio ao ponta de lança goleador Gaúcho.

O Paços acabaria por descer de divisão nessa temporada, mas também tinha alguns talentos, como os centrais Cadú e Geraldo (irmão de Bruno Alves), o médio defensivo Beto, o médio ofensivo Manduca e o irrequieto extremo Zé Manel.


Relativamente a esse encontro, os madeirenses marcaram o único golo do encontro aos 65 minutos, por Alan, que apareceu livre de marcação pela direita após passe de Danny e bateu o guarda-redes pacense Beto.

“Alan que se faz tarde. O Marítimo venceu o Paços de Ferreira na Mata Real e continua líder-surpresa do campeonato. Num jogo sem atrativos, os visitantes foram mais determinados e acabaram por vencer um adversário em crise”, resumiu o jornal O Jogo no título e na entrada da crónica.

“Um pontapé certeiro de Alan bastou para o Marítimo manter a liderança do campeonato frente a um Paços de Ferreira a precisar de retificações em todos os sectores. Os madeirenses somam quatro triunfos em outras tantas jornadas da Superliga e, mesmo sem mostrar atributos extraordinários, impuseram-se com uma facilidade surpreendente a um adversário em crise de identidade”, podia ler-se no corpo do texto.

















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