Embora já acompanhasse o
fenómeno futebolístico há cerca de seis anos, o primeiro jogo
entre os dois Vitórias de que tenho memória remonta a 23 de março
de 2006. O
de Setúbal recebia no Bonfim
o de Guimarães
em partida das meias-finais da Taça de Portugal, que valia não só
o bilhete para o Jamor como a presença na Taça UEFA da época
seguinte.
Os sadinos
eram os detentores do troféu e ocupavam um tranquilo sétimo lugar
na I Liga, mas nem tudo eram rosas a formação orientada por Hélio
Sousa, que viu esse jogo da bancada devido a castigo. Os
setubalenses
viviam uma crise financeira e eram notícia recorrente por salários
em atraso. Da equipa que tinha vencido a Taça na época anterior,
tinham saído Moretto
(Benfica), Éder (U. Leiria), Hugo Alcântara (Académica), Jorginho
(FC Porto), Meyong
(Belenenses),
só para citar habituais titulares, e já nessa temporada tinham
deixado o Bonfim
os recém-contratados Tchomogo (Baniyas), Dembélé (Standard Liège)
e José Fonte (Benfica).
Do outro lado estava um
Vitória
de Guimarães comandado por Vítor Pontes e que tinha vencido os
dois jogos frente ao Vitória
de Setúbal para o campeonato: 1-0 no Bonfim
e 4-0 no Minho. Os vimaranenses tinham indiscutivelmente jogadores de
grande qualidade, entre os quais o guarda-redes brasileiro Nilson,
que permaneceu sete épocas no D. Afonso Henriques; o central
Geromel, que haveria de se tornar internacional brasileiro; o
ex-lateral esquerdo sportinguista Paíto; o central/médio defensivo
Cléber, na sexta época no clube; o médio ofensivo internacional
português Neca; o médio ofensivo internacional tunisino Selim
Benachour; o médio ofensivo brasileiro Wesley, que vinha de duas
grandes temporadas ao serviço do Penafiel; o avançado internacional
polaco Marek Saganowski; o ex-avançado do Belenenses e internacional
gabonês Henri Antchouet; e o ex-goleador da Académica e
internacional moçambicano Dário. Porém, essa equipa ocupava os
últimos lugares da tabela classificativa e acabou por descer de
divisão. Diria mesmo que aquele plantel terá sido um dos melhores
de sempre a ser despromovido em Portugal.
O jogo entre os dois
Vitórias foi equilibrado de início ao fim. Não só no final dos 90
minutos como ao intervalo do prolongamento registava-se um nulo no
marcador. Porém, os golos apareceram na segunda parte do tempo
extra. Saganowski abriu o ativo para os
de Guimarães aos 110 minutos, de cabeça, na resposta a um livre
lateral de Paulo Sérgio. No entanto, os
de Setúbal empataram praticamente no último suspiro, com Auri a
atirar para o fundo das redes uma bola perdida na área vimaranense
(119').
Depois de uma igualdade
no final dos 120 minutos, seguiu-se um emocionante desempate por
penáltis no qual brilhou o recém-contratado guarda-redes dos
sadinos,
o brasileiro Rubinho, recrutado ao Corinthians. Esse desempate
constitui mesmo a minha principal memória deste jogo e foi vencido
por 3-2 pelos verde
e brancos, depois de Rubinho ter defendido a grande penalidade
decisiva, apontada por Paulo Sérgio.
“Parecia um filme já
visto. O confronto entre Setúbal
e Guimarães
foi uma fotocópia quase fiel do que se passou na outra meia-final no
Dragão [na qual o FC Porto eliminou o Sporting nos penáltis]. A
única diferença: as grandes penalidades que foram falhadas (cinco
no total) até se encontrar o adversário do FC Porto. O Vitória
de Setúbal, que foi mais certeiro na roleta, vai ao Jamor
defender o troféu conquistado na época passada frente ao Benfica.
Ao Guimarães,
que há 18 anos não consegue chegar ao jogo decisivo da Taça,
resta-lhe agora lutar pela permanência na Liga”, escreveu o Diário
de Notícias no dia seguinte.
eu ja via estes vitorias e nao me lembro de alguns jogadores vendo estas fichas por exemplo no vitoria de setubal nao me lembro de dembele , pedro oliveira e adalto e no vitoria de guimaraes nao me lembro do victor moreno .
ResponderEliminar.
O Dembelé é hoje adjunto do Sérgio Conceição no FC Porto. Lembro-me que, quando foi apresentado no Vitória, o então presidente Chumbita Nunes disse qualquer coisa como "espero que seja tão bom como o Makelelé", devido às semelhanças do nome e de serem ambos médios defensivos.
EliminarO Pedro Oliveira era uma espécie de promessa adiada. Era uma presença habitual nas seleções jovens, incluindo a de sub-21, e pertenceu aos quadros do FC Porto, mas andou de empréstimo em empréstimo e nunca se afirmou. O mais perto que esteve de se afirmar foi precisamente em Setúbal, mas só na segunda época, depois de vários jogadores da posições mais ofensivas terem deixado o clube.
O Adalto era um lateral um pouco... gordinho. Lembro-me de reparar nisso, porque na altura falava-se muito em salários em atraso.
O Vítor Moreno lembro-me dele ainda no Barreirense. Se não estou em erro, foi um extremo convertido em lateral e médio. Fez boas épocas no Estrela da Amadora.