Promovido à I Liga por decisão da direção da Liga Portugal em virtude de se encontrar em segundo lugar da II Liga à data da suspensão dos campeonatos, o Farense está de regresso ao patamar maior do futebol
português, onde não marcava presença desde 2001-02.
Fundado a 1 de abril de 1910, o emblema algarvio já participou por 23 vezes na I Divisão,
registo que o coloca entre os 20 clubes com mais presenças. As primeiras
remontam à década de 1970, mas foi nos anos 1990 que os leões de Faro mais
marca deixaram no principal escalão, tendo alcançado o quinto lugar em 1994-95
e a sexta posição em 1991-92 e 1992-93. Essas façanhas fizeram parte de uma passagem
de 12 épocas consecutivas entre os grandes.
Numa altura em que se fala muito
do presente e do futuro do clube, mas também se lembra o passado, vale a pena
recordar os dez futebolistas com mais jogos pelo Farense na I Divisão.
10. Marco Nuno (155 jogos)
Marco Nuno |
Algarvio natural de Monte Gordo,
foi formado e lançou-se no futebol sénior ao serviço do Lusitano VRSA. Depois
de duas épocas na antiga III Divisão mudou-se para o Farense, onde nunca foi
propriamente um titular indiscutível, embora tenha permanecido no clube ao
longo de seis temporadas. Logo no ano de estreia, esteve na célebre
eliminatória da Taça UEFA com os franceses do Lyon.
Os leões de Faro chegaram a
vender o passe do extremo ao empresário Manuel Barbosa por 60 mil contos (cerca
de 300 mil euros) no verão de 1999, mas depois de algum tempo a treinar sozinho
voltou ao S. Luís.
Na memória dos adeptos ficam
alguns dos 18 golos que apontou no campeonato, entre os quais dois ao Benfica e
um que ajudou a bater o Sporting em janeiro de 2001, na última época de Marco
Nuno no Farense. Depois, transferiu-se para o Gil Vicente.
9. Pitico (157 jogos)
Pitico |
Pescado nos brasileiros do São
José em 1988 pelo então treinador José Augusto, não evitou a despromoção na
época de estreia, mas foi uma peça importante no regresso à I Divisão e na
campanha até à final da Taça de Portugal na temporada seguinte.
Seguiram-se quatro anos em que
este médio/extremo ajudou o Farense a consolidar-se no patamar maior do futebol
português. Embora o seu futebol tivesse encantado emblemas mais poderosos, como
o Sporting e o Benfica, a transferência para um dos grandes de Lisboa nunca se
concretizou. “O presidente [do Sporting] era Sousa Cintra e já tínhamos tudo
acertado, mas no Farense as pessoas diziam que era impossível sair do clube.
Não tinham como explicar a saída”, contou
ao DN em fevereiro de 2008.
Acabou por deixar o clube 1994,
após ter entrado em rutura com a direção, mas continuou em Portugal. Primeiro
no Beira-Mar, depois nos também algarvios do Imortal e Olhanense. Regressou aos
leões de Faro em 2014-15 para orientar a equipa B, numa altura em que jogava no
São Marcos, nos distritais de Beja.
8. Sérgio Duarte (171 jogos)
Sérgio Duarte |
Tal como Pitico, também aterrou
em Faro no verão de 1988, depois de ter deixado o Nacional de Manaus, mas
permaneceu mais uma época no clube.
Central/médio defensivo, foi
sempre titular indiscutível nas seis épocas que passou no Farense e foi peça
importante tanto na caminhada até à final da Taça em 1989-90 como na promoção e
na consolidação da equipa na I Divisão, despedindo-se em 1995 com a
qualificação para a Taça UEFA. Depois transferiu-se para o Boavista, clube pelo
qual ganhou uma Taça de Portugal.
Na memória dos adeptos fica o
golo solitário que deu uma vitória sobre o Sporting em dezembro de 1988. “Quando
as outras equipas vinham a nossa casa já sabiam que ia ser muito complicado.
Lembro-me de muito poucas derrotas em casa. Havia uma união muito grande entre
a equipa e os adeptos, o estádio estava quase sempre cheio. Fazíamos com que a
torcida jogasse connosco. Mesmo quando não jogávamos bem, notava-se o empenho.
A nossa equipa tinha jogadores que criaram uma identidade muito forte com o
clube e com a cidade, mesmo quem era de fora, como eu”, recordou numa entrevista
a um blogue alusivo ao Farense, em 2015.
Djukic |
7. Milonja Djukic (180 jogos)
Possante avançado jugoslavo
contratado aos turcos do Trabzonspor em 1991, não era propriamente um goleador,
mas ainda assim foi importante para a consolidação do Farense na I Liga durante
a década de 1990.
Em sete temporadas no São Luís,
apontou 31 golos, todos no campeonato, entre os quais um num empate em Alvalade
diante do Sporting em janeiro de 1995 e o golo solitário numa vitória em casa
sobre o Rio Ave que evitou a despromoção à II Liga em 1997-98.
6. Luizão (186 jogos)
Luizão |
Central nascido no Rio de
Janeiro, chegou ao São Luís em 1986 oriundo do Fluminense e passou oito
temporadas no Farense: sete na I Divisão, a outra marcada pela promoção ao
primeiro escalão e pela caminhada até à final da Taça de Portugal.
“Chegar à final da Taça foi bom
para toda a gente, menos para mim que não joguei! Fiz o percurso todo e mais
uma vez, depois de roer os ossos, os outros é que ficaram com o filé mignon”, afirmou a
um blogue alusivo aos leões de Faro em 2016.
“Tenho um carinho muito grande
por Faro, pelos farenses, pelo Algarve. Foi o clube que me marcou, onde passei
grandes momentos, grandes êxitos, grandes vitórias, grandes conquistas”,
referiu o antigo central, que deixou o Farense em 1994 para assinar pelo União
da Madeira.
Na memória dos adeptos ficou o
golo que marcou num empate com o Benfica no antigo Estádio da Luz, em abril de
1992.
5. Eugénio (197 jogos)
Eugénio |
Histórico lateral direito do
Farense, teve duas passagens pelo clube. A primeira entre 1988-89 e 1991-92,
com direito a descida, subida e ida ao Jamor. A segunda entre 1995-96 e 1999-00,
com a eliminatória do Lyon na Taça UEFA e as permanências na última jornada em
1997-98 e 1999-00 como pratos fortes. Pelo meio, passou três temporadas no Sp.
Braga.
Embora fosse natural de Almada e
tivesse sido companheiro de Paulo Futre na formação do Sporting, este ex-defesa
de baixa estatura radicou-se no Algarve, onde ainda representou Olhanense e Sambrasense
antes de pendurar as botas e integrar a equipa técnica do plantel principal dos
leões de Faro.
O seu filho, Pedro Eugénio, passou
pela formação do Farense e representou a equipa sénior em 2011-12 e 2013-14.
4. Hassan (202 jogos)
Hassan |
Muito provavelmente a maior
figura de sempre do Farense. Pelo menos é, de longe, o melhor marcador de
sempre dos algarvios na I Divisão, com 87 golos, mais do dobro do segundo da
lista, o brasileiro Mirobaldo.
Este goleador marroquino teve
duas passagens pelo São Luís. A primeira entre 1992 e 1995, depois de ter
passado pelo WAC, do seu país, e pelos espanhóis do Maiorca. Na última época,
em 1994-95, apontou 21 golos no campeonato, sagrou-se melhor marcador da
competição e ajudou o conjunto então orientado por Paco Fortes a alcançar o
sexto lugar no campeonato e consequentemente a apurar-se para a Taça UEFA. Pelo
meio marcou presença no Mundial dos Estados Unidos, em 1994, tendo marcado um
golo à Holanda.
“No ano em que fui o melhor
marcador do campeonato, com 21 golos, foi um grande ano. Chegámos à Europa, foi
uma época histórica, e foi um grande orgulho ganhar na luta com os avançados
dos grandes, que tinham muito mais condições para marcar golos do que eu”,
lembrou, em
entrevista a um blogue alusivo ao Farense em fevereiro de 2014.
Após três boas épocas em Faro,
deu o salto para o Benfica, clube pelo qual não conseguiu ser tão afirmativo.
Depois de dois anos na Luz, regressou ao Farense para as últimas sete
temporadas da carreira, cinco das quais na I Divisão. Contribuiu, com golos, para
que os algarvios fossem adiando a despromoção à II Liga, algo que só se viria a
verificar em 2002.
Não deixou o clube quando este
esteve na II Liga e na II Divisão B e depois de pendurar as botas ainda assumiu
as funções de diretor desportivo e de treinador.
3. Miguel Serôdio (203 jogos)
Miguel Serôdio |
Defesa central/médio defensivo
natural de Albufeira, deu os primeiros passos no clube da Terra, o Imortal,
tendo dado o salto para o Olhanense em idade de júnior. Após quatro temporadas
na II Divisão, trocou Olhão pela capital do Algarve no verão de 1990. Na primeira
época pouco jogou, mas depois assumiu-se praticamente como titular indiscutível
no eixo defensivo, tendo participado nos dois sextos lugares (1991-92 e
1992-93) e na quinta posição e consequente qualificação europeia em 1994-95.
Após ajudar o Farense a apurar-se
para a Taça UEFA transferiu-se para o Boavista, onde foi pouco feliz. Do Bessa
saiu ao fim de uma época para o Salamanca, da II Liga espanhola, mas ao fim de
meio ano regressou a Faro para mais três temporadas e meia. Nesta segunda
passagem por São Luís foi menos influente, tendo perdido o estatuto de peça
fundamental.
No total, jogou pelo clube em
nove épocas, todas na I Liga. Despediu-se definitivamente em 2000, tendo
regressado ao Imortal e posteriormente jogado nos também algarvios Padernense e
Guia, na antiga II Divisão B e nos distritais, respetivamente.
Depois de pendurar as botas
voltou ao Farense para treinar a equipa de juniores entre 2006 e 2009.
2. Carlos Costa (221 jogos)
Carlos Costa |
Carlos Costa nasceu em Coimbra,
mas depressa se tornou no coimbrense mais algarvio do futebol português.
Afinal, não passou dez anos no clube, incluindo três, os últimos, nas divisões
secundárias, tendo depois assumido funções na equipa técnica – foi o primeiro
treinador após o regresso do futebol sénior e voltou anos mais tarde como
adjunto - e continuado a viver em Faro, município do qual recebeu a medalha de
ouro da cidade por mérito desportivo.
Médio polivalente, chegou ao
Farense no verão de 1995, tendo preterido o Belenenses, após se ter começado a
destacar em emblemas da região centro, nomeadamente Adémia, Lousanense,
Feirense e Beira-Mar.
Esteve na célebre eliminatória
europeia com o Lyon logo na época de estreia, mas só a partir da segunda
temporada é que estabeleceu de pedra e cal no onze dos leões de Faro. Em
1999-00 foi mesmo totalista do campeonato, tendo cumprido todos os 3060
minutos. Duas épocas depois, já com 35 anos, também disputou os 34 jogos (e
apontou sete golos), mas foi substituído aos 56 minutos de um jogo com o
Beira-Mar. Ainda assim, a melhor temporada terá sido a de 1998-99, em que
apontou oito golos e o Farense assegurou a permanência com relativa
tranquilidade.
1. Hajry (274 jogos)
Hajry |
Redouane Hajry chegou a Portugal
no verão de 1987 para reforçar o Benfica, depois de o olheiro benfiquista Peres
Bandeira ter notado nele uma capacidade técnica acima da média num Torneio de
Toulon, mas não se afirmou na Luz - embora tivesse participado na final da Taça
dos Campeões Europeus, perdida nos penáltis para o PSV - e acabou por se mudar
para o Farense na época seguinte, que até culminou na descida de divisão.
O médio ofensivo marroquino não
acompanhou os leões de Faro na II Divisão, tendo jogado uma época no União da
Madeira, mas voltaria ao São Luís em 1990/91 para dez anos seguidos na capital
do Algarve, todos na I Liga. Durante esse período, ajudou o Farense a obter honrosas
classificações na primeira metade da década e a fugir à despromoção na segunda
metade, tendo atuado os 180 minutos da eliminatória europeia com o Lyon.
“Passei parte importante da minha
vida em Portugal, cheguei ao Benfica, disputei uma final da Taça dos Campeões
Europeus... São marcos que não se esquecem. No Farense, a conquista do quinto
lugar e a ida à Taça UEFA teve o sabor de um triunfo no campeonato, atendendo à
dimensão do clube. Alegrias imensas, a ponto de não poder esquecer o país, as
pessoas…”, afirmou
ao Record em janeiro de 2000.
Já sem o fulgor de outros tempos,
terminou a carreira aos 36 anos, mas continuou no clube como treinador adjunto,
tendo até assumindo a função de técnico principal em 2002-03, quando o conjunto
algarvio disputava a II Liga.
Mais tarde voltou de forma
recreativa ao futebol em 2004-05 para representar o São Marcos, nos distritais
de Beja, juntamente com o amigo Pitico.
hassan era craque . foi craque .
ResponderEliminare sim o farense mereçe a 1 divisao , evora mereçe e as equipas que mereçem dava um livro . e o mister sergio vieira tambem mereçe . esta no caminho do senhor vitor oliveira . e tem uma boa equipa . e aquilo na taça epa foi raça da malta da serta .