Aos 33 anos, Hugo Marques vive a
melhor fase da carreira, pelo menos no futebol português. Depois de muitos anos
com poucos minutos de jogo na II Liga e na II Divisão B, passou por Angola, voltou
ao registo anterior e agora é a última barreira de um Farense
que se apresenta nesta altura como o principal candidato a subir à I Liga.
Entre as possíveis escolhas para
a baliza dos algarvios
está também o internacional português Daniel Fernandes, mas o choco, como é
conhecido pelos amigos da Póvoa do Varzim, vai justificando a titularidade a
cada jogo que passa.
Ao olhar para as exibições deste internacional
angolano nascido em Fão, o que mais salta à vista é a forma como ele domina
o espaço aéreo na área dos leões
de Faro. Incrível como sai da baliza e até da pequena aérea para fazer uso
do seu 1,93 m, do bom poder de impulsão e da capacidade para decidir o timing de salto para, em pleno ar,
agarrar a bola como se de um tesouro se tratasse.
Numa era futebolística em que os
guarda-redes egoisticamente cada vez mais se escondem na baliza para não se
exporem ao erro, a postura destemida de Hugo Marques é uma pedrada no charco.
Obviamente que também erra, mas a eficácia com que sai de entre os postes e se
movimenta num raio de ação muito mais alargado do que a esmagadora maioria dos
guardiões no futebol português é uma qualidade que faz dele um dos destaques do
Farense
de Sérgio Vieira e da II Liga.
Entre os postes não é tão
diferenciado, mas ainda assim exibe um posicionamento, um alcance de voo e uns
reflexos bastante satisfatórios.
Formado no Varzim e no FC Porto,
foi internacional português pelas seleções jovens, tendo estado presente no
Campeonato do Mundo de sub-17 em 2003 ao lado de Miguel Veloso, Manuel
Fernandes, Vieirinha
e João
Moutinho. Teve passagens por União de Lamas, Vila Meã, Gil Vicente e
Trofense, mas em 2011 rumou ao futebol angolano para representar o Kabuscorp.
Nessa altura foi companheiro de equipa do antigo craque brasileiro Rivaldo e
estreou-se pela seleção
de Angola, tendo estado entre os convocados dos palancas
negras para o CAN 2012. Após ter representado o 1º de Agosto e voltado
ao Kabuscorp, regressou a Portugal no verão de 2016 pela porta do Sp. Covilhã,
na II Liga. Porém, a pouca utilização levou-o a descer um degrau, tendo rumado
ao Farense
no ano seguinte quando os algarvios
ainda estavam no Campeonato de Portugal. Depois de ter ajudado os leões
de Faro a subir à II Liga, começou a época passada como suplente de Daniel
Fernandes, mas agarrou a titularidade em janeiro de 2019 e não mais a
largou.
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