terça-feira, 6 de agosto de 2019

A minha primeira memória de... um jogo entre FC Porto e equipas russas

Vágner Love e Jorge Costa em disputa de bola no Dragão
A minha primeira memória de um jogo entre o FC Porto e equipas russas é, na realidade, o primeiro encontro entre o FC Porto e... equipas russas, mesmo contabilizando os tempos da União Soviética. Parece mentira, mas esse duelo histórico ocorreu apenas em setembro de 2004, e opôs os dragões ao CSKA Moscovo, naquele que foi o primeiro desafio dos portistas na Liga dos Campeões após a conquista da competição em Gelsenkirchen, menos de quatro meses antes.


Em quatro meses, muito tinha mudado na Invicta. José Mourinho já não era o treinador e tinha levado Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho para o Chelsea. Pedro Mendes também rumou a Inglaterra, mas para o Tottenham. Outras unidades importantes como Nuno Valente, Maciel ou Derlei começavam a perder influência. Chegou um treinador com algum currículo em Espanha, Víctor Fernández, e jogadores com algum cartel como o lateral direito campeão europeu Seitaridis (ex-Panathinaikos), Hugo Leal (ex-PSG), Diego (ex-Santos), Quaresma (ex-Barcelona) e Luís Fabiano (ex-São Paulo), mas a transição não estava a ser de todo fácil. Tanto assim é que, entre Mourinho e Fernández, houve um treinador que nem completou a pré-época: o italiano Luigi del Neri.

A época até arrancou bem, com a vitória sobre o Benfica na Supertaça, mas seguiram-se a derrota ante o Valência na Supertaça Europeia e um empate em Braga para o campeonato. Depois veio a estreia na Champions, no Dragão, frente a um CSKA Moscovo que já não participava na prova desde 1992-93. O otimismo era grande, mas o encontro terminou empatado a zero.


Depois de uma primeira parte amorfa, a segunda foi mais animada. Hélder Postiga atirou com estrondo ao poste, mas do outro lado Ivica Olic não só também acertou no ferro como o fez por duas vezes no espaço de 30 segundos, provocando calafrios aos adeptos azuis e brancos.

“Sem fôlego para escalar uma montanha russa. O CSKA revelou-se intransponível para os campeões europeus. A defesa do título começou com um empate que deixou um sabor a pouco entre os adeptos portistas. Falta fôlego ao FC Porto e não há tempo para respirar”, escreveu o jornal O Jogo no título e na entrada da crónica do encontro.


Nessa edição da Liga dos Campeões, o FC Porto perdeu ainda mais tempo com as derrotas que se seguiram nos terrenos de Chelsea (1-3) e Paris Saint-Germain (0-2) e no empate em casa com os parisienses, mas nas duas derradeiras jornadas foi vencer à Rússia por 1-0 e bateu os londrinos no Dragão por 2-1.

Na partida de Moscovo, valeu aos portistas um golo solitário do avançado sul-africano Benni McCarthy.




















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