quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Um Farense ao estilo British

Farense tem protagonizado um início de época promissor
O Estádio de São Luís, em Faro, caracteriza-se por ter bancadas bastante próximas do relvado. Se não fosse a maior delas, a nascente, seria muito parecido aos estádios tipicamente britânicos, apelidados de caixas de fósforos. Pelas cores, poderia falar-se de semelhanças com o velhinho Craven Cottage, casa dos londrinos do Fulham.


Talvez inspirada pela paisagem ou pela massiva presença de camones no Algarve, dentro de campo a equipa orientada por Sérgio Vieira também apresenta um estilo muito british, um kick and rush herdado já dos tempos em que era Rui Duarte o timoneiro dos algarvios.

Regra geral, os leões de Faro optam por um futebol direto, dos defesas para os avançados, à procura de ganhar a primeira bola através do jogo aéreo de um dos atacantes com um outro a ficar à espreita para a segunda bola, ou do ataque à profundidade de um dos quatro homens mais adiantados do também muito britânico 4x4x2 da equipa do sul do país.

Neste início de temporada, Sérgio Vieira já experimentou ter Fabrício Simões (muito forte no futebol aéreo) como principal referência ofensiva e uma unidade mais móvel nas imediações para apanhar as sobras, casos de André Vieira ou Álvarinho.  Porém, também já colocou ao lado do experiente avançado brasileiro o nigeriano Christian Irobiso, com um perfil mais possante, para também ele ser alvo de futebol direto.

A importância dada ao aspeto físico e ao futebol aéreo também se tem feito notar nas bolas paradas. Na complicada visita ao Estoril, por exemplo, os dois golos do Farense surgiram na sequência de cantos, ambos apontados pelo lateral esquerdo Rafael Furlan. O lateral Matheus Silva e o central Luís Rocha encarregaram-se de saltar mais alto do que toda a gente colocar a bola no fundo das redes.


De resto, o conjunto algarvio caracteriza-se por tentar condicionar o início de construção do adversário, convidando-o a entrar no jogo das bolas bombeadas, quase sempre mais confortável para a turma de Faro do que para o oponente.

Depois, numa fase mais adiantada do processo defensivo, emerge a grande eficiência do duplo pivot formado por Filipe Melo e Fabrício Isidoro nas tarefas de cobertura. Por muito valor que tenha o trabalho coletivo, não é fácil de encontrar dois jogadores tão generosos na missão de bascular tantas e tantas de um lado ao outro do campo e de tapar buracos na linha defensiva. Raramente deixam a equipa desequilibrada.

























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