Leão Sá Pinto em duelo com capitão avense Quim Costa |
Sporting e Desportivo das
Aves foram os finalistas da Taça de Portugal em 2017/18, mas os
jogos entre as duas equipas ainda estão longe de constituir um
clássico do futebol português. A minha primeira memória de um
confronto entre avenses e leões remonta a 14 de outubro de 2000,
naquele que foi o quarto encontro oficial entre ambos os clubes.
A formação orientada
por Prof. Neca – quem mais poderia ser? - tinha acabado de subir à
I Liga e era uma das candidatas à descida de divisão, algo que se
viria a confirmar. Mas à entrada para a 7.ª jornada, ainda estava
acima da zona de despromoção, com o ex-portista Quinzinho, o
ex-rioavista Camberra, o ex-salgueirista Abílio, os ex-benfiquistas
José Soares e Nuno Afonso e o ex-boavisteiro Tó Luís como alguns
dos principais nomes. E também havia o atacante
camaronês Douala, que estava emprestado pelo Boavista e que
haveria de representar o Sporting quatro anos depois.
O Sporting de Augusto
Inácio, por sua vez, defendia o título nacional, conseguindo andar
sempre pontualmente próximo da liderança durante o primeiro terço
do campeonato, embora tivesse entrado para o encontro da Vila das
Aves a um ponto do vice-líder Sp. Braga e a dois do FC Porto.
Tinha a ideia de o jogo
se ter realizado a uma quinta ou sexta-feira à noite, mas afinal,
confirma a Internet, foi a um sábado. Um sábado de muitos golos,
que presenciei a partir da televisão. Sete, entre os quais dois de
um autor improvável, Dimas, e um autogolo de André Cruz, com a
vitória a pender para um Sporting que esteve por duas vezes em
desvantagem.
“Foi uma vitória
arrancada a ferros, sofrida como as coisas sofridas e indefinida até
ao derradeiro apito de Martins dos Santos! Muito por culpa de um
Desportivo das Aves que aproveitou o dia de festa que uma inauguração
[de uma das bancadas do estádio] sempre proporciona para mostrar que
tem uma equipa para voar alto - a jogar assim... - e causar grandes
dissabores na maratona que falta percorrer!”, escreveu o Record
na crónica do jogo, embora errando redondamente a previsão para
a campanha avense.
O improvável Dimas foi
mesmo o autor do golo inaugural, através de um remate de primeira de
fora da área, aos 18 minutos. Rui Lima, também de fora da área mas
por via de um remate colocadíssimo, restabeleceu um empate que havia
de perdurar até ao diabólico início de segundo tempo.
“Bem: se, em termos de
jogo, de espectáculo, os quarenta e cinco minutos iniciais tinham
atingido bitola alta, os segundos... superaram-na e muito! Um jogo de
emoções fortes, de bola cá, bola lá, de futebol ao primeiro toque
e de um Aves, senhor do seu nariz, altivo, convicto das suas armas e
a desafiar o campeão para um duelo de gigantes. Resultado: em seis
minutos - leu bem, leitor, em seis minutos - quatro golos! Quinzinho
desfez a igualdade com um remate cruzado para o poste mais longe de
Schmeichel; Dimas voltou a empatar, desviando uma bola vinda dos pés
de André Cruz; André Cruz foi infeliz ao tentar safar uma
"chapelada" de Quinzinho a Schmeichel e Sá Pinto voltou a
repor a igualdade no minuto seguinte. Tudo isto entre o minuto 49 e
55!”, também se lê na
crónica do diário desportivo.
O ritmo entretanto
abrandou e, apesar de ainda haver cerca de 40 minutos por se
disputar, só houve mais um golo, da autoria do avançado argentino
Alberto Acosta, na recarga de um penálti defendido por Tó Luís
(65'), colocando os leões na frente do marcador mais de meia hora
depois e estabelecendo o 3-4 final.
Também me recordo do
jogo da segunda volta e até do café onde assisti ao encontro. Num
jogo mais calmo, a 11 de março de 2001, com os leões a quatro
pontos da liderança e o Desp. Aves com a lanterna vermelha, os verde
e brancos já orientados por Manuel
Fernandes bateram os avenses de Carlos Carvalhal por 2-0, com
golos do avançado croata Robert Spehar (22') e Pedro Barbosa (70').
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