Não assisti aos primeiros três
jogos de que me recordo entre Sporting e Marítimo, até porque ainda não possuía
televisão por cabo nem tão pouco Sport TV,
mas lembro-me perfeitamente de que os acompanhei pela rádio.
Todos ocorreram no ano de 2001. O
primeiro foi numa sexta-feira à noite, a 12 de janeiro, e era referente à
última jornada da primeira volta, e recordo tanto que fui ouvindo o relato numa
viagem até ao Alentejo como o autor dos dois golos da vitória leonina nos
Barreiros: Rodrigo Fabri. Emprestado pelo Real Madrid e rotulado de craque, o
atacante brasileiro esteve longe de efetuar uma época memorável de leão ao
peito, tendo apontado apenas quatro golos em todas as competições, sendo que
metade foram nessa complicada deslocação ao Funchal, aos 66 (de grande
penalidade) e 70 minutos. O treinador do Sporting era Fernando Mendes, que
tinha substituído Augusto Inácio um mês antes.
O segundo jogo não acompanhei
tanto, até porque não contava para muito, mas recordo-me de estar a assistir ao
vivo a um jogo da agora extinta III Divisão entre Fabril do Barreiro e
Pescadores da Costa de Caparica enquanto, à mesma hora, esse encontro se
disputava no Estádio José Alvalade. Numa partida de domingo à tarde (27 de
maio) marcada pelas despedidas de Schmeichel e Acosta e do treinador Manuel
Fernandes, os leões seguraram o terceiro lugar (face à ameaça do Sp. Braga)
com um golo solitário e madrugador de Pedro Barbosa (5’), de cabeça, mas em que
houve a clara ideia de que a bola não chegou a entrar.
Sete meses depois, mais um
confronto entre ambos os clubes, desta vez para a temporada 2001/02, a 1 de
dezembro. No banco do Marítimo continuava Nelo
Vingada, que esteve no cargo entre janeiro de 1999 a março de 2003. No do Sporting
sentava-se Laszlo Bölöni, contratado no início dessa época. Os leões repetiram o
resultado da época anterior, vencendo por 2-0 com golos de Jardel (60’, g.p.) e
Pedro Barbosa (78’), somando três pontos que na altura lhe permitiram subir ao
terceiro lugar, numa temporada de conquista de título.
Depois dos três jogos que não vi,
o primeiro que acompanhei pela televisão em direto – julgo que com transmissão
por parte da SIC -, em Alvalade para
as meias-finais da Taça de Portugal, que na altura disputavam-se apenas a uma
mão - havendo segundo jogo apenas em caso de igualdade no final do
prolongamento do primeiro -, a 6 de fevereiro de 2002.
Embora o encontro se tivesse
jogado em território leonino, o Marítimo causou bastantes problemas e esteve
bastante próximo de conseguir o apuramento para a final, que seria a segunda
consecutiva para os madeirenses. Briguel, Jorge Soares, Mitchell van der Gaag,
Kenedy, Sabry, Iliev, Ezequias e Gaúcho eram alguns dos elementos da equipa
insular, que inaugurou o marcador à passagem de meia hora, num lance em que o
egípcio Sabry fez o que quis da defesa verde e branca antes de atirar para o
fundo das redes. O Sporting respondeu apenas na segunda parte - já depois de
Jardel ter desperdiçado uma grande penalidade -, pelo grego Dimitris Nalitzis
(65’), que nesse encontrou apontou o único golo de leão ao peito, em 13 jogos.
O Marítimo voltou a adiantar-se já na reta final, pelo avançado brasileiro
Gaúcho em posição de fora de jogo (81’), mas o Sporting adiou a decisão para o
prolongamento através de um golo de livre direto de André Cruz que ainda sofreu
um desvio em Gaúcho (85’). E a abrir o prolongamento, João Vieira Pinto colocou
pela primeira vez o Sporting em vantagem, com um cabeceamento certeiro ao
primeiro poste na sequência de um canto apontado por André Cruz (92’).
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