segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Fome do Benfica deu em fartura frente a Sp. Braga irreconhecível

Pizzi deu o mote para a goleada com um golo aos 19 minutos
Costuma dizer-se que não há fome que não dê em fartura e o Benfica que o diga. Depois de quatro vitórias pela margem mínima e exibições pálidas frente a V. Setúbal, AEK, Marítimo e Montalegre, as águias deixaram-se embalar pelo apetite da quadra natalícia e encheram a barriga de golos (6-2) frente a um Sp. Braga que apareceu na Luz com sinais de indisposição, completamente irreconhecível.


Da equipa que vinha a justificar o novo estatuto de candidato ao título, que apenas tinha sofrido uma derrota nos primeiros 20 jogos oficiais da temporada e que tão bem se bateu nos duelos com Sporting e FC Porto, pouco se viu: apenas dez minutos, dos 24 aos 34, na resposta ao golo inaugural; e os dois golos na segunda parte, numa fase em que os encarnados já dispunham de vantagem confortável.

Desde o apito inicial que o Benfica assumiu a iniciativa do jogo e a posse de bola sem que o Sp. Braga tentasse contrariar essa tendência, privilegiando a organização defensiva. Se no primeiro quarto de hora os minhotos conseguiram neutralizar as águias com essa estratégia, a mesma ruiu depois de Pizzi bailar sobre Goiano e Bruno Viana e rematar colocado para o 1-0, aos 19 minutos.

Seguiu-se a tal resposta minhota, que contemplou um disparo de Fransérgio à trave (24') e remates perigosos de Pablo (25'), Dyego Sousa (26') e Ricardo Horta (34') no espaço de poucos minutos. Contudo, Jardel colocou um ponto final ao bom momento dos homens de Abel aos 39', ao antecipar-se a Tiago Sá - que tão seguro estava a ser na baliza do Sp. Braga desde que assumiu a titularidade - e cabecear certeiro para o fundo das redes, fazendo questão de cumprimentar Rui Vitória durante os festejos.


Dois golos em momentos cruciais

Se o Benfica dilatou a vantagem à beira do intervalo, podendo em seguida reajustar a estratégia para os segundos 45 minutos, chegou ao terceiro golo em mais um momento crucial, o início da segunda parte, colocando aí praticamente um ponto final nas aspirações do até então terceiro classificado da I Liga. Num jogo em que tudo corria bem, até deu para Grimaldo faturar de pé direito, aproveitando um ressalto e a passividade da defesa contrária (48').

O Sp. Braga até nem demorou a reagir, reduzindo por Dyego Sousa após cruzamento de Sequeira na esquerda (53'), mas as águias colocaram prego a fundo e marcam por mais três vezes no espaço de um quarto de hora por Jonas (54'), Cervi (63') e André Almeida (64'), que apontou um grande golo de pé esquerdo. João Novais ainda atenuou ligeiramente os danos, reduzindo para 6-2, mas não impediu que a formação nortenha saísse da Luz goleada e humilhada, após exibição pálida e amorfa.

Apesar dos números invulgares, a tradição mantém-se: Rui Vitória soma por vitórias todos os duelos com o Sp. Braga desde é treinador do Benfica (sete) e os minhotos continuam sem vencer no Estádio da Luz para o campeonato. E em pezinhos de lã, os benfiquistas somaram a sétima vitória consecutiva em todas as competições, ultrapassaram um concorrente na luta pelos primeiros lugares e vão passar o Natal e o Réveillon no pódio.


Figura: Pizzi

A escolha recai sobre Pizzi, mas podia muito bem ter sido sobre Cervi ou Zivkovic, que estiveram ao mesmo nível. O médio internacional português voltou a assinar uma exibição de grande qualidade, ligando o jogo da equipa e aparecendo na zona de definição a criar desequilíbrios, como no lance do golo inaugural, em que rematou colocado para o interior da baliza de Tiago Sá após diagonal da esquerda para o meio e drible sobre Marcelo Goiano e Bruno Viana.


Ficha de jogo

Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.

Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto).

Assistência: 57.842 espetadores.

Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Jardel (Conti,75), Rúben Dias, Grimaldo, Gedson Fernandes, Fejsa, Pizzi, Zivkovic, Cervi (Krovinovic , 79) e Jonas (Seferovic, 62).

Treinador: Rui Vitória.

Sp. Braga: Tiago Sá, Marcelo Goiano (Wilson Eduardo, 60), Bruno Viana, Pablo Santos, Nuno Sequeira, Ricardo Esgaio, Fransérgio, Claudemir, Ricardo Horta (João Novais, 60), Dyego Sousa e Paulinho (Ricardo Ryller, 70).

Treinador: Abel Ferreira.

Marcadores: 1-0, Pizzi, 19 minutos; 2-0, Jardel, 39; 3-0, Grimaldo, 48; 3-1, Dyego Sousa, 51; 4-1, Jonas, 54; 5-1, Cervi, 63; 6-1, André Almeida, 67; 6-2, João Novais, 73.

Disciplina: cartão amarelo para Ricardo Esgaio (15), Marcelo Goiano (52), Rúben Dias (57) e Fransérgio (82).


Veja o resumo da partida




















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