Não é uma figura
recente no futebol brasileiro, mas não deixa de ser impressionante a
sua longevidade enquanto elemento importante de um dos mais populares
e bem-sucedidos clubes do Brasil, o Corinthians.
Num campeonato em que a
esmagadora maioria dos treinadores privilegia o 4x2x3x1 com dois
volantes [médios mais recuados] corresponsáveis pelas tarefas de
cobertura e a apoiarem alternadamente o ataque, Ralf é desde há
muitos anos um médio defensivo atípico em terras de Vera Cruz.
Com caraterísticas quase
exclusivamente defensivas, consegue alhear-se frequentemente da
construção dos ataques do time paulista, agora comandada por
Jair Ventura. É muito limitado tecnicamente e algo lento a decidir
com a bola no pé, mas haverá poucos como ele no Brasileirão nas
artes de destruir o jogo do adversário e de equilibrar a equipa.
Quase sempre posicionado
no sítio certo, a reduzir o espaço aos oponentes e a criar
superioridade numérica, é uma peça fundamental na recuperação de
bola, podendo atuar sozinho à frente da defesa num sistema de 4x3x3
(ou 4x1x4x1).
O mais impressionante é
mesmo como, apesar de ter uma relação complicada com a bola, não
há técnico que tenha abdicado dele ao fim de tantas temporadas, nem
agora aos 34 anos e aparentemente com uns quilinhos a mais.
Ralf chegou ao timão
em 2010, oriundo do modesto Grêmio Barueri, e leva uma média de
mais de 50 jogos por ano, com uma passagem pelos chineses do Beijing
Guoan pelo meio, em 2016 e 2017. No total, soma mais de 350 encontros
oficiais disputados pelo Corinthians, tendo conquistado dois
campeonatos (2011 e 2015), uma Libertadores (2012), uma Recopa
Sul-Americana (2013) e um Mundial de Clubes (2012). Foi ainda eleito
volante do ano do Brasileirão em 2011 e amealhou oito
internacionalizações pelo escrete, todas entre agosto de
2011 e abril de 2013.
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