quinta-feira, 5 de julho de 2018

Arsenal. Unai Emery a construir a casa a partir do chão

Lichtsteiner, Sokratis e Leno são os primeiros reforços

Depois de anos a fio com Arsène Wenger a esbanjar dinheiro em futebolistas de ataque, ora para entrarem de caras no onze ora para fazerem sombra aos titulares, Unai Emery (ex-PSG) parece focado em reforçar o setor defensivo nos seus primeiros tempos ao leme do Arsenal.

Não é para menos. Não tem sido por falta de poder de fogo nos últimos 30 metros que os gunners não têm aguentado a pedalada de Manchester City, Manchester United, Liverpool e dos vizinhos Tottenham e Chelsea. Van Persie, Giroud, Welbeck, Ozil, Alexis Sánchez, Walcott ou mais recentemente Lacazette e Aubameyang, cada um ao seu estilo, têm ajudado a manter intacta a identidade ofensiva da formação do norte de Londres.


No entanto, desde os anos dourados do início do século que o Arsenal tem na defesa e nos momentos defensivos os seus pontos mais débeis. É verdade que, no futebol, o desempenho de uma equipa é mais do que a soma das partes e que há toda uma organização e uma dinâmica coletiva que tem falhado e tornado os londrinos vulneráveis defensivamente, mas também há que dizê-lo com firmeza: têm faltado intérpretes de qualidade nos setores mais recuados.

A coluna vertebral da equipa – guarda-redes, defesas e médios defensivos – da equipa há muito que não tem estado à altura do que se espera de um candidato ao título inglês, e essa aparenta ser a principal preocupação do novo treinador. Na primeira abordagem ao mercado, os gunners asseguraram três reforços que visam reforçar a consistência defensiva, por cerca de 41 milhões de euros: o guarda-redes Bernd Leno (€25 M), o central Sokratis (€16 M) e o lateral direito Stephan Lichtsteiner (custo zero).

Numa fase em que Petr Cech se aproxima do final da carreira (36 anos) e David Ospina não dá garantias quando à sucessão, o alemão Leno (ex-Leverkusen) aparece como um guarda-redes para muitos e bons anos – tem 26. É seguríssimo, oferece qualidade nas saídas de entre os postes e protege bem o espaço nas costas da defesa, um pouco ao estilo dos compatriotas Neuer e Ter Stegen.

Um pouco mais à frente, Mustafi e Koscielny têm apresentado debilidades ao longo dos anos e nenhum dos dois é propriamente um patrão da defesa. Essa lacuna será colmatada por Sokratis, central experiente (30 anos) e completo: agressivo, ágil, rápido, com sentido posicional e qualidade a sair a jogar. Não foi por acaso que, no Borussia Dortmund, roubou o lugar a Subotic, que antes da chegada do grego era indiscutível no centro da defesa.

Na mesma lógica de investir na solidez defensiva, foi recrutado Lichtsteiner (ex-Juventus), que embora já veterano (34 anos) não deixa de ser um dos laterais mais conceituados da atualidade. Rápido e forte fisicamente, atingiu a maturação completa. Tem um conhecimento profundo de quais devem ser os seus comportamentos, tanto a lateral integrado num quarteto defensivo como a ala à frente de uma linha de três centrais, um sistema que Wenger experimentou na época passada, voltou a estar na moda e que o suíço conhece bem do futebol italiano.









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