Mathieu tem formado uma dupla muito sólida com Coates |
A época do Sporting já leva três
jogos oficiais e, apesar de a equipa integrar o grupo de líderes da I Liga e
ter tudo em aberto em relação à presença na fase de grupos da Liga dos Campeões,
o nível exibido tem deixado os adeptos de pé atrás.
O conjunto leonino tem conseguido
jogar durante muito tempo completamente instalado no meio-campo adversário, mas
não tem conseguido traduzir esse domínio territorial em oportunidades
flagrantes e, sobretudo, em golos. Isso foi bem patente nos encontros diante de
Vitória de Setúbal e Steaua Bucareste, ambos em casa. Não foi apenas uma
questão de a bola não entrar. Houve mesmo poucas ocasiões.
E essa escassez de situações de
perigo é indissociável do desempenho de alguns reforços, nomeadamente Piccini e
Acuña - o que faz questionar ainda mais as estranhas dispensas de Schelotto e Bryan Ruiz. Ambos bastante rigorosos do ponto de vista tático e contribuidores para
a solidez defensiva que tem sido exibida, têm revelado limitações no capítulo
ofensivo. Ao lateral italiano falta pendor atacante e qualidade no último
terço, o que tem sido bastante notório até porque a bola tem passado muito
tempo nos derradeiros 30 metros. Também do empenhado extremo argentino esperava-se
mais em termos de capacidade para gerar desequilíbrios, uma vez que se tem
revelado incapaz de ultrapassar defesas através do drible – recorde-se que
custou €9,6 milhões. Battaglia tem gerado boas anotações, mas parece que falta qualquer
coisa ao meio-campo quando William Carvalho não está presente. Fábio Coentrão e Doumbia ainda procuram os melhores índices físicos. Quanto ao talentoso
Bruno Fernandes, já se percebeu, será titular indiscutível a partir de
setembro, quando Jorge Jesus ficar finalmente a saber se vai perder William,
Adrien, os dois ou nenhum.
No meio de tanta indefinição e
alguma desconfiança, é Jérémy Mathieu quem tem dado melhores indicações no
imediato. O currículo do defesa francês fala por si mas, como dizem muitos
especialistas, “o futebol é o momento”. E o momento do ex-Barcelona, 33 anos, é
muito positivo, o que o torna um reforço na verdadeira aceção da palavra. O
setor onde reinava a insegurança está transformado numa autêntica muralha,
ainda que os romenos tenham ameaçado a sua inviolabilidade em Alvalade. O
central que também passou por Sochaux, Toulouse e Valência tem acrescentado fiabilidade,
experiência, velocidade, imponência no jogo aéreo e qualidade na saída de bola
e capacidade para gerar desequilíbrios ao romper pelo meio-campo adversário. In loco ou pela televisão, é facilmente percetível
quem dá ordens lá atrás e quem simboliza o inconformismo nos momentos em que o
resultado não é o esperado – a tal cultura de vitória de que JJ tanto fala.
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