quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Mathieu, um reforço na verdadeira aceção da palavra

Mathieu tem formado uma dupla muito sólida com Coates
A época do Sporting já leva três jogos oficiais e, apesar de a equipa integrar o grupo de líderes da I Liga e ter tudo em aberto em relação à presença na fase de grupos da Liga dos Campeões, o nível exibido tem deixado os adeptos de pé atrás.

O conjunto leonino tem conseguido jogar durante muito tempo completamente instalado no meio-campo adversário, mas não tem conseguido traduzir esse domínio territorial em oportunidades flagrantes e, sobretudo, em golos. Isso foi bem patente nos encontros diante de Vitória de Setúbal e Steaua Bucareste, ambos em casa. Não foi apenas uma questão de a bola não entrar. Houve mesmo poucas ocasiões.

E essa escassez de situações de perigo é indissociável do desempenho de alguns reforços, nomeadamente Piccini e Acuña - o que faz questionar ainda mais as estranhas dispensas de Schelotto e Bryan Ruiz. Ambos bastante rigorosos do ponto de vista tático e contribuidores para a solidez defensiva que tem sido exibida, têm revelado limitações no capítulo ofensivo. Ao lateral italiano falta pendor atacante e qualidade no último terço, o que tem sido bastante notório até porque a bola tem passado muito tempo nos derradeiros 30 metros. Também do empenhado extremo argentino esperava-se mais em termos de capacidade para gerar desequilíbrios, uma vez que se tem revelado incapaz de ultrapassar defesas através do drible – recorde-se que custou €9,6 milhões. Battaglia tem gerado boas anotações, mas parece que falta qualquer coisa ao meio-campo quando William Carvalho não está presente. Fábio Coentrão e Doumbia ainda procuram os melhores índices físicos. Quanto ao talentoso Bruno Fernandes, já se percebeu, será titular indiscutível a partir de setembro, quando Jorge Jesus ficar finalmente a saber se vai perder William, Adrien, os dois ou nenhum.

No meio de tanta indefinição e alguma desconfiança, é Jérémy Mathieu quem tem dado melhores indicações no imediato. O currículo do defesa francês fala por si mas, como dizem muitos especialistas, “o futebol é o momento”. E o momento do ex-Barcelona, 33 anos, é muito positivo, o que o torna um reforço na verdadeira aceção da palavra. O setor onde reinava a insegurança está transformado numa autêntica muralha, ainda que os romenos tenham ameaçado a sua inviolabilidade em Alvalade. O central que também passou por Sochaux, Toulouse e Valência tem acrescentado fiabilidade, experiência, velocidade, imponência no jogo aéreo e qualidade na saída de bola e capacidade para gerar desequilíbrios ao romper pelo meio-campo adversário. In loco ou pela televisão, é facilmente percetível quem dá ordens lá atrás e quem simboliza o inconformismo nos momentos em que o resultado não é o esperado – a tal cultura de vitória de que JJ tanto fala.





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