segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A heterogénea linha ofensiva estorilista

Bruno César, Léo Bonatini e Gerso: um temível trio d'ataque
Conheço imensos adeptos, de variadíssimos clubes, que se queixam que a equipa pela qual torcem, em determinados momentos dos jogos, a precisar de marcar, circulam a bola de um lado para o outro e não rematam à baliza. Para eles, das duas uma: ou os jogadores têm claras instruções para não tentar a sorte a meia distância ou então não têm coragem para assumir uma decisão desse calibre.

Os do Estoril, certamente, não fazem parte deste lote. No lado direito do ataque, têm um esquerdino que, à mínima oportunidade, enche o pé e diz cá vai disto! Por ser assim, e até por rematar bem, já há vários anos que tem a alcunha de chuta-chuta. Falo, é claro, de Bruno César, extremo brasileiro que em 2011 chegou a Portugal para atuar no Benfica, mas que esta época reforçou a equipa da linha.


Também conheço adeptos, de variadíssimos clubes, nomeadamente fora do círculo dos três grandes, que se queixam que a equipa pela qual torcem não tem um daqueles desequilibradores que pode decidir um jogo sozinho. Ou tem um futebolista rápido mas com debilidades técnicas ou um tecnicista que joga devagar. Ou então, em alguns casos, nem pão nem bolo.

Os do Estoril, certamente, não fazem parte deste lote. Gerso, que na maior parte dos jogos atua no lado esquerdo do ataque, é um daqueles extremos que mete qualquer lateral em sentido. Quando não ultrapassa em velocidade, utiliza o drible e, especialmente nesta temporada, tem-se dado bem. É uma das revelações da Liga, ainda que já ande nestas andanças há algum tempo.

Léo Bonatini até já tem sido utilizado a '10' por Fabiano Soares
E ainda conheço aqueles adeptos, também eles de variadíssimos clubes, que não gostam do ponta de lança da sua equipa. Ou consideram-no um tosco apesar da possante constituição física ou alguém que trata bem a bola mas que não tem corpo para batalhar com os centrais e que falha muito à frente da baliza.

Os do Estoril, mais uma vez, não fazem parte deste lote. Têm, na sua equipa, Léo Bonatini, um ponta de lança bem constituído (185 cm e 77 kg), que dá luta aos defesas, é rápido, com alguma qualidade técnica e que marca golos. À 10.ª jornada, já faturou por cinco vezes na Liga (e mais duas nas taças), sendo apenas superado pelo maritimista Dyego Sousa (seis), o sportinguista Slimani (sete) e o benfiquista Jonas (oito).

Com esta linha ofensiva heterógenea e que se complementa muito bem, uma equipa bem organizada e outros jogadores de qualidade como Yohan Tavares (central) ou Babanco (médio), se eu fosse estorilista… não tinha grandes razões para me queixar.





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