sábado, 12 de julho de 2014

Mundial-2014 | Brasil 0-3 Holanda

Ressaca brasileira serviu para consolo holandês


fifa.com
Esta noite, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, a Holanda bateu o Brasil por 3-0, terminando assim o Mundial-2014 em 3º lugar. Van Persie (de grande penalidade), Blind e Wijnaldum foram os autores dos golos.
               

Eis a constituição das equipas:


Brasil


Desde 8 de junho de 1999 que o Brasil não vence a Holanda. Daí para cá, dois empates e uma derrota.
A seleção canarinha (3.ª no Ranking FIFA) ainda vive a ressaca da goleada sofrida ante a Alemanha (1-7), nas meias-finais.
O escrete alcançou o 3º lugar em 1938 e 1978, e o 4º em 1974.
Neymar encontra-se lesionado.


Holanda


A Holanda (15.ª no Ranking FIFA) ainda não perdeu neste Campeonato do Mundo, tendo sido afastada nas meias-finais com a Argentina apenas nas grandes penalidades.
Na única vez que disputou o jogo de atribuição do 3º e 4º lugar, saiu derrotada, frente à Croácia, em 1998.
Nigel de Jong e Leroy Fer são os ausentes. Wesley Sneijder lesionou-se no aquecimento e também falhou o encontro.


Filme do jogo:

2’ Robben, desmarcado por Van Persie, foi derrubado à entrada da área brasileira e foi assinalada uma grande penalidade que o avançado do Manchester United converteu em golo. As imagens deram a entender que a falta foi cometida no exterior da área.


16’ Blind ampliou a vantagem. Abertura de Robben para De Guzmán, que cruza para o interior da área onde David Luiz, de cabeça, aliviou para os pés do lateral do Ajax.

[vídeo]

Brasil variava entre o 4x2x3x1 e o 4x3x3. Neste último sistema, Luis Gustavo, Paulinho e Ramires formam um triângulo a meio-campo, com Oscar na ala esquerda e Willian na direita.

O escrete apresentava um futebol lento e denunciado. Apenas Oscar ía dando sinais de inconformismo.

29’ De Guzmán atirou por cima.

Poucas situações de finalização para além dos golos durante a primeira parte.

Ao intervalo, Luiz Felipe Scolari trocou Luiz Gustavo por Fernandinho.

50’ Remate de Robben foi prensado por Thiago Silva, e Wijnaldum não conseguiu emendar de cabeça.

Brasil aparentemente mais compacto na segunda parte, a reagir melhor à perda de bola.

57’ Paulinho foi substituído por Hernanes.

60’ Ramires chutou ao lado.

70’ Janmaat rendeu o lesionado Blind. Kuyt passou para o lado esquerdo.

73’ Saiu Ramires, entrou Hulk.

75’ Hulk rematou para fora.

90’ Clasie, lesionado, foi rendido por Veltman.

90+1’ Robben abriu para Janmaat que cruzou para a zona do primeiro poste, onde Wijnaldum finalizou certeiro.


90+3’ Vorm entrou para o lugar de Cillessen.

Sem mais ocorrências até final, confirmou-se o triunfo holandês.


Crónica:

Pela alma demonstrada pelos seus jogadores a entoar o hino, esperava-se um Brasil determinado em redimir-se da goleada imposta pela Alemanha nas meias-finais, tentando de alguma forma limpar as feridas e mostrar o seu verdadeiro valor.
Mas os primeiros instantes expuseram o nervosismo sentido, e como se não bastasse, bem cedo foi assinalada uma grande penalidade a ajuizar falta de Thiago Silva sobre Robben. As imagens televisivas deram a ideia de a infração ter sido cometida fora da área e de ser merecedora de cartão vermelho. Quem não se importou foi Van Persie, que inaugurou o marcador na execução do penalty.
O que se seguiu mostrou um Brasil resignado e ainda a viver de forma acentuada a ressaca da humilhação do jogo anterior. Era uma equipa lenta e sem ideias, a praticar um futebol denunciando, voltando a mostrar-se desequilibrada no momento da perda de bola.
O 0-2 surgiu com normalidade, por Blind, ainda antes de se ter completado vinte minutos de encontro.
O que restou da primeira parte teve escassez em ocasiões de golo, com o esférico a passar longe das balizas. O inconformismo de Oscar ía sendo uma exceção entre os brasileiros.
No segundo tempo, Scolari quis mudar a dinâmica do meio-campo, lançando primeiro Fernandinho, e depois Hernanes, mas sempre sem criar grande perigo. Também Hulk entrou, ameaçou agitar as águas, mas foi perdendo gás.
Já em tempo de compensação, após um bom lance coletivo, Wijnaldum correspondeu da melhor forma a um cruzamento rasteiro de Janmaat e fechou o resultado em 0-3.
E pela quarta vez consecutiva, houve uma equipa que marcou três golos no jogo de atribuição de 3º e 4º lugar do Campeonato do Mundo.


Analisando os atletas em campo, começando pelos do Brasil
Júlio César (Toronto FC) não teve culpa nos golos sofridos;
Maicon (Roma) aventurou-se algumas vezes a subir pelo corredor; Thiago Silva (PSG) cometeu a grande penalidade e viu um cartão vermelho ser-lhe poupado nesse lance, embora as imagens tivessem dado a entender que a falta foi cometida fora da área; David Luiz (PSG) aliviou o cruzamento de De Guzmán para o pior sítio, deixando a bola nos pés de Blind, que fez o 0-2; e Maxwell (PSG) deu pouca profundidade ao corredor esquerdo;
Luiz Gustavo (Wolfsburg) esteve apagado e acabou por ser substituído com alguma naturalidade; Paulinho (Tottenham) deu pouca dinâmica ao miolo; e Oscar (Chelsea) foi o mais inconformado da seleção brasileira, procurando pegar no jogo;
Ramires (Chelsea) alternou entre terrenos interiores e exteriores, numa exibição com pouco fulgor; Willian (Chelsea) criou poucos desequilibrios; e (Atlético Mineiro) nunca foi ameaça para os defesas holandeses;
Fernandinho (Manchester City) coincidiu com a fase do jogo em que o meio-campo foi mais compacto; Hernanes (Inter) tentou dar alguma criatividade ao miolo; e Hulk (Zenit) mexeu no jogo assim que entrou, mas foi perdendo influência com o tempo.


Quanto aos jogadores da Holanda
Cillessen (Ajax) esteve seguro;
De Vrij (Feyenoord), do trio de defesas, foi o que mais se disposicionou; Vlaar (Aston Villa) patrulhou o setor defensivo; e Bruno Martins Indi (Feyenoord) esteve forte na marcação e quando necessário recorreu à falta;
Kuyt (Fenerbahçe) cumpriu taticamente, passando para o lado esquerdo após a saída de Blind; Blind (Ajax) saiu lesionado a meio do segundo tempo, mas antes mostrou frieza no momento em que apontou o 0-2; e Wijnaldum (PSV) e Clasie (Feyenoord) não deixaram o meio-campo do escrete colocar o seu futebol em prática, pressionando intensamente os médios brasileiros, tendo o primeiro fechado o resultado em 0-3, e o segundo saído lesionado;
De Guzmán (Swansea) funcionou bem como primeiro homem a pressionar o início de construção dos ataques brasileiros; Robben (Bayern) teve imensa liberdade, sofreu o penalty que deu origem ao primeiro golo e participou nas jogadas do segundo e terceiro; e Van Persie (Manchester United) inaugurou o marcador, de grande penalidade, apesar da exibição discreta;
Janmaat (Feyenoord) posicionou-se como lateral-direito, rendendo o lesionado Blind, e ainda foi a tempo de fazer a assistência para o terceiro golo; Veltman (Ajax) praticamente nem tocou na bola, substituindo o também lesionado Clasie; e Vorm (Swansea) teve direito a dois minutos de Campeonato do Mundo;



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