Paulo Bento divulgou ontem a sua
lista definitiva de 23 jogadores que estarão no Mundial, depois de ter
anunciado na semana passada uma pré-convocatória de 30 atletas. Curiosamente, a
maior contestação que houve até foi em relação a futebolistas que dificilmente
entrarão no onze titular.
Fala-se de um Quaresma que esteve
no Euro-2012 sem ninguém se lembrar disso. E até de Adrien que ainda não somou
uma única internacionalização.
O que me aflige é a questão dos
11 + 3, a fórmula utilizada em cada jogo. Estando todos a 100%, tem havido
consenso de que a equipa-base que atuou no último Campeonato da Europa e
durante a qualificação para o Mundial é a melhor – salvo algumas nuances – para
o selecionador utilizar desde início.
O problema é que há vários
jogadores que não deverão estar no Brasil a 100% e boa parte desses casos
problemáticos até se concentra em duas/três posições.
Se olharmos para os extremos,
vemos que Nani tem pouco ritmo de jogo e até foi rejeitado por Antonio Conte na
Juventus pela sua situação clínica. Cristiano Ronaldo tem estado afastado dos
últimos encontros do Real Madrid e certamente não disputará o Campeonato do
Mundo na plenitude das suas capacidades. Vieirinha esteve ausente durante
muitos meses. O próprio Rafa, que pode atuar nas alas, esteve lesionado durante
algum tempo na parte final da época. Sobra Varela. É pouco.
Na posição ‘9’, Hélder Postiga
parece ainda estar em dúvida. Éder, suplente de Rusescu em Braga desde o
mercado de inverno, também tem tido os seus problemas físicos. Sobra Hugo
Almeida.
Não havendo tempo a perder, Paulo
Bento optou por se fixar na sua convocatória final, levando apenas esse lote
para estágio, começando a aprimorar o modelo de jogo que pretende para
Portugal. Mas coloca-se a dúvida. Estes 23, hipoteticamente, até SÃO os
melhores jogadores portugueses disponíveis da atualidade, mas será que ESTÃO
todos, neste momento, entre os 23 em melhores condições, na globalidade de
fatores técnico-táticos, físicos e psicológicos?
O selecionador parece acreditar
no estado clínico dos atletas acima referidos, que coincidem exatamente com os
nomes que participaram na qualificação. Mas com tantos problemas nas posições
de ataque, não se justificaria um estágio com um lote ligeiramente mais
alargado?
Porque não levar mais um extremo
e um ponta-de-lança para estágio e aí proceder a uma análise comparativa in loco? Será preferível, numa fase
adiantada, proceder a alterações na convocatória e haver jogadores a entrarem “a
frio”? Será preferível sentir os problemas físicos dos futebolistas em causa
apenas no Mundial e ser obrigado a fazer substituições numa fase prematura de
cada partida?
Um dos nossos adversários, a
Alemanha, está neste momento a trabalhar com 27, até porque unidades influentes
como Khedira, Schweinsteiger, Hummels, Gündogan ou Schmelzer têm tido contratempos
nesta temporada. Outras seleções irão esperar até 2 de junho para encurtar a
lista.
Veremos, no Brasil, quem terá a
razão. Quem prefere concentrar-se nos 23 mesmo sabendo dos problemas físicos de
alguns e das consequências que isso poderá ter? Ou os que não irão trabalhar
tanto um certo lote específico, mas que poderão, até ao último instante,
proceder a uma análise comparativa e decidir quem está em melhores condições de
representar o seu país?
"Rafa, que pode atuar nas alas, teve lesionado durante..."? Teve é do verbo tever?
ResponderEliminarJá corrigi. Obrigado pelo reparo.
EliminarOlá, boa noite! Podemos fazer uma troca de links sim, é pelo facebook?
ResponderEliminarNão. É entre blogues.
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