sexta-feira, 2 de maio de 2014

Campeonato Paulista 2014 | Onze Ideal



Terminou a 13 de abril o Campeonato Paulista 2014, que surpreendentemente consagrou o Ituano como campeão. Agora, é hora de escolher o onze ideal da competição.

Guarda-Redes (Goleiro):


O Palmeiras está de regresso ao Brasileirão, e está provado que não será pelo seu guarda-redes que terá problemas no primeiro escalão. Fernando Prass, de 35 anos, passou pela União de Leiria entre 2005 e 2009, e é o dono da baliza do Verdão. É o capitão de equipa, e à sua experiência junta reflexos apurados, apesar da idade.


Defesas-Laterais:


Para a posição de lateral-direito existiam várias opções válidas. Dick, do Ituano, ou Fagner, do Corinthians, são alguns exemplos. No entanto, a minha escolha recai sobre Cicinho, do Santos. Curiosamente, Cicinho parece ser nome de lateral, já que há homólogos no Sevilha e no Sivasspor, justamente na mesma posição.
Este, que veste de alvinegro, tem 25 anos e ainda não atuou na Europa, mas é bem capaz de o fazer num futuro próximo. É um lateral bastante rápido e ofensivo, mas que ainda precisa de limar algumas arestas no aspeto defensivo.



Emprestado pelo Inter de Milão ao São Paulo, em busca de ritmo de jogo para o Mundial 2014, Álvaro Pereira precisou de apenas dois treinos no novo clube para se tornar titular.
Rapidamente também se tornou o homem das bolas paradas do Tricolor. Tal como nos tempos de dragão ao peito, faz todo o corredor esquerdo, permitindo a que o extremo do seu lado pise terrenos mais interiores.


Defesas-Centrais (Zagueiros):


Rodrigo Caio é um central que me chamou à atenção. Tem apenas 20 anos, mas a maturidade que exibe não transparece a tenra idade. Este produto das escolas do São Paulo é um médio de origem, mas é no eixo defensivo que se está a revelar. É difícil de ultrapassar e ao contrário de muitos centrais brasileiros, gosta de sair a jogar e fá-lo bem, em detrimento do “chutão” para a frente.



Ao lado de Caio, mas bem mais experiente, Antônio Carlos realizou um Paulistão de bom nível. Exceção feita ao jogo do Corinthians, que não lhe correu de feição, ao marcar por duas vezes na própria baliza, esteve bem, e revelou veia goleadora. Apontou quatro golos na competição, o que para um central, é impressionante.
Tem um grande poder de impulsão e isso torna-o muito forte no jogo aéreo, quer defensivo, quer ofensivo. É muito competente e na Europa representou o Ajaccio.


Médios (Volantes):


Gostei muito de ver Wellington, médio-defensivo do São Paulo, sempre no sítio certo, extremamente eficiente nas tarefas de cobertura, no entanto, não tem grande vocação para a construção de jogo e preferi alguém mais completo.
Arouca, do Santos, é internacional brasileiro e é conhecido como o “Predador da Vila”. Porquê? Pela forma incisiva como pressiona os adversários, reduzindo-lhes os espaços. Uma tarefa para a qual tem pulmão para os 90 minutos. É combativo, uma referência na recuperação de bola e cobre muito bem as subidas dos laterais (sobretudo as de Cicinho, na direita), deixando a equipa equilibrada. Podem também contar com a sua colaboração para construir os ataques.



Wesley, de 26 anos, foi talvez o jogador que mais me impressionou no Paulistão. É verdade que já é internacional canarinho e que até esteve dois anos na Europa, no Werder Bremen, mas não o conhecia bem e tive essa possibilidade.
Joga numa linha intermédia no meio-campo do Palmeiras, como ‘8’, tem classe, grande capacidade técnica, tem um pé esquerdo de qualidade, que executa bons passes e remates, mesmo a meia-distância.



À porta dos 29 anos, Cícero, médio-ofensivo do Peixe, foi eleito pela organização como o melhor jogador do Campeonato Paulista 2014. Considerando ou não justa essa eleição, a sua qualidade é inquestionável.
É o playmaker na Vila Belmiro, aparece um pouco pelos três corredores e ainda aparece bem na zona de finalização, onde exibe o seu forte remate. Tem ainda a responsabilidade de capitanear o histórico clube da Baixada Santista.


Atacantes:


Depois da saída de Neymar, Geuvânio, um dos “novos meninos da Vila”, dá fantasia ao ataque do Santos. Geralmente ocupa o flanco direito, de onde parte em diagonais para o meio, puxando a bola para o seu pé esquerdo. É virtuoso do ponto de vista técnico, forte no 1 vs. 1 e não tem medo de ir para cima dos defesas. Tem 22 anos e ainda vai a tempo de se afirmar em pleno.



Passou despercebido no empréstimo ao Sp. Braga de Domingos Paciência, esteve nos Emirados Árabes Unidos e agora brilha ao serviço do São Paulo. Osvaldo, de 27 anos, soma duas internacionalizações pelo Brasil e é uma autêntica seta apontada à baliza adversária. Com o corredor esquerdo completamente entregue a Álvaro Pereira, apareceu muito na zona central, onde foi um grande apoio a Luís Fabiano durante o Paulistão.
Tem visão de jogo acima da média, transporta a bola com velocidade, gosta de partir em movimentos diagonais a partir do flanco esquerdo e tem capacidade para criar desequilíbrios. Peca por, por vezes, se agarrar muito o esférico e não o libertar na altura certa.



Poderia escolher Léo Costa (Rio Claro) ou Luís Fabiano (São Paulo) para ponta-de-lança deste Onze Ideal, mas opto por Alan Kardec. Os três marcaram nove golos cada no Campeonato Paulista, e juntamente com Cícero, partilharam o prémio para melhor marcador da competição.
Ainda emprestado pelo Benfica ao Palmeiras, o avançado não apresentou quebras de forma e foi uma das referências do Verdão. Forte no jogo aéreo, foi muitas vezes alvo de um futebol direto e mostrou qualidade a jogar de costas para a baliza, distribuindo a bola pelos colegas do setor ofensivo. Está em boa forma e o seu nome tem sido falado para representar a canarinha.
Entretanto, transferiu-se de forma polémica para o rival São Paulo.


Treinador:


A escolha nem poderia ser outra. Doriva, antigo médio do FC Porto e da seleção brasileira, em início de carreira enquanto treinador, pegou numa modesta equipa do interior de São Paulo e transformou-a no novo campeão paulista.
E nem se pode falar em fruto do acaso. Na fase de grupos, superou o Corinthians. Posteriormente, eliminou São Paulo e Palmeiras. Na final, bateu o Santos. Os quatro grandes do Estado foram derrubados.





1 comentário:

  1. Todos os brasileiros com que falei consideraram que Anderson Salles, do Ituano, deveria estar no onze. Respeito e compreendo a sua opinião, deu nas vistas naquela que foi a equipa vencedora, sobretudo porque cobrava todas as bolas paradas, o que é estranho para um central. Parecido, só André Cruz. No entanto, considero Antônio Carlos mais completo, experiente e com veia goleadora, e Rodrigo Caio mais promissor.

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