Qualidade técnica, capacidade
para criar desequilíbrios e forte remate, são alguns dos atributos que levam
muitos adeptos do futebol a considerar André Carrillo um dos melhores jogadores
do Sporting.
A velocidade, o jogo aéreo e a
versatilidade em ocupar qualquer uma das faixas laterais e a partir dela
verticalizar (na direita) ou fletir (na esquerda) são outras das características.
Quem vê o vídeo de resumo de um jogo ou de um destaque individual sobre o
peruano pode ficar delicado.
O problema é que, há mais de
dois anos em Portugal, o sul-americano pouco ou nada evoluiu. Mantém os
atributos, mas também o que o impede de assumir a titularidade incontestável na
formação leonina: a inconsistência.
Quando aparece no jogo, o
peruano pode fazer a diferença, mas o problema está no excessivo tempo em que
se encontra desligado da partida, não conseguindo desequilibrar e acusando alguma
falta de concentração.
Não se foca e revela
imaturidade, tornando-se demasiado individualista. Falta-lhe mais sangue frio
para olhar para o lado e para atrás e deixar a bola nos colegas, respeitar a
subida dos laterais e perceber que em certos momentos do jogo o que faz sentido
é servir o colectivo e não mostrar serviço.
Há jogadores que muitas vezes
parecem furos abaixo do que já habituaram, parecendo completamente desligados
do encontro, mas que ainda assim, das poucas vezes que aparecem, fazem uma
assistência ou marcam um golo. Estatisticamente, são futebolistas de quem nunca
se pode abdicar. Mesut Özil, no último ano de Real Madrid, era um exemplo
clássico.
Mas olhando para o percurso de
Carrillo, os seus números não são animadores. Apenas quatro golos em 53
partidas no campeonato desde que chegou a Portugal. Aos 22 anos, está cada vez
mais perto da fase em que ou explode, ou se torna numa promessa adiada.
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