terça-feira, 1 de outubro de 2013

Carrillo, o inconsistente

zerozero.pt
Qualidade técnica, capacidade para criar desequilíbrios e forte remate, são alguns dos atributos que levam muitos adeptos do futebol a considerar André Carrillo um dos melhores jogadores do Sporting.

A velocidade, o jogo aéreo e a versatilidade em ocupar qualquer uma das faixas laterais e a partir dela verticalizar (na direita) ou fletir (na esquerda) são outras das características. Quem vê o vídeo de resumo de um jogo ou de um destaque individual sobre o peruano pode ficar delicado.

O problema é que, há mais de dois anos em Portugal, o sul-americano pouco ou nada evoluiu. Mantém os atributos, mas também o que o impede de assumir a titularidade incontestável na formação leonina: a inconsistência.

Quando aparece no jogo, o peruano pode fazer a diferença, mas o problema está no excessivo tempo em que se encontra desligado da partida, não conseguindo desequilibrar e acusando alguma falta de concentração.

Não se foca e revela imaturidade, tornando-se demasiado individualista. Falta-lhe mais sangue frio para olhar para o lado e para atrás e deixar a bola nos colegas, respeitar a subida dos laterais e perceber que em certos momentos do jogo o que faz sentido é servir o colectivo e não mostrar serviço.

Há jogadores que muitas vezes parecem furos abaixo do que já habituaram, parecendo completamente desligados do encontro, mas que ainda assim, das poucas vezes que aparecem, fazem uma assistência ou marcam um golo. Estatisticamente, são futebolistas de quem nunca se pode abdicar. Mesut Özil, no último ano de Real Madrid, era um exemplo clássico.

Mas olhando para o percurso de Carrillo, os seus números não são animadores. Apenas quatro golos em 53 partidas no campeonato desde que chegou a Portugal. Aos 22 anos, está cada vez mais perto da fase em que ou explode, ou se torna numa promessa adiada.

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