O Liverpool foi esta tarde a Stamford Bridge vencer o Chelsea por 2-1 num jogo a contar para a Premier League. Maxi Rodríguez e Glenn Johnson marcaram para os “reds”, Sturridge fez o golo dos “blues”.
Eis a constituição das equipas:
Chelsea
À entrada para este jogo, o Chelsea está num desolador 4º lugar e tem agora a oportunidade de alcançar o Newcastle no 3º posto.
A equipa de André Villas-Boas ainda não venceu nenhuma equipa que luta por uma vaga na Liga dos Campeões, e começa assim a contestação ao treinador português.
Já vi alguns jogos dos londrinos esta temporada, penso que tem uma formação composta por grandes jogadores em quase todas as posições, mas que para este nível falta-lhe mais soluções ofensivas, pois Drogba esteve lesionado por algum tempo, Torres marca poucos golos, Anelka o mesmo e não há alternativas nas alas aos jogadores que actualmente actuam, onde há o incansável Juan Mata que é um grande dinamizador dos “blues” mas também Sturridge que ainda está muito verde para ser titular no Chelsea.
Liverpool
O Liverpool está a fazer um campeonato abaixo das expectativas, continuando abaixo dos lugares que dão acesso às competições europeias, perdendo muitos pontos em jogos em que a vitória era mais que uma obrigação.
Do pouco que vi dos “reds” esta época, arrisco-me a dizer que é Suárez + 10.
Os minutos iniciais foram muito intensos e disputados, sobretudo a meio-campo, com ligeiro ascendente do Chelsea que foi a primeira equipa a criar perigo, num remate de Mata que foi interceptado perto da linha de baliza por Glenn Johnson.
Pouco depois, o lateral do Liverpool subiu pelo flanco mas demorou demasiado a cruzar a bola e já com pouco ângulo Petr Cech conseguiu ficar com o esférico.
Aos 21’, deu a sensação de golo em Stamford Bridge. Um livre directo de Drogba enganou até o realizador que pensou que a bola tinha entrado, mas na verdade passou muito perto do poste, bateu no placard publicitário, voltou para três e bateu na rede do lado de fora, iludindo muitos espectadores.
Aos 33’, golo do Liverpool. Petr Cech arriscou na marcação do pontapé de baliza ao passar a bola por Obi Mikel, que face à pressão perdeu-a para Craig Bellamy, e o galês tabelou bem com Suárez para posteriormente assistir Maxi Rodríguez, que sozinho na esquerda, deu vantagem aos “reds”.
Para o segundo tempo, Villas-Boas mexeu na equipa a retirou de campo Obi Mikel para colocar Sturridge, e acertou em cheio na substituição, pois aos 55’, o recém-entrado atacante inglês acabaria por marcar ao desviar à boca da baliza um remate rasteiro e torto de Malouda.
Assim que alcançou o empate, o Chelsea colocou-se por cima do jogo, galvanizando os seus adeptos e tendo algumas oportunidades para chegar à vantagem, encostando por completo o Liverpool ao seu meio-campo defensivo. Entre as ocasiões para marcar destaca-se um pontapé de bicicleta de Malouda ao lado e poucos minutos depois o francês respondeu de primeira a um cruzamento de Ivanovic mas o remate saiu mais uma vez bastante desenquadrado com a baliza.
Na minha opinião já tarde do jogo, Fernando Torres e Raúl Meireles entraram na partida para substituir Didier Drogba e Ramires, mas até foi o Liverpool (que tinha colocado no jogo Henderson e Downing) que beneficiou com as alterações do seu adversário.
Primeiro, aos 86’, após uma grande jogada de Henderson na direita, Kuyt em boa posição atira ao lado, mas no minuto seguinte, a formação de Kenny Dalglish marcou mesmo, após uma grande arrancada no flanco direito por Glenn Johnson, este passou por Ashley Cole e de pé esquerdo na cara de Petr Cech fez o 1-2, resultado com que terminou a partida.
Foi um jogo intenso, sobretudo nos primeiros 10 minutos e em toda a segunda parte. Se o resultado é justo? Bem, na minha opinião ambas as equipas mostraram querer vencer, o Chelsea acabou por sofrer dois golos um pouco contra a corrente do jogo, mas há que dar mérito ao Liverpool que aproveitou as oportunidades e defendeu bem.
Fazendo uma análise a ambas as formações, volto a bater na mesma tecla no que concerne aos londrinos. Villas-Boas tem jogadores pouco completos que acrescentam pouco, e posso dar uma série de exemplos: Ivanovic jogou a lateral e é pouco rápido, não tem grande domínio de bola e até me pergunto porque razão não foi o mais móvel David Luiz a ocupar essa posição, ou então, porquê Bosingwa no banco? Obi Mikel é um “6” que defensivamente é melhor que Meireles, sem dúvida, mas o português também defende bem e sobretudo é extremamente importante a transportar o jogo. Nas alas, Sturridge parece estar ainda verde, falta-lhe experiência e potenciar algumas qualidades, mas ao olharmos para as alternativas vemos um pouco explosivo Malouda que só na segunda parte apareceu e esteve quase sempre mal, até na assistência que acabou por fazer tentou rematar à baliza, e deixou de acompanhar Glenn Johnson no 1-2. Na frente de ataque, Didier Drogba está em sub-rendimento, e já se sabe que Fernando Torres também não é o goleador que foi outrora.
Para uma equipa que quer lutar pelo título inglês, foram mostrados muito poucos argumentos comparativamente ao que já vi das equipas de Manchester.
Quanto a outros jogadores, é difícil pedir mais de John Terry mas David Luiz teve muito nervoso, Ramires, Lampard e Mata tentaram dinamizar o ataque mas não fizeram dos seus melhores jogos. E como já disse, Torres e Meireles entraram bastante tarde.
Villas-Boas continua sem vencer concorrentes directos.
No que concerne ao Liverpool, sendo os menos favoritos neste jogo, não deixaram de mostrar ambição e organização e foi assim que basicamente venceram a partida.
Tinha dito que do pouco que vi, esta equipa parecia Suárez e mais dez mas hoje vi mais, vi os “reds” a ter no uruguaio o seu melhor jogador mas com uma boa dinâmica no ataque criada por Craig Bellamy, Kuyt e também Maxi Rodríguez. E porque não falar de Henderson que entrou no segundo tempo?
A defesa não tremeu, antes pelo contrário, susteve muito bem a grande pressão que o Chelsea exerceu na segunda parte, e até foi um jogador desse sector que resolveu o jogo após uma grande arrancada, falo de Glenn Johnson.
Desta vez, pareceu-me uma formação que com alguns ajustes pode fazer coisas bonitas em Inglaterra.
Com esta vitória do Liverpool no terreno do Chelsea, fica assim a classificação da Premier League: