Hoje faz anos o ala do Boavista que vestiu a camisola 10 no Benfica. Quem se lembra de Nelo?
Nelo fez grande parte da carreira no Bessa e foi internacional A
Lateral/médio esquerdo portuense,
foi uma das grandes figuras do Boavistão
entre 1988 e 1997, período no qual somou 202 jogos, nove golos e três troféus
com a camisola axadrezada. Chegou a internacional A (11 jogos) e foi levado
para o Benfica
no tempo da revolução no plantel operada pelo presidente Manuel Damásio e o
treinador Artur
Jorge, mas não conseguiu replicar na Luz
o êxito que teve no Bessa.
Formado no Boavista,
teve muito que penar até se fixar no plantel principal, tendo passado por
empréstimos a Felgueiras
e Farense
antes de se afirmar verdadeiramente na casa-mãe a partir da temporada 1990-91.
Contudo, quando o conseguiu agarrou de tal forma o lugar que logo em outubro de
1990 foi convocado para a seleção
nacional A, estreando-se num triunfo sobre a campeã europeia Holanda
no Estádio das Antas (1-0). Em 1991-92 ganhou a Taça
de Portugal, tendo sido suplente utilizado no triunfo sobre o FC
Porto no Jamor (2-1), e no início da temporada seguinte atuou os 180
minutos no duplo confronto com os dragões
(2-1 fora e 2-2 em casa) que ditou a conquista da Supertaça
Cândido de Oliveira. Também em 1992-93 contribuiu para a caminhada até à
final da Taça
de Portugal. No verão de 1994 mudou-se para o Benfica
na companhia de Tavares
e até foi bastante utilizado na única época que passou de águia ao peito, tendo
sido titular em 30 dos 35 que disputou, incluindo sete na Liga
dos Campeões, com a mítica camisola com o número 10 nas costas. “Na fase de
grupos, ganhámos os jogos todos em casa [Anderlecht, Steaua
e Hajduk Split] e empatámos os jogos fora”, recordou ao Diário
de Notícias em março de 2016, impotente para impedir a eliminação aos
pés do “grande Milan,
no qual ainda jogava o Baresi”,
nos quartos de final.
Pelo meio, em janeiro de 1995,
capitaneou a seleção
nacional que venceu a SkyDome Cup, disputada num tapete sintético no
Canadá, tendo atuado no empate com a seleção
anfitriã (1-1) e na vitória sobre a Dinamarca
(1-0). No final da temporada, porém,
Nelo invocou motivos familiares para voltar à Invicta: “Artur
Jorge queria que continuássemos, mas a minha mulher não se adaptou a
Lisboa, as minhas filhas choravam e a minha cabeça já não estava lá.” A solução encontrada para
prosseguir a carreira foi o regresso ao Bessa, onde voltou a ser recebido “de
braços abertos”. Em 1996-97, na última temporada que passou no Boavista,
venceu novamente a Taça
de Portugal.
Já trintão, prosseguiu a carreira
no Rio
Ave entre 1997 e 1999. Seguiram-se aventuras ao serviço de Moreirense,
Fafe,
Lousada, Vizela
e Maria
da Fonte antes de pendurar as botas com a camisola do Tirsense
em 2007. Após encerrar a carreira esteve
durante várias épocas ligado às camadas jovens do Boavista,
quase sempre como treinador-adjunto.
Sem comentários:
Enviar um comentário