Neste dia em 1968, o Benfica disputou a sua quinta final da Taça dos Campeões. Recorde a caminhada até Wembley
Bobby Charlton e Coluna trocam galhardetes em Wembley
Depois do bicampeonato europeu
(1960-61 e 1961-62) e de duas finais perdidas nos anos seguintes, às mãos de AC
Milan (1962-63) e Inter
de Milão (1964-65), o Benfica
regressou à final da Taça dos
Campeões Europeus em 1967-68 para disputar pela quinta vez o jogo de
atribuição do troféu.
A caminhada até nova final em Wembley
– onde os encarnados
já haviam estado em 1963 – foi atribulada e contemplou a passagem de três
treinadores pelo comando técnico ao longo da campanha: Fernando
Riera, Fernando Cabrita e Otto
Glória. Ainda com o chileno ao leme, a 13
de setembro de 1967, as águias
iniciaram a participação na competição em Belfast, na Irlanda do Norte, onde
defrontaram o Glentoran, numa eliminatória onde o Benfica
sentiu dificuldades inesperadas. O escocês John Colrain, que desempenhava a
dupla missão de jogador e treinador, adiantou os britânicos aos 10 minutos, na
conversão de uma grande penalidade. Só ao cair do pano é que os lisboetas
conseguiram empatar, através de Eusébio
(86’), que estabeleceu o resultado final. Na segunda-mão, na Luz,
um empate a zero assegurou a passagem do Benfica
para a ronda seguinte.
Em novembro, o Benfica
defrontou na segunda eliminatória um osso que teoricamente seria mais duro de
roer, os franceses do Saint-Étienne,
que tinham nas suas fileiras figuras históricas do clube como Bernard Bosquier,
Robert Herbin, Georges Bereta, Jean-Michel Larqué, Rachid Mekhloufi e Hervé
Revelli, mas até viveu 180 minutos mais tranquilos do que na primeira ronda. Na
primeira-mão, na Luz,
os encarnados
venceram por 2-0, com golos de José Augusto (aos 29 minutos) e Eusébio
(60’, de penálti).
No segundo jogo, em França, les
verts venceram por 1-0, graças a um golo de Georges Bereta aos dez
minutos, um resultado que permitiu aos encarnados
seguir em frente na competição.
Nos quartos de final, já em
março de 1968, o Benfica
enfrentou os húngaros do Vasas. Sob a orientação de Fernando Cabrita, as águias
saíram de Budapeste com um empate a zero. Uma semana depois, na Luz,
os encarnados
triunfaram por 3-0, só com golos apontados na segunda parte: dois de Eusébio
(47 e 68 minutos) e um de José
Torres (76’).
Já em maio, o Benfica
mediu forças com a Juventus
nas meias-finais. Em Lisboa, venceu por 2-0, mais uma vez com José
Torres (63’) e Eusébio
(69’) como marcadores de serviço na segunda parte.
Uma semana depois, a 15 de maio, no
Estádio Olímpico de Turim, o Benfica
confirmou o apuramento para a final ao vencer por 1-0. Eusébio
marcou o golo solitário da partida, aos 68 minutos. “Novamente finalista.
A Juventus voltou a ser vencida (1-0) e o Benfica estará
em Wembley.
Um tiro de Eusébio confirmou
a classificação do Benfica e
encheu de pasmo milhões de europeus. À fúria e força dos italianos opôs-se
a classe e a tranquilidade do Benfica”,
podia ler-se na primeira página do Diário de Notícias.
Na altura, nenhuma equipa inglesa havia ainda conquistado a Taça dos
Campeões Europeus, mas esta equipa dos red
devils, orientada pelo escocês Matt Busby, era composta por alguns
campeões mundiais de 1966, como os médios Nobby Stiles e Bobby
Charlton, e ainda pelo prodígio norte-irlandês George
Best – outro dos jogadores mais importantes, o escocês Dennis Law, estava
lesionado.
Bobby
Charlton abriu o ativo aos 53 minutos, através de um cabeceamento certeiro,
mas Jaime Graça restabeleceu a igualdade aos 79’, levando a decisão para
prolongamento. Contudo, o Manchester
United surgiu mais forte no tempo extra e marcou três golos ainda na
primeira parte, da autoria de Best
(92’), Brian Kidd (94’) e novamente Bobby
Charlton (99’).
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