terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre Club Brugge e equipas portuguesas

Leão Rochemback na perseguição a um jogador do Brugge
A minha primeira memória de um jogo entre o Club Brugge e uma equipa portuguesa remonta ao verão de 2003, quando a equipa belga veio até Portugal para defrontar o Sporting num encontro de pré-época na Marinha Grande em que esteve em jogo o troféu Euro-Lusa Cup. Confesso que já não me lembrava do pormenor da taça nem do local da partida e nem sequer do resultado, mas tinha ideia de o Brugge ter jogado frente aos leões numa pré-temporada no início do século XXI e que os verde e brancos não saíram derrotados. Felizmente que informações disponíveis na Internet me avivaram a memória.
 
A 29 de julho de 2003, numa altura em que Fernando Santos procurava o melhor onze para o Sporting e ainda testava o 4x3x3 em vez do 4x4x2 losango que haveria de implementar, apresentou uma equipa que tinha Ricardo na baliza, Beto e Hugo no eixo da defesa (mas com Polga à espreita), Mário Sérgio e Rui Jorge nas laterais, Fábio Rochemback como médio mais recuado, Pedro Barbosa e João Vieira Pinto como médios interiores e Cristiano Ronaldo e Rodrigo Tello no apoio ao ponta de lança Elpídio Silva. Embora Santos seja rotulado de ser um treinador defensivo, refira-se que um meio-campo com Rochemback, João Pinto e Pedro Barbosa era bastante ousado – de tal forma ousado que Custódio acabou por ganhar o lugar nas costas desse trio ainda no início da temporada.
 
Quanto ao Club Brugge, comandado pelo norueguês Trond Sollied, não tinha nomes muito sonantes no plantel. Apenas alguns modestos internacionais belgas como o guarda-redes Dany Verlinden, o central Philippe Clément, o lateral esquerdo Peter Van der Heyden, o médio defensivo Timmy Simons, o médio Gaëtan Englebert e o extremo Gert Verheyen, assim como internacionais por outros países como o central checo David Rozehnal, o médio jugoslavo Ivan Gvozdenovic, o médio ofensivo romeno Alin Stoica e o ponta de lança peruano Andrés Mendoza.



 
O primeiro golo do encontro surgiu pouco depois da meia hora, num lance de contra-ataque dos belgas, com Mendonza a servir Verheyen de bandeja (34’). Já no segundo tempo, à passagem da hora de jogo, João Pinto igualou a partida através de um cabeceamento certeiro ao primeiro poste na sequência de um livre de Rodrigo Tello a partir da direita (61’).
 
O 1-1 manteve-se até ao apito final, mas como havia um troféu em disputa, teve lugar um desempate por penáltis. Aí o Sporting venceu por 3-2, com golos de Ricardo, Tello e Cristiano Ronaldo para os leões e de Simons e Bengt Sæternes para os belgas.
 
“Os leões de Fernando Santos entraram de forma fulgurante na partida, dominaram claramente a primeira meia-hora, mas voltaram a manifestar muita dificuldade em colocar a bola na baliza adversária. Rochemback deixou claro que é reforço e Ronaldo animou todo o jogo com uma mão cheia de truques”, começou por escrever o Maisfutebol na crónica do jogo, assinada pelo jornalista Ricardo Gouveia.
 
“Fernando Santos voltou a apresentar um 4x3x3 muito ofensivo, com Ricardo na baliza, um quarteto defensivo composto por Mário Sérgio, Hugo, Beto e Rui Jorge, apoiado por Rochemback, um pouco mais adiantado. João Pinto e Pedro Barbosa jogaram soltos no meio-campo, enquanto Ronaldo (direita) e Tello (esquerda) apoiaram Silva pelos extremos. Os leões entraram de forma fulgurante, com Ronaldo a transbordar de imaginação no lado direito. Em poucos minutos, o jovem avançado pôs o público a bater palmas com os seus dribles recheados de pequenos pormenores de que os adeptos tanto gostam. Com Rochemback a assumir um papel determinante na distribuição do jogo, fazendo a bola rolar para os extremos, os leões jogaram em velocidade, trocaram bem a bola, com Pedro Barbosa e João Pinto a explorar muito bem os espaços concedidos pelo adversário”, pode ler-se.
 
“Os jogadores do Sporting souberam tirar proveito da técnica mais evoluída para bater um adversário mais alto (os dez jogadores de campo tinham mais de 1,80m). Ronaldo foi uma permanente dor de cabeça para Van der Heyden. O jovem avançado chegou sempre à linha de fundo, passando pelo lateral belga com facilidade, mas depois nem sempre conseguiu dar à bola o melhor destino. Aliás, todos os leões criaram toneladas de jogo na área belga, mas raramente conseguiram atirar com perigo à baliza do veterano Verlinden. Um defeito que Fernando Santos tarda em corrigir. Em cinco jogos, os leões contam apenas com três golos marcados”, prosseguiu a crónica.
 















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