Maranata Vunge tem estado em destaque no Mirandela |
A brilhar num Mirandela sem “grandes
condições”, mas onde os jogadores se conseguem treinar como “profissionais”, o
jovem atacante angolano
Maranata Vunge emigrou há pouco mais de dois anos para Portugal para ficar mais
perto de concretizar o sonho de jogar pelo Manchester United na Liga
dos Campeões.
Em entrevista, fala na formação
no Petro
de Luanda, das experiências no Vasco da Gama da Vidigueira e na Naval e no
sonho de jogar na “amada” seleção
angolana.
ROMILSON TEIXEIRA - O Maranata Vunge foi titular em 11 dos 12 jogos que o
Mirandela disputou esta época. Que balanço faz destes primeiros meses de
temporada, tanto a nível individual como coletivo?
MARANATA VUNGE - Estou em grande forma
e consigo ajudar a equipa ao máximo. Coletivamente estamos bem.
O Mirandela ocupa o quarto lugar na Série A do Campeonato
de Portugal, em posição de acesso ao playoff
à Liga 3. É esse o objetivo? Até onde pode chegar a equipa?
Os objetivos passam por manter a
equipa nos cinco primeiros lugares. Depois, se der para subir para primeiro,
vamos, mas não é o nosso foco.
O que tem achado dos seus companheiros de equipa? Há algum que o tenha
impressionado especialmente?
Realmente há muita qualidade no
plantel. Se eu dissesse apenas um estaria a mentir. Somos 24 e todos me impressionam.
Acho que os meus colegas são mesmo colegas, ajudamo-nos e temos mentalidade
vencedora.
Que opinião tem acerca dos métodos do treinador Rui Eduardo Borges?
Bem, o mister é o mister. Tem o
seu pensamento único, a sua forma única e original e é simples como o futebol
pede.
O que está a achar do Mirandela enquanto clube?
Não temos grandes condições em Mirandela,
mas conseguimos treinar como profissionais. Acho que é uma grande equipa no Campeonato
de Portugal.
Maranata Vunge tem sido titular em todos os jogos do Mirandela |
Está a custar-lhe muito o rigoroso inverno transmontano?
Sinceramente está a custar muito
[risos]. Muito mesmo. O frio cá é muito rigoroso.
O Maranata é um médio ofensivo/segundo avançado de elevada estatura (1,88
m). Como se descreve enquanto jogador?
Ainda não sou um jogador
completo, mas já estive mais distante. Ainda assim, hoje eu posso dizer que
consigo jogar futebol de verdade.
Há uns anos jogou no Mirandela um jogador africano, Zaidu, que hoje
está no FC
Porto a lutar por títulos e a disputar a Liga
dos Campeões. É um exemplo a seguir? Fala-se muito dele no clube?
Não é que ele seja exemplo para
mim, mas é onde queremos chegar.
O Maranata Vunge começou a jogar no futebol português em 2018-19 ao
serviço do Vasco
da Gama da Vidigueira, no Baixo Alentejo,
mas na época passada esteve na Naval, na Beira Litoral, e este ano está em
Trás-os-Montes, no Mirandela. O que o levou a escolher sítios tão diferentes
para jogar futebol e o que mais e menos gostou de cada região?
Aprendi muito por onde passei. Na
Vidigueira
e na Naval gostei mesmo muito de tudo. Essas experiências fizeram de mim o que
sou e o que sei agora.
Voltemos atrás no tempo. Onde nasceu e cresceu? Como foi a sua
infância?
Nasci no Sambizanga e cresci no Golf
1. A minha infância foi a melhor, de longe a melhor. Amei ser criança. Os meus
amigos e a minha família completaram a minha infância.
“O Petro
é a minha eterna casa, que me viu a crescer e onde fiz amigos para a vida”
Vunge jogou na Naval durante a época pasada |
Antes de emigrar para Portugal jogou nas camadas jovens do Petro
de Luanda. Que memórias guarda desses tempos?
O Petro
é a minha eterna casa, que me viu a crescer e onde fiz amigos para a vida,
aprendi sobre ser homem e sobre futebol. Tenho boas memórias.
O que levou a emigrar para Portugal?
Sempre sonhei jogar no Manchester
United na Liga
dos Campeões, então vir a Portugal era um passo entre mil passos.
Tem acompanhado o futebol
angolano? Que opinião tem e quais são os atletas angolanos
que mais admira?
Do nosso futebol eu acompanho o
Diogenes, Picas, job, Danilson, Mano Mano, Pedro Agostinho, Razão, Balsa, Coxe,
Dax, Balakay, Gti, Vidinho, Mavambu e muitos outros talentos.
Sonha com uma chamada à Seleção
Nacional de Angola? Já foi alguma vez contactado pela Federação?
Nunca fui contactado, mas sonho
em fazer parte da nossa amada seleção.
Gostava de experimentar o Girabola?
Há dois anos eu sonhava muito com
o Girabola.
Mas as coisas mudam.
Alguma vez se sentiu vítima de racismo? Que opinião tem sobre o recente
episódio que envolveu o quarto árbitro no jogo da Liga
dos Campeões entre o PSG e o Basaksehir?
Até agora nunca fui vítima de
racismo, tenho encontrado pessoas humanas. Sobre a decisão do árbitro, prefiro
não comentar.
Entrevista realizada por Romilson Teixeira
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