Léo Lima e Mladenović no jogo dos Barreiros, na primeira-mão |
Foi precisamente após
cair na 3.ª pré-eliminatória da Champions,
aos pés do CSKA
Moscovo, que os britânicos
foram repescados para a Taça
UEFA, em 2004-05. Pela frente, na primeira eliminatória da
segunda competição europeia, encontraram o Marítimo.
O favoritismo estava,
pois claro, do lado do Rangers,
orientado por Alex McLeish, no cargo desde 13 de dezembro de 2001. Na
equipa estava, por exemplo, o avançado internacional croata Dado
Prso, que na época anterior tinha ajudado o Mónaco
a chegar à final
da Liga dos Campeões. Mas havia mais jogadores com algum nome,
como o guarda-redes campeão europeu pelo Borussia
Dortmund em 1996-97, Stefan Klos; o central internacional francês
Jean-Alain Boumsong; o defesa central/esquerdo internacional italiano
Paolo Vanoli; o médio defensivo internacional holandês Fernando
Ricksen; o avançado internacional georgiano Shota Arveladze,
ex-Ajax;
o irrequieto avançado espanhol Nacho Novo; e o avançado
internacional dinamarquês Peter Lovenkrands.
Porém, era difícil
passar nos Barreiros, onde o Marítimo tinha vencido por duas vezes o
Leeds em épocas anteriores, apesar de não ter passado a
eliminatória. Neste caso concreto, o treinador Mariano Barreto tinha
à sua disposição jogadores como o guarda-redes brasileiro Marcos,
os centrais Tonel e Mitchell van der Gaag, os laterais Ferreira e
Briguel, os médios Wênio, Bino Chaínho, Silas
e Léo Lima e os atacantes Luís
Filipe, Alan e Manduca.
Na primeira mão, a 16 de
setembro de 2004 na Madeira, os maritimistas venceram por 1-0, com um
golo de Manduca à passagem da meia hora. No entanto, o resultado
soube a pouco, tendo em conta as ocasiões criadas.
“Faltou traquejo para
quebrar sina britânica. O Marítimo conseguiu um bom resultado
frente a um adversário bem mais cotado e experiente, mas perdeu uma
oportunidade soberana de dar um passo importante para a passagem da
eliminatória. Não foi capaz de quebrar a sua sina britânica: em
1998 e 2000 foi eliminado da mesma Taça
UEFA pelo Leeds, a quem venceu em casa pelo mesmo 1-0. Faltou
claramente ao Marítimo maior maturidade e experiência ao nível das
taças europeias para agarrar a oportunidade. O 1-0 não é mau
resultado, mas os jogadores do Marítimo não fazem ideia nem estão
preparados para enfrentar o ambiente infernal de Ibrox Park, do
primeiro ao último minuto. Sei do que falo. O Rangers
em casa é outra equipa, muito mais perigosa e avassaladora. E com
aquele ambiente entra logo a ganhar por 1-0...”, escreveu
o Record.
Em Glasgow, o
guarda-redes brasileiro Marcos assinou uma exibição notável,
adiando sucessivamente o golo dos escoceses.
Contudo, Dado Prso viria mesmo a igualar a eliminatória aos 70
minutos, com um remate de pé esquerdo. O placard não sofreu
alterações, o que levou a decisão para prolongamento e para o
desempate por grandes penalidades, em que o Rangers
foi mais forte, vencendo por 4-2: Nacho Novo, Dado Prso, Steven
Thompson e Grégory Vignal marcaram para os da casa, Silas
e Léo Lima para os madeirenses.
“Pecado do último
passe mas... grande Marítimo. O Marítimo realizou uma exibição
quase perfeita para o potencial e o nível qualitativo do seu quadro
de jogadores. Só teve um pecado capital: o último passe nunca
entrou - e a equipa criou inúmeras situações de contra-ataque em
que poderia ter dado o xeque-mate. Este aspeto do acerto no último
passe distingue os grandes jogadores dos medianos e dos bons
jogadores e o plantel do Marítimo não integra executantes daquele
primeiro patamar. Custa perder assim, nos penáltis - até aí a
qualidade técnica fez a diferença como se viu entre os jogadores do
Marítimo que as cobraram... - mas os insulares fizeram um grande
jogo, mostrando uma coragem, uma personalidade, um autocontrolo que
se julgava não estar ao seu alcance”, frisou
o Record.
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