Bávaro Ballack entre londrinos Ricardo Carvalho e Gudjohnsen |
O histórico de
confrontos entre Chelsea
e Bayern Munique é recente e curto, mas intenso. As minhas primeiras
memórias de jogos entre as duas equipas remontam precisamente aos
primeiros duelos entre ambas, em abril de 2005.
O Chelsea,
com José
Mourinho no comando técnico desde o início dessa época,
procurava a afirmação europeia. O Bayern, crónico campeão da
Alemanha e vencedor do título europeu em 2001, regressava aos
quartos de final da Liga
dos Campeões três anos depois.
Entre duas equipas
recheadas de jogadores internacionais por algumas das melhores
seleções do mundo, os londrinos
foram melhores em Stamford
Bridge, na primeira-mão, e venceram por 4-2, num jogo em que
Mourinho
não estava no banco por cumprir castigo.
O médio ofensivo
internacional inglês Joe Cole deu vantagem aos blues
logo aos quatro minutos, através de um remate de fora da área ainda
desviado em Lúcio. O recém-entrado Bastian Schweinsteiger empatou o
jogo no início da segunda parte, aos 52 minutos, na recarga a um
remate de Zé Roberto defendido para a frente por Petr Cech.
Depois teve lugar o
festival Frank Lampard, que no espaço de dez minutos apontou dois
golos (60' e 70'), ambos de pé esquerdo – o segundo foi
particularmente bonito, num remate à meia volta no interior da área
que bateu Oliver Kahn. Didier Drogba apontou o 4-1 aos 81', após um
conjunto de ressaltos na área na sequência de um pontapé de canto.
Porém, já em tempo de compensação Michael Ballack reduziu na
conversão de uma grande penalidade e relançou a eliminatória.
“Chelsea
demolidor. A música era italiana, mas a letra bem portuguesa: “José
Mourinho, José
Mourinho”. Os cânticos após o terceiro golo do Chelsea,
o segundo de Frank Lampard, devolveram o treinador português a
Stamford
Bridge, apesar do castigo o ter levado a ver o jogo frente ao
Bayern de Munique numa televisão fora do estádio onde se desenrolou
a primeira mão dos quartos de final da Liga
dos Campeões. O Chelsea
bateu o Bayern, por 4-2 – com os alemães a ressuscitarem o
interesse graças a um penálti nos descontos –, e dá um passo em
direção às meias-finais – ingleses ou alemães terão pela
frente o vencedor da eliminatória entre o Liverpool e a Juventus (os
reds ganharam em Anfield Road por 2-1)”, escreveu o Diário de
Notícias.
Porém, o local em que
Mourinho
assistiu ao jogo esteve envolto em grande mistério, assim como um
estranho gorro que o adjunto Rui Faria utilizou nessa noite e que
poderia estar a esconder algum tipo de auriculares para comunicar com
o líder da equipa técnica. Mais tarde, o treinador português
explicou que foi para o balneário bem cedo durante esse dia e que
saiu num carrinho de lavandaria. “Era um Chelsea-Bayern
Munique, um grande jogo da Liga
dos Campeões, e eu precisava de estar com os meus jogadores e
fiz isso, sim. Fui para o balneário durante o dia, por isso estive
lá desde o meio-dia e o jogo era só às 19.45. Eu apenas queria
estar no balneário quando os jogadores chegassem. Cheguei e ninguém
me viu, o problema foi sair depois. O roupeiro pôs-me no cesto da
roupa e, para que eu pudesse respirar, estava um bocadinho aberto.
Mas quando estava a sair do balneário, foi seguido pelos homens da
UEFA desesperados para me encontrar, por isso fechou a caixa e eu não
conseguia respirar. Quando a abriu, estava a morrer”, contou em
janeiro de 2019.
No segundo jogo, o
Chelsea
foi derrotado no Olímpico de Munique por 2-3, mas nunca teve a
eliminatória em perigo. À passagem da meia hora, Lampard adiantou
os londrinos
através de um remate forte de fora da área que ainda desviou em
Lúcio (mais uma vez...). Claudio Pizarro, em posição irregular,
empatou aos 65', na recarga a um cabeceamento de Ballack desviado
para o poste por Petr Cech, recolocando os bávaros a dois golos do
apuramento. Porém, Didier Drogba respondeu de forma categórica a um
cruzamento de Joe Cole e cabeceou para fora do alcance de Oliver Khan
(80').
A eliminatória ficou
praticamente sentenciada e até deu para o médio defensivo português
Nuno Morais fazer a estreia na Liga
dos Campeões, mas a formação alemã marcou por mais duas vezes
antes do apito final: Paolo Guerrero empatou o jogo aos 90', na
sequência de um cruzamento tenso e rasteiro de Schweinsteiger; e
Mehmet Scholl fez o 3-2 para o conjunto orientado por Felix Magath
aos 90+5', a passe de Pizarro.
“Chelsea
nas meias-finais. Se José
Mourinho tem, como lhe apontam, uma estrela que o protege nos
momentos mais difíceis, então ela revela-se de uma forma cínica e
fatal para adversários como o Bayern de Munique, que ontem ainda
bateu o Chelsea
(3-2), mas foi eliminado nos quartos-de-final da Liga
dos Campeões, após 4-2 favorável aos ingleses na primeira mão.
A boa estrela de Mourinho
sofreu nos últimos minutos com a perda de concentração da defesa
dos blues,
que permitiu aos alemães virar o jogo de 1-2 para o resultado
final”, resumiu o Diário de Notícias.
Sem comentários:
Enviar um comentário