Sete golos em 19 jogos
oficiais pelo Farense
neste início de temporada depois de ter sido uma peça importante na
promoção do Famalicão à I Liga não são números extraordinários
para Fabrício Simões, mas o seu contributo para o coletivo não se
mede pela frieza das estatísticas.
O avançado brasileiro de
34 anos não é particularmente muito alto (1,83 m), rápido ou
virtuoso tecnicamente, e até chega a passar discreto durante as
partidas, mas é inteligente, tem grande conhecimento dos terrenos
que pisa e das funções que desempenha, pelo que a simplicidade das
ações dele têm lugar cativo no onze
de Sérgio Vieira. Foi titular em todos os jogos dos algarvios
nesta época e apenas foi substituído em dois, um aos 88 e outro aos
90 minutos.
O antigo jogador de União
de Leiria, Estoril, Sp. Covilhã e Famalicão, entre outros, é uma
espécie de porto seguro, para onde os companheiros sabem que em
qualquer situação lhe podem enviar a bola porque ele encontrará
uma situação benéfica.
Embora não seja
propriamente uma viga, é dotado de um grande poder de impulsão, o
que lhe permite ganhar as chamadas primeiras bolas no futebol aéreo,
quando os colegas mais recuados optam por bombear o esférico para a
frente ou em lançamentos laterais. E além de ganhar o duelo aéreo
aos defesas, penteia a bola com critério, procurando colocá-la num
local para onde os companheiros de ataque se estejam a desmarcar, a
fim de ganharem a chamada segunda bola.
Noutra situação, quando
está desapoiado mas recebe a bola, sabe segurá-la bem, retendo-a
durante vários segundos enquanto os companheiros se aproximam, não
deixando que se desperdice uma oportunidade de a equipa progredir ou,
caso quem o marque seja mais imprudente, ganhando uma falta.
Fabrício Simões tem
poucas ações individuais que galvanizem os adeptos. Não contem com
ele para levantar o estádio. Mas é o somatório de todas as
decisões que toma que fazem dele uma pedra imprescindível na luta
do Farense
pela subida ao patamar maior do futebol português.
Este avançado brasileiro
natural de Cachoeiro, do estado de Espírito Santo, é dos tais que
passam muitos e bons anos na Segunda Liga mas que por uma ou outra
razão não impõe a sua qualidade na Primeira. Ajudou às promoções
de Estoril
(2011-12) e Famalicão (2018-19) e está em Faro para provar que o
ditado verdadeiro é o que diz que “não há duas sem três”.
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