Com o título de 2003/04 garantido
ainda antes de entrar em campo na jornada anterior, a antepenúltima do
campeonato, a menor preocupação do FC Porto era o que restava jogar da I Liga.
Afinal, ainda faltava disputar uma meia-final da Liga dos Campeões – e em caso
de apuramento a final, o que acabou por se verificar – e a final da Taça de Portugal diante do Benfica.
Na penúltima ronda, a 30 de abril
de 2004, os dragões deslocaram-se a Vila do Conde para defrontar o Rio Ave, principal
surpresa dessa edição do campeonato por ter lutado até ao fim por uma vaga nas
competições europeias apesar do estatuto de recém-promovido. Miguelito,
Vandinho, Evandro e Paulo César eram algumas das figuras da equipa comandada
por Carlos Brito, que
tinha empatado em Alvalade e goleado o Sporting nos Arcos e conseguido uma
igualdade em casa ante o Benfica.
A quatro dias da meia-final da
Champions na Corunha, José
Mourinho apresentou um onze repleto de segundas linhas, em que o médio
Pedro Mendes e o avançado Derlei foram exceção à regra. Nuno Espírito Santo, Bosingwa,
Pedro Emanuel, Ricardo Costa, Pedro Ribeiro, Mário Silva, Ricardo Fernandes, Sérgio
Conceição e Maciel
foram os outros escolhidos.
A falta de entrosamento do onze
portista e da importância do encontro resultaram num menor desempenho dos azuis e brancos, que saíram derrotados. Um golo solitário de Miguelito (ou um frango
de Nuno…) deu a vitória aos vila-condenses.
“Campeão de aviário. O FC Porto
sofreu a segunda derrota da temporada num jogo feio e mau, que o Rio Ave ganhou
com justiça e sem grande esforço. Nuno ofereceu o triunfo aos vila-condenses
numa bandeja e a notícia é que Derlei está pronto para a Corunha”, escreveu O Jogo.
“Por outro lado, atendendo a
todas as circunstâncias, não era de esperar que fosse bonito. O FC Porto
apareceu em Vila do Conde com uma equipa tão remendada que era praticamente
irreconhecível, o Rio Ave marcou demasiado cedo para ser realmente atrevido e o
árbitro passou algum tempo a esbracejar desesperadamente para se manter à tona
de um relvado encharcado até aos ossos, que tornava cada passe numa lotaria,
cada finta num totobola e cada corte num atentado terrorista. Vendo bem, um jogo
assim tinha que ser decidido por um golo assado. Nuno deu um frango daqueles
que tornaram o Entroncamento famoso”, podia ler-se na crónica do diário
desportivo.
“Quando duas equipas jogam mal, o
árbitro [Jorge Sousa] é mau e o relvado está em más condições, é natural que o
jogo seja péssimo”, sintetizou José Mourinho no final, em conferência de
imprensa.
Curiosamente, lembro-me deste jogo, mais por ter sido apenas a segunda derrota do FC Porto no campeonato e pelo frango de Nuno, mas não me recordo do da primeira volta nem do confronto entre ambas as equipas, que os dragões venceram por 1-0, com golo de McCarthy de grande penalidade aos 89 minutos.
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