Cinco dragões, três leões, dois bracarenses e o artilheiro-mor
Terminou a I
Liga versão 2017/18. O FC Porto conquistou o título num campeonato marcado por
um fosso gigantesco entre os quatro primeiros classificados e os demais
concorrentes. Não é, por isso, de estranhar, que apenas jogadores dos campeões,
Sporting, Benfica e Sp. Braga apareçam neste Onze Ideal.
Guarda-redes:
Beneficiando da saída de Ederson do Benfica para o
Manchester City, Rui
Patrício reforçou (ainda mais) o estatuto de melhor guarda-redes a
atuar em Portugal. O Sporting até nem teve a defesa menos batida do campeonato,
mas a solidez demonstrada pelo internacional português em mais uma época – quem
sabe a última na I Liga… - tornam a escolha pouco discutível. O guardião
leonino foi totalista no campeonato e encaixou 24 golos. Infelizmente para ele,
terminou a época da pior forma, com um erro monumental nos Barreiros que ainda
assim não coloca em dúvida esta distinção.
Segundo o GoalPoint, foi o segundo guarda-redes da I Liga com melhor percentagem de remates defendidos em 2017/18 (77,8%).
Segundo o GoalPoint, foi o segundo guarda-redes da I Liga com melhor percentagem de remates defendidos em 2017/18 (77,8%).
Centrais:
Surpreendente? Talvez. Raúl
Silva chegou a Braga no início da temporada após ter cumprido a melhor
época de sempre no Marítimo, e mostrou num clube de dimensão superior o que já
tinha exibido nos Barreiros. Dotado de um jogo aéreo fenomenal, apontou seis
golos no campeonato – e nove em todas as competições
-, mostrou-se imponente no capítulo defensivo e seguro nas ações com bola. Não
ficou a dever em relação a Felipe, Coates ou Rúben Dias.
Um señor que vai
deixar saudades no futebol português. Iván
Marcano é o protótipo do central completo: elegante, ágil, imponente no
jogo aéreo e com qualidade a sair a jogar. Líder da linha defensiva, muitíssimo
regular e fiável, mostrou uma conduta irrepreensível e grande nível de
profissionalismo até ao último dia, mesmo a saber-se que ia abandonar o FC
Porto no final da temporada, quando termina contrato. Foi um dos esteios na
campanha portista e concluiu a época da melhor forma possível, ao marcar o golo
da vitória em Guimarães.
Laterais:
Como é habitual neste tipo de iniciativas, não posso evitar
uma pequena batota. Ricardo Esgaio
jogou a maior parte da época a extremo, mas uma vez que atuou algumas vezes a lateral
e fez uma grande temporada ao serviço do Sp. Braga, lá se arranjou forma de o
encaixar. Sem espaço no Sporting, foi para o Minho através do negócio que levou
Battaglia a fazer o caminho inverso, e desde os primeiros jogos que deu grande
acutilância ao corredor direito. Foi um dos indiscutíveis para Abel Ferreira,
tendo somado quatro golos e nove assistências.
Na segunda época
de dragão ao peito, Alex Telles
explodiu, ao ponto de ter sido o rei das assistências no campeonato, com 11
passes para golo. Além da largura e profundidade dadas ao corredor direito do
FC Porto, mostrou-se irrepreensível no capítulo defensivo, revelando
responsabilidade posicional e qualidade na forma como não se deixava bater no
um contra um. Admira como os colossos europeus não mostrem mais interesse na
contratação do lateral brasileiro.
De acordo com o GoalPoint, foi o jogador da I Liga com mais passes para finalização (3,21) e o segundo com mais cruzamentos eficazes por 90 minutos em 2017/18 (1,46).
De acordo com o GoalPoint, foi o jogador da I Liga com mais passes para finalização (3,21) e o segundo com mais cruzamentos eficazes por 90 minutos em 2017/18 (1,46).
Médios:
De mal-amado a capitão e figura central do título portista,
muito devido ao golo no Estádio da Luz que devolveu a liderança da I Liga ao FC
Porto. Héctor Herrera demorou a
convencer os adeptos e até Sérgio Conceição, que inicialmente apostou em Óliver
Torres para o meio-campo, à frente de Danilo Pereira. O médio mexicano assinou
aos 28 anos, provavelmente, a melhor temporada de azul e branco, através da
intensidade nos momentos defensivos e qualidade de passe e de transporte de bola que acrescentou ao
meio-campo dos dragões.
De acordo com o GoalPoint, foi o quarto jogador da I Liga com mais recuperações de posse de bola (8,08) e o terceiro com mais passes eficazes para o meio-campo adversário por 90 minutos em 2017/18 (32,4).
De acordo com o GoalPoint, foi o quarto jogador da I Liga com mais recuperações de posse de bola (8,08) e o terceiro com mais passes eficazes para o meio-campo adversário por 90 minutos em 2017/18 (32,4).
Embora seja português e tivesse sido capitão da seleção
sub-21, Bruno
Fernandes era praticamente um desconhecido do futebol luso quando no
último verão assinou pelo Sporting, que pagou quase 10 milhões de euros pelos
seus préstimos. O médio não demorou a impor-se na equipa titular dos leões e
cedo se tornou uma das revelações do campeonato, tendo apontado 11 golos – não esquecer
que é um médio… - e sido chamado por Fernando Santos à principal equipa das
quinas. Visão de jogo, versatilidade, qualidade de passe – somou oito
assistências - e classe são algumas das principais qualidades de um jovem
futebolista de 23 anos blindado com uma cláusula de rescisão de 100 milhões de
euros.
Extremos:
Na terceira época a tempo inteiro na equipa principal do
Sporting, Gelson
Martins reforçou o estatuto de principal desequilibrador no ataque
leonino e voltou a mostrar melhorias na definição dos lances, capítulo em que é
menos assertivo. O extremo internacional português rubricou a melhor temporada
da carreira, tendo apontado oito golos no campeonato. Sem a sua velocidade e
capacidade de drible, os verde e brancos teriam tido muitas mais dificuldades
em penetrar pelas muralhas defensivas dos adversários.
De acordo com o GoalPoint, foi o quarto jogador da I Liga com mais dribles eficazes por 90 minutos em 2017/18 (2,73).
De acordo com o GoalPoint, foi o quarto jogador da I Liga com mais dribles eficazes por 90 minutos em 2017/18 (2,73).
Após uma primeira temporada deslumbrante e duas
dececionantes de azul ao peito, Yacine
Brahimi voltou a mostrar a sua melhor versão em 2017/18. Colado ao
corredor esquerdo, o argelino tornou a ser titular indiscutível e a exibir a
velocidade e a magia que levaram o FC Porto a contratá-lo ao Granada no verão
de 2014. Apontou nove golos no campeonato e integrou um trio africano de
sucesso, ao lado de Marega e Aboubakar.
Segundo o GoalPoint, foi o terceiro jogador da I Liga com mais passes eficazes para o último terço do terreno (16,2), o que fez mais dribles eficazes (5,51) e o quinto mais vezes travado em falta no último terço do terreno por 90 minutos em 2017/18 (1,16).
Segundo o GoalPoint, foi o terceiro jogador da I Liga com mais passes eficazes para o último terço do terreno (16,2), o que fez mais dribles eficazes (5,51) e o quinto mais vezes travado em falta no último terço do terreno por 90 minutos em 2017/18 (1,16).
Avançados:
No eixo do ataque só cabem dois homens – e até podia caber
só um – e Moussa Marega nem foi um
dos dois melhores marcadores do campeonato – esteve quase, foi terceiro -, mas
a forma inesperada como se tornou um dos alicerces da campanha portista e a
importância que teve no decorrer do campeonato tornam a sua presença inevitável
neste onze ideal. Se no início da temporada era apontado como um jogador
limitado e que só integrava o plantel devido às restrições financeiras do FC
Porto, respondeu com 22 golos, poderio físico, explosão e veia goleadora. A sua
influência notou-se quando jogou e… quando esteve ausente.
De acordo com o GoalPoint, foi o segundo jogador da I Liga com mais remates enquadrados por 90 minutos (1,72) e o terceiro com percentagem mais alta de remates convertidos em golo em 2017/18 (22,9%).
De acordo com o GoalPoint, foi o segundo jogador da I Liga com mais remates enquadrados por 90 minutos (1,72) e o terceiro com percentagem mais alta de remates convertidos em golo em 2017/18 (22,9%).
Aos 34 anos, Jonas
apontou 34 golos num campeonato com 34 jornadas, embora só tenha participado em
30. Os anos passam mas a veia goleadora do avançado brasileiro aparenta estar
cada vez mais refinada. Marca golos de todas as formas e feitios, aparecendo no
sítio certo e à hora da certa. Há muitos adjetivos para descrever a qualidade
do veterano avançado mas poucas em que o talento dele possa caber. Julgava-se
que iria perder protagonismo com a mudança de 4x1x3x2 para 4x3x3, mas mostrou
que pode jogar sozinho no eixo do ataque sem que a equipa mostre algum tipo de
carências.
Segundo o GoalPoint, foi o jogador da I Liga com mais remates enquadrados por 90 minutos (2,60) e o segundo com percentagem mais alta de remates convertidos em golo em 2017/18 (25,6%).
Segundo o GoalPoint, foi o jogador da I Liga com mais remates enquadrados por 90 minutos (2,60) e o segundo com percentagem mais alta de remates convertidos em golo em 2017/18 (25,6%).
Treinador:
O treinador campeão não teria de ser necessariamente o
melhor da época, mas tendo em conta o dedo de Sérgio
Conceição na campanha portista, é inevitável que o técnico dos dragões
seja o distinguido. Oriundo dos franceses do Nantes, o antigo extremo encontrou
uma equipa que tinha terminado em segundo lugar na época anterior (mas sem
André Silva e Rúben Neves) e vários jogadores que tinham estado emprestados e
que aparentavam não ter qualidade suficiente para singrar no Dragão. Nada mais
errado. Com organização tática e níveis de intensidade altíssimos, o treinador fez
das fraquezas forças e devolveu o orgulho aos adeptos azuis e brancos. E Sérgio
Oliveira, Marega e Aboubakar, três dos que estavam cedidos, acabaram por
ter papéis muito importantes.
Boa noite David.
ResponderEliminarNeste artigo colocaria outra equipa... Opiniões são opiniões e a minha é baseada na minha forma de ver o futebol pelo que...
Patrício
Esgaio, Raúl Silva, Rúben Dias e Telles
Fejsa,
Rúben Fernandes
Gelson e Brahimi
Dost e Jonas
Patrício pois não há de momento muito mais escolha.
Da defesa só tenho reticências com Telles, pois é um defesa muito violento (nem comparem com o Rúben porque não vale a pena). Decisão muito difícil pois Grimaldo não esteve tão bem como na época passada. Até na lateral direita tenho dificuldade uma vez que Ristovski e Douglas deram boas indicações, pena que em final de época. A dupla de centrais parece-me mais equilibrada e com muito mais garra.
Fejsa caía a matar neste meio campo muito versátil uma vez que teria o espaço necessário para se movimentar como gosta, ele necessita de amplitude de movimentos para conseguir fazer o que mais ninguém em Portugal e poucos no mundo, fazem: Antecipar e construir.
Fernandes com Gelson e Brahimi: Com as costas quentes (Fejsa) e 2 extremos mordazes com grande apetite pela profundidade e elevada capacidade de drible, o Fernandes tanto poderia carregar como distribuir jogo para além de que é muito apto a ganhar sobras nas entradas das grande-áreas.
Dost com Jonas... Sem dúvida a dupla perfeita que deriva das caraterísticas de ambos: Dost é mais posicional e muito incisivo, o que daria a Jonas ma liberdade posicional muito ampla na frente de ataque... E quando Jonas tem essa liberdade... Ambos os avançados iriam ser parceiro de sucesso.
Claro que isto é tudo muito bonito mas só funciona se todos tiverem consciência de que a única maneira de vencer é respeitarem a harmonia e serem solidários com os colegas. Resultado final: Sporting 4, Benfica 3, Braga 2, Porto 2.
Quanto ao treinador, é difícil escolher um que mereça treinar esta equipa! Talvez o Abel Ferreira do Sp Braga
O meu agradecimento pelo convite pois é muito bom falar de futebol nesta porcaria de futebol que é o português.
AMC
Eu punha o Cláudio Ramos no 11 ideal. O Rui Patrício é indiscutivelmente o melhor guarda-redes do campeonato, isso não está aqui em causa, mas creio que este ano não foi assim tantas vezes chamado à acção e, nalgumas das vezes que foi, não respondeu à altura. Pelo contrário, o Cláudio Ramos, igualmente totalista, fez inúmeras exibições tremendas e foi absolutamente decisivo, mais uma vez, para a época do Tondela.
ResponderEliminarOnze GoalPoint:
ResponderEliminarCláudio Ramos (6.03)
Ricardo Pereira (6.63)
Felipe (6.09)
Raúl Silva (6.00)
Alex Telles (6.70)
Herrera (6.44)
Bruno Fernandes (6.53)
Zivkovic (6.52)
Matheus Pereira (6.29)
Jonas (6.97)
Brahimi (6.72)