segunda-feira, 4 de março de 2024

Morreu Alexandre Baptista: magriço, vencedor do único troféu europeu do Sporting e campeão de ténis de mesa. Quem se lembra dele?

Alexandre Baptista disputou 152 jogos pelo Sporting
Um dos primeiros grandes futebolistas nascidos no Barreiro, Alexandre Baptista era sobrinho de um antigo jogador do Benfica, Raul Baptista, mas como jogador notabilizou-se no centro da defesa do Sporting, o único clube que representou. Morreu este domingo, aos 83 anos.
 
Praticante de várias modalidades, como ténis, basquetebol, golfe e voleibol, começou a ligação ao emblema leonino na condição de jogador de ténis de mesa, tendo conquistado campeonatos nacionais de infantis e juniores no final da década de 1950.
 
Licenciado em economia, também percorreu as camadas jovens do futebol do Sporting, tendo feito a estreia pela equipa principal a 26 de fevereiro de 1961, numa receção ao Atlético para a Taça de Portugal (2-0).
 
 
Começou nesse dia uma história bonita de dez anos como um dos pilares da defesa verde e branca, apesar de ter feito a formação como médio. Em 1963-64 agarrou a titularidade e ajudou a equipa de Alvalade a conquistar a Taça dos Vencedores das Taças, numa brilhante campanha na qual participou em oito jogos, incluindo a final e a finalíssima diante do MTK de Budapeste na Bélgica. “Antuérpia para o Sporting é tudo. Ficámos vaidosos e famosos, quando antes ninguém nos conhecia fora do nosso país”, afirmou ao zerozero em outubro de 2023. “Em Bruxelas não saímos do empate, na primeira final. Dois dias, depois repetimos o jogo no Bosuilstadion. Hoje fala-se de cansaço e nós em 48 horas fizemos duas finais”, recordou.
 
Até 1971, quando pendurou as botas aos 30 anos, viria ainda a conquistar dois campeonatos nacionais (1965-66 e 1969-70) e uma Taça de Portugal (1970-71), numa altura em que começava a nascer uma tradição no futebol português: Sporting campeão em ano de Mundial.
 
Por falar em Mundial, Alexandre Baptista foi um dos magriços que ajudou Portugal a alcançar um honroso terceiro lugar no Campeonato de Mundo de Inglaterra, em 1966, tendo atuado em cinco jogos ao longo do torneio – falhou apenas o duelo com a Bulgária na fase de grupos. Foi o ponto mais alto de um percurso de onze internacionalizações, entre 1964 e 1969.
 
 
Ficou conhecido como um “defesa central de qualidade requintada” e “um gentleman dentro e fora do campo”, conforme destacou o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, numa reação à morte do antigo futebolista.
 
Após encerrar a carreira foi para África cumprir o serviço militar obrigatório. Mais tarde, foi vice-presidente de João Rocha no mandato 1984-1986 e distinguido com o Prémio Stromp na categoria Saudade em 2010. 




 




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