Morreu Alexandre Baptista: magriço, vencedor do único troféu europeu do Sporting e campeão de ténis de mesa. Quem se lembra dele?
Alexandre Baptista disputou 152 jogos pelo Sporting
Um dos primeiros grandes
futebolistas nascidos no Barreiro,
Alexandre Baptista era sobrinho de um antigo jogador do Benfica,
Raul Baptista, mas como jogador notabilizou-se no centro da defesa do Sporting,
o único clube que representou. Morreu este domingo, aos 83 anos.
Praticante de várias modalidades,
como ténis, basquetebol, golfe e voleibol, começou a ligação ao emblema
leonino na condição de jogador de ténis de mesa, tendo conquistado campeonatos
nacionais de infantis e juniores no final da década de 1950. Licenciado em economia, também
percorreu as camadas jovens do futebol do Sporting,
tendo feito a estreia pela equipa principal a 26 de fevereiro de 1961, numa
receção ao Atlético
para a Taça
de Portugal (2-0).
Começou nesse dia uma história
bonita de dez anos como um dos pilares da defesa verde
e branca, apesar de ter feito a formação como médio. Em 1963-64 agarrou a
titularidade e ajudou a equipa
de Alvalade a conquistar a Taça dos Vencedores das Taças, numa brilhante
campanha na qual participou em oito jogos, incluindo a final e a finalíssima
diante do MTK de Budapeste na Bélgica. “Antuérpia para o Sporting
é tudo. Ficámos vaidosos e famosos, quando antes ninguém nos conhecia fora do
nosso país”, afirmou ao zerozero
em outubro de 2023. “Em Bruxelas não saímos do empate, na primeira final. Dois
dias, depois repetimos o jogo no Bosuilstadion. Hoje fala-se de cansaço e nós
em 48 horas fizemos duas finais”, recordou. Até 1971, quando pendurou as
botas aos 30 anos, viria ainda a conquistar dois campeonatos nacionais (1965-66
e 1969-70) e uma Taça
de Portugal (1970-71), numa altura em que começava a nascer uma tradição no
futebol português: Sporting
campeão em ano de Mundial. Por falar em Mundial, Alexandre
Baptista foi um dos magriços que ajudou Portugal
a alcançar um honroso terceiro lugar no Campeonato de Mundo de Inglaterra, em
1966, tendo atuado em cinco jogos ao longo do torneio – falhou apenas o duelo
com a Bulgária
na fase de grupos. Foi o ponto mais alto de um percurso de onze internacionalizações,
entre 1964 e 1969.
Ficou conhecido como um “defesa
central de qualidade requintada” e “um gentleman dentro e fora do campo”,
conforme destacou o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando
Gomes, numa reação à morte do antigo futebolista. Após encerrar a carreira foi para
África cumprir o serviço militar obrigatório. Mais tarde, foi vice-presidente
de João Rocha no mandato 1984-1986 e distinguido com o Prémio Stromp na
categoria Saudade em 2010.
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