Gonçalo Paciência representou Portugal diante dos EUA |
Gonçalo Paciência é um nome no
qual os adeptos do FC Porto e da Seleção Nacional depositavam grandes
expetativas, até pela escassez portuguesa no que a pontas de lança diz
respeito. Numa fase em que já se começava a falar do filho de Domingos
como uma promessa adiada, surge a primeira internacionalização, ainda que em
condições anormais, mas no culminar de um bom início de época no Vitória de
Setúbal.
Esse
bom arranque tem vindo a contrastar
com o da equipa e, de repente, o recém-consagrado internacional AA volta a
ver-se num contexto de um conjunto de bloco médio/baixo, pouco volume ofensivo
e acompanhado por colegas intranquilos e pouco confiantes. Enfim, um
conjunto de condicionantes a fazer lembrar o que viveu há dois anos na
Académica, que não lhe permitem um desenvolvimento mais acelerado e que não
deixam perceber qual a real dimensão do futebol dele.
O que
se vai vendo é um avançado habilidoso e lutador, que muitas vezes é utilizado
para ser lançado em profundidade e segurar a bola enquanto os companheiros
sobem no terreno para dar apoio. Isso, não haja dúvidas, Gonçalo faz muito bem.
Não é por acaso que é consensualmente considerado uma das figuras (se não mesmo
a principal figura) dos primeiros meses de temporada da turma de José
Couceiro.
Contudo,
o contexto de equipa grande é necessariamente diferente. Não haverá profundidade
para explorar, devido ao bloco baixo apresentado pela maioria dos adversários,
nem subidas de companheiros para contemporizar, pois o coletivo já se encontra
instalado no meio-campo contrário.
Haverá,
sim, um ritmo mais elevado, decisões mais complexas e rápidas a tomar e menos
toques na bola de uma só vez: uns poucos de costas para a baliza e outros
tantos em situação de finalização. E é sobretudo nesta segunda variante, a mais
importante para os pontas de lança, que residem as principais dúvidas em torno deste jovem de 23 anos, cujos dotes de finalizador parecem estar aquém das qualidades
mais evidenciadas por ele: velocidade, qualidade técnica e capacidade de
segurar a bola.
É
verdade que já esteve no Rio Ave e no Olympiacos, e que não se deu bem em ambos
os lados, mas a curiosidade em vê-lo regularmente numa equipa de dimensão um
pouco superior, com outro tipo de futebol, permanece intacta.
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