Créditos: Revista SPIRIDON |
Tem passado despercebida na
imprensa desportiva. Disputam-se os últimos jogos da I Liga, a discussão pelo
título está ao rubro e não há tempo e espaço para pensar noutra coisa. Mas a
qualificação de Jéssica Augusto para os Jogos Olímpicos ainda fará correr muita
tinta.
Porquê? Porque a atleta do
Sporting completou a Maratona de Londres, no domingo, em 2 horas, 28 minutos e
53 segundos, tornando-se a quarta maratonista portuguesa a obter a marca de
referência – Vanessa Fernandes tem mínimos B -, quando Portugal só se poderá
fazer representar apenas por três.
Se Dulce Félix e Sara Moreira,
salvo algum problema de última hora, têm o lugar garantido através de marcas
que andam na casa das 2h25m e 2h24m, respetivamente, sobra uma vaga em aberto.
Se formos rígidos e olharmos
apenas para as marcas, Filomena Costa, com 2h28m0s, irá completar o lote. Trata-se
de uma atleta menos mediática que as acima mencionadas - e até com outras com
registos muito inferiores -, representa um clube de menor dimensão (Jardim da
Serra), não tem um grande palmarés internacional e deverá até ter obtido a
marca de referência no seu auge. Ainda assim, é preciso vincar: é a que tem a
terceira melhor marca de referência!
Por outro lado, Jéssica Augusto
ficou a apenas 53 segundos de ser a terceira melhor portuguesa poucos meses
após ter sido mãe e concluindo a Maratona de Londres em dificuldades, devido a
um problema fisiológico que a obrigou a interromper momentaneamente a prova. Mesmo
não sendo neste momento uma grande esperança no que toca a medalhas, tem um
palmarés muito mais vasto e aparentemente um potencial maior. Muito
provavelmente, se fosse ao Rio de Janeiro, conseguiria uma melhor classificação
do que Filomena Costa.
Não é uma decisão fácil de tomar.
A melhor atleta pode não ser a que tem a melhor marca. Mas escolhê-la pode não
ser a sentença mais justa. Um dossier sensível, que ficará a cargo da equipa
técnica nacional da Federação Portuguesa de Atletismo.
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