quarta-feira, 19 de março de 2014

Liga dos Campeões | Borussia Dortmund 1-2 Zenit

Vitória russa com sabor amargo


uefa.com
Esta noite, no Westfalenstadion, em Dortmund, o Zenit venceu o Borussia Dortmund por 2-1, na segunda-mão dos Oitavos-de-final da Liga dos Campeões, no entanto, os germânicos apuraram-se para os quartos-de-final, devido ao agregado de 5-4. Hulk e Rondón marcaram para os russos, e Kehl para os alemães.
                                      

Eis a constituição das equipas:


Borussia Dortmund


O Borussia Dortmund, vice-campeão europeu, terminou o Grupo F em 1º lugar, à frente de Arsenal, Nápoles e Marselha. Na primeira-mão, venceram na Rússia por 4-2 e tem a eliminatória no bolso. Os germânicos conquistaram a Liga dos Campeões em 1996/97.
Na Bundesliga, ocupa o 2º lugar, com 48 pontos, a 23 do líder Bayern Munique.
Subotic, Bandowski, Bender, Gündogan, Reus e Blaszczykowski estão lesionados.


Zenit


O Zenit anunciou ontem a contratação do seu novo treinador, André Villas-Boas.
Os russos igualaram esta época o melhor registo de sempre na Liga dos Campeões, os Oitavos-de-final, também conseguido em 2011/12.
Na fase de grupos, a formação de São Petersburgo qualificou-se juntamente com o Atlético Madrid, deixando para trás FC Porto e Áustria Viena.
Na Liga Russa, o conjunto azul celeste ocupa o 2º lugar, a três pontos do líder Lokomotiv.
Arshavin, Ansaldi e Baburin estão lesionados.


Cronómetro:

5’ Na sequência de um cruzamento de Schmelzer, Aubameyang cabeceou ao lado.

Borussia assumia as despesas de jogo nos instantes iniciais.

7’ Witsel obrigou Weidenfeller a defesa a dois tempos.

16’ Hulk roubou a bola a Kehl e fletiu da direita para o meio e atirou forte para o fundo das redes.


22’ Malafeev negou o golo a Grosskreutz.

Posse de bola: 44% Borussia Dortmund, 56% Zenit.

Apesar da posse de bola, o Zenit não tem praticamente como principal vocação essa vertente. Prefere ataques rápidos e transições, guiadas por lances individuais.

Pressão alta do Borussia Dortmund causava estragos, já que os russos sentem dificuldades em sair a jogar.

37’ Shatov rematou para fora.

38’ Kehl igualou o encontro com um bom cabeceamento, na resposta a um cruzamento de Schmelzer.


Ao intervalo, Lombaerts rendeu Neto.

O Zenit carece de uma identidade. Vive dos individualismos no momento ofensivo, sem referências coletivas em todo o processo de construção, passando por alguns sobressaltos quando perde a bola na primeira fase. Defensivamente, nem sempre está equilibrada.

51’ Hulk, de livre direto, atirou forte, mas por cima.

62’ Kerzhakov foi substituído por Rondón.

69’ Saiu Mkhitaryan, entrou Jojic.

70’ Posse de bola: 51% Borussia Dortmund, 49% Zenit.

73’ Na sequência de um cruzamento de Criscito, Rondón apareceu nas costas de Hummels para cabecear para o 1-2.


76’ Jürgen Klopp trocou Schmelzer por Durm.

84’ Fayzulin cedeu o seu lugar a Smolnikov.

88’ Weidenfeller desviou um remate de Witsel para canto.

90’ Saiu Aubameyang, entrou Hofmann.

Sem mais ocorrências até final, confirmou-se o triunfo do Zenit mas a passagem do Borussia Dortmund aos quartos-de-final.


Análise:

O Borussia Dortmund entrou disposto a assumir as despesas de jogo, mas a boa atitude do Zenit proporcionou aos russos um bom inicio, com posse de bola e agressividade ofensiva no último terço.
O golo de Hulk, aos 16’, parecia relançar a eliminatória. No entanto, começaram a evidenciar-se os problemas táticos do conjunto celeste. Pouca organização ofensiva em detrimento de ações individuais, ausência de um fio de jogo que origina perdas de bola logo na primeira fase de construção e falta de equilíbrio defensivo do meio-campo, expondo o quarteto de defesas.
As esperanças para a futura equipa de André Villas-Boas morreram quando Kehl subiu mais alto que toda a gente, e cabeceou para o empate, a menos de dez minutos do intervalo.
A segunda parte foi disputada sob conformismo de parte a parte, e nem o golo de Rondón animou as hostes.


Analisando os atletas em campo, começando pelos do Borussia Dortmund
Weidenfeller esteve bem quando foi chamado a intervir, sem responsabilidades nos golos sofridos;
Piszczek não subiu muito, mas foi consistente; Hummels exibiu a sua qualidade em sair a jogar, mas ficou estático no lance do 1-2, permitindo que Rondón lhe aparecesse nas costas para marcar; Sokratis esteve sereno; e Schmelzer fez o cruzamento para o 1-1;
Kehl (capitão) perdeu a bola para Hulk no seu meio-campo, na origem da jogada do 0-1, mas redimiu-se ao apontar o tento no empate, com um bom cabeceamento, mostrando a sua qualidade no jogo aéreo; Nuri Sahin foi batido pela velocidade de Hulk e permitiu que o brasileiro tivesse espaço para armar o remate e inaugurar o marcador; e Mkhitaryan foi o homem das bolas paradas, mas evidenciou-se pouco nas tarefas de playmaker;
Aubameyang é dos jogadores mais rápidos do futebol europeu e também um bom finalizador; Grosskreutz não é muito veloz para um extremo; e Lewandowski arrastou os centrais do Zenit no lance do 1-1;
Os jovens Jojic, Durm e Hofmann tiveram direito a alguns minutos na Liga dos Campeões.


Quanto aos jogadores do Zenit
Malafeev quase que conseguia segurar o cabeceamento de Kehl, que deu o golo do empate;
Anyukov (capitão) subiu pouco e viu o golo do Borussia nascer pelo seu lado; Hubocan pareceu sempre bem posicionado e não teve problemas em despachar com pontapé para a frente as bolas que lhe iam aparecendo; Lombaerts foi estranhamente substituído ao intervalo; e Criscito foi batido nas alturas por Kehl, na jogada do 1-1, mas redimiu-se ao fazer o cruzamento para o 1-2;
Witsel teve mais liberdade para apoiar o ataque do que aquela que habitualmente tinha com Luciano Spalletti; Fayzulin, adaptado nesta temporada ao duplo pivot do meio-campo, oferece uma boa saída de bola, mas não garante equilíbrio defensivo; e Danny assumiu as funções de organizador de jogo, dando dinâmica à equipa, mas não tendo muita capacidade para segurar a bola para pautar os ritmos;
Hulk inaugurou o marcador com um forte remate, dando o melhor seguimento a um bom lance individual; Shatov passou despercebido; e Kerzhakov tem um grande poder de desmarcação, mas neste encontro esteve algo apagado;
Neto apontou uma exibição consistente; Rondón, avançado possante, posicional e que gosta de jogar de costas para a baliza, apareceu nas costas da defesa alemã para apontar o segundo golo do Zenit; e Smolnikov foi lançado como extremo-direito, embora seja um lateral de origem.




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