Vitória russa com sabor amargo
Esta noite, no Westfalenstadion, em
Dortmund, o Zenit venceu o Borussia Dortmund por 2-1, na segunda-mão dos
Oitavos-de-final da Liga dos Campeões, no entanto, os germânicos apuraram-se
para os quartos-de-final, devido ao agregado de 5-4. Hulk e Rondón marcaram
para os russos, e Kehl para os alemães.
Eis a constituição das equipas:
Borussia
Dortmund
O Borussia Dortmund, vice-campeão
europeu, terminou o Grupo F em 1º lugar, à frente de Arsenal, Nápoles e
Marselha. Na primeira-mão, venceram na Rússia por 4-2 e tem a eliminatória no
bolso. Os germânicos conquistaram a Liga dos Campeões em 1996/97.
Na Bundesliga, ocupa o 2º lugar,
com 48 pontos, a 23 do líder Bayern Munique.
Subotic, Bandowski, Bender,
Gündogan, Reus e Blaszczykowski estão lesionados.
Zenit
O Zenit anunciou ontem a contratação do seu novo treinador, André
Villas-Boas.
Os russos igualaram esta época o melhor registo de sempre na Liga dos
Campeões, os Oitavos-de-final, também conseguido em 2011/12.
Na fase de grupos, a formação de São Petersburgo qualificou-se
juntamente com o Atlético Madrid, deixando para trás FC Porto e Áustria Viena.
Na Liga Russa, o conjunto azul celeste ocupa o 2º lugar, a três pontos
do líder Lokomotiv.
Arshavin, Ansaldi e Baburin estão lesionados.
Cronómetro:
Borussia assumia as despesas de jogo nos instantes iniciais.
Posse de bola: 44% Borussia Dortmund, 56% Zenit.
Apesar da posse de bola, o Zenit não tem praticamente como principal
vocação essa vertente. Prefere ataques rápidos e transições, guiadas por lances
individuais.
Pressão alta do Borussia Dortmund causava estragos, já que os russos
sentem dificuldades em sair a jogar.
Ao intervalo, Lombaerts rendeu Neto.
O Zenit carece de uma identidade. Vive dos individualismos no momento
ofensivo, sem referências coletivas em todo o processo de construção, passando
por alguns sobressaltos quando perde a bola na primeira fase. Defensivamente,
nem sempre está equilibrada.
Sem mais ocorrências até final, confirmou-se o triunfo do Zenit mas a
passagem do Borussia Dortmund aos quartos-de-final.
Análise:
O Borussia Dortmund entrou disposto a assumir as despesas de jogo, mas
a boa atitude do Zenit proporcionou aos russos um bom inicio, com posse de bola
e agressividade ofensiva no último terço.
O golo de Hulk, aos 16’ ,
parecia relançar a eliminatória. No entanto, começaram a evidenciar-se os
problemas táticos do conjunto celeste. Pouca organização ofensiva em detrimento
de ações individuais, ausência de um fio de jogo que origina perdas de bola
logo na primeira fase de construção e falta de equilíbrio defensivo do
meio-campo, expondo o quarteto de defesas.
As esperanças para a futura equipa de André Villas-Boas morreram quando
Kehl subiu mais alto que toda a gente, e cabeceou para o empate, a menos de dez
minutos do intervalo.
A segunda parte foi disputada sob conformismo de parte a parte, e nem
o golo de Rondón animou as hostes.
Analisando os atletas em campo, começando pelos do Borussia Dortmund…
Weidenfeller
esteve bem quando foi chamado a intervir, sem responsabilidades nos golos
sofridos;
Piszczek não
subiu muito, mas foi consistente; Hummels exibiu a sua qualidade em sair
a jogar, mas ficou estático no lance do 1-2, permitindo que Rondón lhe
aparecesse nas costas para marcar; Sokratis esteve sereno; e Schmelzer
fez o cruzamento para o 1-1;
Kehl (capitão) perdeu
a bola para Hulk no seu meio-campo, na origem da jogada do 0-1, mas redimiu-se
ao apontar o tento no empate, com um bom cabeceamento, mostrando a sua
qualidade no jogo aéreo; Nuri Sahin foi batido pela velocidade de Hulk e
permitiu que o brasileiro tivesse espaço para armar o remate e inaugurar o
marcador; e Mkhitaryan foi o homem das bolas paradas, mas evidenciou-se
pouco nas tarefas de playmaker;
Aubameyang é dos
jogadores mais rápidos do futebol europeu e também um bom finalizador; Grosskreutz
não é muito veloz para um extremo; e Lewandowski arrastou os centrais do
Zenit no lance do 1-1;
Os jovens Jojic, Durm e Hofmann tiveram direito a
alguns minutos na Liga dos Campeões.
Quanto aos jogadores do Zenit…
Malafeev quase
que conseguia segurar o cabeceamento de Kehl, que deu o golo do empate;
Anyukov
(capitão) subiu pouco e viu o golo do Borussia nascer pelo seu lado; Hubocan
pareceu sempre bem posicionado e não teve problemas em despachar com pontapé
para a frente as bolas que lhe iam aparecendo; Lombaerts foi
estranhamente substituído ao intervalo; e Criscito foi batido nas
alturas por Kehl, na jogada do 1-1, mas redimiu-se ao fazer o cruzamento para o
1-2;
Witsel teve mais
liberdade para apoiar o ataque do que aquela que habitualmente tinha com
Luciano Spalletti; Fayzulin, adaptado nesta temporada ao duplo pivot do meio-campo, oferece uma boa
saída de bola, mas não garante equilíbrio defensivo; e Danny assumiu as
funções de organizador de jogo, dando dinâmica à equipa, mas não tendo muita
capacidade para segurar a bola para pautar os ritmos;
Hulk inaugurou o
marcador com um forte remate, dando o melhor seguimento a um bom lance
individual; Shatov passou despercebido; e Kerzhakov tem um grande
poder de desmarcação, mas neste encontro esteve algo apagado;
Neto apontou uma
exibição consistente; Rondón, avançado possante, posicional e que gosta
de jogar de costas para a baliza, apareceu nas costas da defesa alemã para
apontar o segundo golo do Zenit; e Smolnikov foi lançado como
extremo-direito, embora seja um lateral de origem.
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