sábado, 1 de fevereiro de 2014

Viva a polémica!


Depois de um golo anulado a Slimani, em dezembro, diante do Nacional, agora uma grande penalidade marcada a favor do FC Porto, que fez o Sporting perder a hipótese de se apurar para as meias-finais da Taça da Liga. O cenário estava montado para a contestação leonina.

Pela segunda vez no espaço de um mês, o talho do árbitro Manuel Mota foi vandalizado, aparentemente por descontentes adeptos sportinguistas, frustrados pelas decisões, que julgam ser erradas, do juiz bracarense.

A primeira, que dizem ter custado a liderança da Liga aos leões, nem entre árbitros é consensual. A segunda, diz o público em geral e alimenta a comunicação social, começou fora da área, e por isso deveria ter sido marcado um pontapé-livre direto.

Os jornalistas põem água na fervura e encontram páginas do facebook que ligam emocionalmente Manuel Mota ao Benfica. É isso que interessa, no fundo. Até porque eles mesmos, que tanto escrevem e estão também ligados a uma profissão que exige imparcialidade, têm um clube. Dirão eles que isso não interfere no seu trabalho. Porque há-de então interferir no do árbitro?

Uma dualidade de critérios interessante, sem dúvida. Uma semana de polémica depois, as páginas que verdadeiramente interessavam ver, sabe-se agora, não são as do facebook. Mas sim as das Leis de Jogo.

Bastava abrir na 118 para cortar o mal pela raiz. Aí diz, e passo a citar:

“Se um defensor começa a agarrar um atacante fora da área de grande penalidade e prossegue a sua ação para o interior da área, o árbitro deve conceder um pontapé de grande penalidade”.

Uma polémica que se alimentou por vários dias, e que caso fosse cortada pela raiz, com esta transcrição para o papel dos jornais ou para o monitor da televisão, poderia até impedir a vandalização do talho. Mas não é isso que se quer, infelizmente.

É preferível a controvérsia e a confusão, e por isso, no lugar de ex-árbitros, jogadores e treinadores, às segundas-feiras à noite temos outros especialistas a comentar futebol. E os especialistas de que falo não são em matéria futebolística, mas sim em medicina, advocacia, política, música ou gestão de empresas. Mas o público gosta é de tele-lixo, portanto, tudo bem.

E o que mais custa a crer, é que até com o dinheiro dos contribuintes, nem a RTP Informação está isenta deste tipo de programação. Obrigado pelo serviço público!





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