Depois de um golo anulado a
Slimani, em dezembro, diante do Nacional, agora uma grande penalidade
marcada a favor do FC Porto, que fez o Sporting perder a hipótese de se apurar
para as meias-finais da Taça da Liga. O cenário estava montado para a
contestação leonina.
Pela segunda vez no espaço de
um mês, o talho do árbitro Manuel Mota foi vandalizado, aparentemente por
descontentes adeptos sportinguistas, frustrados pelas decisões, que julgam ser
erradas, do juiz bracarense.
A primeira, que dizem ter
custado a liderança da Liga aos leões, nem entre árbitros é consensual. A
segunda, diz o público em geral e alimenta a comunicação social, começou fora
da área, e por isso deveria ter sido marcado um pontapé-livre direto.
Os jornalistas põem água na
fervura e encontram páginas do facebook que ligam emocionalmente Manuel Mota ao
Benfica. É isso que interessa, no fundo. Até porque eles mesmos, que tanto
escrevem e estão também ligados a uma profissão que exige imparcialidade, têm
um clube. Dirão eles que isso não interfere no seu trabalho. Porque há-de então
interferir no do árbitro?
Uma dualidade de critérios
interessante, sem dúvida. Uma semana de polémica depois, as páginas que
verdadeiramente interessavam ver, sabe-se agora, não são as do facebook. Mas
sim as das Leis de Jogo.
“Se um defensor começa a agarrar um atacante fora da área de grande penalidade e prossegue a sua ação para o interior da área, o árbitro deve conceder um pontapé de grande penalidade”.
Uma polémica que se alimentou
por vários dias, e que caso fosse cortada pela raiz, com esta transcrição para
o papel dos jornais ou para o monitor da televisão, poderia até impedir a
vandalização do talho. Mas não é isso que se quer, infelizmente.
É preferível a controvérsia e
a confusão, e por isso, no lugar de ex-árbitros, jogadores e treinadores, às
segundas-feiras à noite temos outros especialistas a comentar futebol. E os
especialistas de que falo não são em matéria futebolística, mas sim em
medicina, advocacia, política, música ou gestão de empresas. Mas o público
gosta é de tele-lixo, portanto, tudo bem.
E o que mais custa a crer, é
que até com o dinheiro dos contribuintes, nem a RTP Informação está isenta
deste tipo de programação. Obrigado pelo serviço público!
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