Chegou ao fim o Torneo Inicial
2013 na Argentina, que coroou o San Lorenzo como campeão. No entanto, à entrada
para a última jornada, Lanús, Vélez Sarsfield e Newell’s Old Boys ainda
poderiam chegar ao título.
Assisti a diversos jogos, pela
televisão, e fiquei impressionado pela competitividade, qualidade técnica de
vários jogadores e capacidade tática de algumas equipas.
Também vi a vários encontros
de formações brasileiras, tanto em provas internas como internacionais, e não
me pareceram intensas e taticamente tão evoluídas.
Por norma, a maioria das
equipas revela grande versatilidade tática, sabendo interpretar muito bem os
quatro momentos diferentes de um encontro.
O campeão San Lorenzo (4x2x3x1
ou 4x4x2) é um exemplo. Treinado por Juan Antonio Pizzi (recentemente
contratado pelo Valencia) e capitaneado pelo ex-sportinguista Leandro Romagnoli
consegue praticar um futebol apoiado na maioria do encontro, mas também se
sente confortável sem bola, na expetativa, e a contra-atacar, apresentando
muita mobilidade nos homens da frente.
Com o mérito de galgar algumas
posições nas últimas jornadas, o Vélez Sarsfield (4x4x2) de Ricardo
Gareca também procurava jogar apoiado, tanto que os extremos do quarteto do
meio-campo eram mais médios-interiores do que flanqueadores. Existia exploração
dos três corredores, mas a equipa praticava um futebol algo denunciado. Defensivamente,
defendia com todos os homens junto à sua área.
O futebol que mais me deliciou
foi praticado pelo Newell’s Old Boys (4x3x3). Não admira que Tata
Martino, seu antigo treinador, tenha sido o escolhido para orientar o
Barcelona. São muitas as semelhanças no estilo praticado. A circulação e a
posse de bola eram feitas com bastante fluidez e a partir do seu guarda-redes,
Guzmán, que pela qualidade do seu jogo com os pés, não me admirava que fosse um
dos candidatos a render Valdés nos blaugrana.
Agora orientado por Alfredo Berti, os leprosos têm nas suas fileiras atletas
conceituados como Gabriel Heinze, Maxi Rodríguez e David Trezeguet.
O Arsenal de Sarandí
(4x4x2) ficou em 5º lugar e é um clube em ascensão no futebol argentino. O
conjunto orientado por Gustavo Alfaro também se sente muito bem sem o esférico,
e aposta no contra-ataque. Nos lances de bola parada ofensivos, tem um bónus
chamado Nicolas Aguirre, um esquerdino com uma precisão fantástica, seja a
cruzar ou a rematar, que vale muitos pontos.
Quanto aos dois emblemas mais
conhecidos do país das Pampas, o Boca Juniors (4x4x2 ou 4x3x3) de Carlos
Bianchi não foi além da 7ª posição. O sistema tático depende de quem está disponível
e da dinâmica que o seu experiente técnico queira imprimir. Podem ou não existir
extremos, e o meio-campo pode-se dispor em forma de losango ou ter um duplo pivot. Com Juan Roman Riquelme em campo,
a bola tem de passar obrigatoriamente pelos seus pés. Fernando Gago é outro dos
futebolistas mais conhecidos.
O River Plate (4x2x3x1)
ficou nos últimos lugares, talvez por alguma imaturidade dos seus jogadores, porque
existe qualidade. Ao serviço do treinador Ramón Díaz estava o jovem Manuel
Lanzini, um playmaker em que
reconheço grande talento. Existia até boa capacidade defensiva, e boas ideias
no ataque, mas faltaram golos. Rodrigo Mora está emprestado pelo Benfica.
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