quinta-feira, 27 de junho de 2013

Taça das Confederações 2013 | Espanha 0-0 (7-6 g.p.) Itália

fifa.com
Esta noite, no Estádio Governador Plácido Aderaldo Castelo, em Fortaleza, Espanha derrotou Itália por 7-6 nas grandes penalidades, depois do 0-0 no final do prolongamento. Jesús Navas apontou a grande penalidade decisiva.
                                      

Eis a constituição das equipas:


Espanha


Espanha fez o pleno na fase de grupos: 2-1 ao Uruguai, 10-0 ao Taiti e 3-0 à Nigéria.
Fernando Torres (5), David Villa (3), David Silva (2), Juan Mata, Pedro e Soldado apontaram os golos de La Roja na Taça das Confederações.


Itália


Itália terminou em 2º lugar no Grupo A da Taça das Confederações, com seis pontos, fruto de duas vitórias (2-1 ao México e 4-3 ao Japão) e de uma derrota (2-4 frente ao Brasil).
Balotelli (2), Chiellini, De Rossi, Pirlo, Giaccherini e Giovinco marcaram os tentos da squadra azzurra na prova.
Abate e Mario Balotelli estão lesionados.


Cronómetro:

2’ Pedro rematou para fora.

Itália apresentava-se com um meio-campo muito denso, dificultando a circulação de bola de La Roja.

15’ Gilardino desviou para fora um cruzamento rasteiro de Maggio.

17’ Casillas respondeu com uma bela intervenção a um cabeceamento de Maggio.

19’ Na resposta a um livre lateral cobrado por Pirlo, De Rossi cabeceou ao lado.

19’ Servido por Candreva, Marchisio, de cabeça, não acertou na baliza.

Pouca Espanha no jogo.

36’ Giaccherini cruzou pela esquerda para o segundo poste, onde Maggio cabeceou para defesa de Casillas.

43’ San Iker travou o remate de De Rossi.

Ao intervalo, Cesare Prandelli trocou Barzagli por Montolivo.

52’ Jesús Navas rendeu David Silva.

Mais Espanha, na segunda parte.

73’ Na resposta a um canto cobrado por Pirlo, Chiellini cabeceou à malha superior.

Os transalpinos procuravam sobretudo chegar à área adversária através de bolas paradas.

79’ Pedro foi substituído por Juan Mata.

80’ Marchisio cedeu o seu lugar a Aquilani.

Fim do tempo regulamentar.

Antes do início do prolongamento, Giovinco foi lançado para o lugar de Gilardino.

93’ Giaccherini acertou no poste.

94’ Fernando Torres foi rendido por Javi Martínez.

Juan Mata e Jesús Navas constituíam assim a bastante móvel frente de ataque espanhola.

99’ Iniesta serviu Jordi Alba, que atirou por cima.

101’ Na resposta a um livre lateral cobrado por Xavi, Piqué cabeceou para fora.

105’ Xavi, de livre direto, não acertou na baliza.

Intervalo do prolongamento.

115’ Xavi, de fora da área, atirou ao poste. Na recarga Javi Martínez não acertou na baliza.

116’ Buffon negou o golo a Jesús Navas.

Final do prolongamento.

Decisão nas grandes penalidades:
0-1               Candreva;
1-1               Xavi;
1-2               Aquilani;
2-2 Iniesta;
2-3 De Rossi;
3-3 Piqué;
3-4 Giovinco;
4-4 Sergio Ramos;
4-5 Pirlo;
5-5 Juan Mata;
5-6 Montolivo;
6-6 Busquets;
Bonucci atirou a bola para as nuvens;
7-6 Jesús Navas.

Análise:

Pela primeira vez, Cesare Prandelli utilizou nesta Taça das Confederações um sistema de três centrais, com dois homens nas laterais a fazerem cada um todo o seu flanco, dois médios numa primeira linha de apoio ao ponta-de-lança e dois numa linha mais recuada, e tudo isto num bloco coeso, na altura de não ter bola. A squadra azzurra apresentava assim uma formação bastante densa no processo ofensivo, dificultando imenso a circulação de bola de La Roja: raramente jogadores como Xavi tinham espaço para receber o esférico, e quando o tinha, as linhas de passe estavam completamente bloqueadas, não se conseguindo progredir no terreno.
A densidade italiana nos últimos 30/40 metros convidava também os espanhóis a subir o seu bloco e por isso era comum Sergio Ramos e Piqué jogarem já no meio-campo adversário, o que criava bastante espaço nas suas costas. Esse espaço, criado estrategicamente por Cesare Prandelli, destinava-se a colocar em prática a velocidade dos seus flanqueadores (Maggio e Giaccherini), que geralmente recebiam a bola através de Pirlo, depois de uma perda de bola dos pupilos de Vicente Del Bosque.
O que escrevi nos dois parágrafos assim foi a toada da primeira parte, esteticamente agradável não pelo aspeto técnico, mas sim pelo rigor táctico dos transalpinos.
No segundo tempo, perdeu-se algum desse rigor com a entrada de Montolivo e recuo de De Rossi, no entanto, diga-se de passagem, a falta de inspiração dos campeões europeus e mundiais também não ajudou a desbloquear o encontro. Antes pelo contrário, ritmo pouco intenso e pouca velocidade.
Itália também não conseguia chegar nem em contra-ataque, nem em futebol direto e nem sequer em futebol apoiado ao último terço, apostando sobretudo em lances de bola parada, mas nem por aí o golo surgiu. A ida a prolongamento tornava-se cada vez mais inevitável.
Nos trinta minutos de tempo extra, e apesar do remate de Giaccherini ter acertado no poste, longo ao início, foram os espanhóis que se apresentaram mais frescos e dominaram, ainda assim, sem conseguir marcar, e por isso, o jogo teve de ser decidido pelos pontapés da marca de grande penalidade.


Analisando os atletas em campo, começando pelos de Espanha
Casillas  (Real Madrid) não perdeu qualidade depois de alguns meses no banco dos merengues, apontando uma bela exibição;
Arbeloa  (Real Madrid) raramente subiu no terreno, e sentiu algumas dificuldades perante a velocidade e habilidade de Giaccherini;  Piqué (Barcelona) e  Sergio Ramos  (Real Madrid), devido ao recuo dos italianos, foram obrigados a jogar à entrada do meio-campo adversário e por isso deixaram muito espaço nas costas, o que convidava a contra-ataques, sobretudo na primeira parte, mas foram dando conta do recado; e Jordi Alba  (Barcelona) não teve espaço para dar profundidade ao seu flanco, com Candreva e Maggio a tornarem-lhe curto o espaço;
Busquets  (Barcelona) foi fundamental a equilibrar a equipa, posicionando-se de forma a compensar desposcionamentos de colegas e de criar superioridade numérica;  Xavi  (Barcelona) esteve sempre muito pressionado pelos centro-campistas italianos, no entanto, esteve perto de marcar já na segunda parte do prolongamento, tendo acertado na trave; e Iniesta  (Barcelona) foi quem tentou pegar no jogo para criar desequilibrios;
Pedro  (Barcelona) esteve longe de ter feito um grande jogo;  David Silva  (Manchester City) esteve apagado; e Fernando Torres  (Chelsea) lutou imenso, apesar de não ter sido bem servido pelos companheiros;
Jesús Navas (Manchester City), muito veloz, marcou a grande penalidade decisiva, mas antes, deu maior profundidade ao flanco direito, chegando a agitar o jogo, embora o efeito da sua entrada se tenha esfumado rapidamente; Juan Mata (Chelsea) refrescou o ataque, sem que tenha criado muitos desequilibrios; e Javi Martínez (Bayern Munique), habitual defesa-central/médio-defensivo, posicionou-se praticamente como um avançado.


Quanto aos jogadores de Itália
Buffon  (Juventus), apesar do grau de dificuldade da partida, não teve muito trabalho no tempo regulamentar, tendo de se aplicar praticamente apenas no prolongamento;
Barzagli (Juventus) foi substituído ao intervalo, sem que tivesse uma prestação menos conseguida que os colegas; Bonucci  (Juventus) fez um jogo sem que nada lhe pudesse apontar, no entanto, foi o único italiano a desperdiçar um pontapé da marca de grande penalidade;  Chiellini  (Juventus) impôs o seu físico perante os adversários, mas está longe de ser habilidoso do ponto de vista técnico;
Pirlo  (Juventus) passeou mais uma vez toda a sua classe, sendo fundamental na construção de jogo, utilizando a sua capacidade de passe para colocar a bola num companheiro, mesmo numa situação difícil e apertada;  De Rossi  (Roma), muito pressionante a meio-campo, recuou para defesa-central após o intervalo; e Maggio  (Nápoles) e Giaccherini  (Juventus) foram os flanqueadores da squadra azzurra, aparecendo com frequência no último terço, o primeiro mais em tarefas de finalização e o segundo em construção e em criação de desequilibrios, embora tenha acertado no poste, já no prolongamento;
Candreva  (Lazio) encostou-se frequentemente à linha lateral, apoiando e compensando as subidas de Maggio, exibindo grandes níveis de resistência, parecendo um poço de energia inesgotável; Marchisio  (Juventus) preencheu o meio-campo e foi simultaneamente um dos principais apoios do ponta-de-lança; e Gilardino  (Bolonha) teve poucas oportunidades para alvejar a baliza contrária e saiu depois do final do tempo regulamentar quando já estava muito desgastado;
Montolivo (Milan) revelou-se uma má aposta de Prandelli, já que esteve longe de ter o mesmo rigor táctico de De Rossi, e também não conseguiu ser influente na construção de jogo; Aquilani (Fiorentina) teve pouca bola nos seus pés; e Giovinco (Juventus) deu profundidade ao ataque, mas teve poucas oportunidades para se mostrar.


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