Esta noite, no Estádio Governador Plácido
Aderaldo Castelo, em Fortaleza, Espanha derrotou Itália por 7-6 nas grandes
penalidades, depois do 0-0 no final do prolongamento. Jesús Navas apontou a
grande penalidade decisiva.
Eis a constituição das equipas:
Espanha
Espanha fez o
pleno na fase de grupos: 2-1 ao Uruguai, 10-0 ao Taiti e 3-0 à Nigéria.
Fernando Torres
(5), David Villa (3), David Silva (2), Juan Mata, Pedro e Soldado apontaram os
golos de La Roja na Taça das Confederações.
Itália
Itália terminou em 2º lugar no Grupo A da Taça das Confederações, com
seis pontos, fruto de duas vitórias (2-1 ao México e 4-3 ao Japão) e de uma
derrota (2-4 frente ao Brasil).
Balotelli (2), Chiellini, De Rossi, Pirlo, Giaccherini e Giovinco
marcaram os tentos da squadra azzurra
na prova.
Abate e Mario Balotelli estão lesionados.
Cronómetro:
Itália apresentava-se com um meio-campo muito denso, dificultando a
circulação de bola de La Roja.
Pouca Espanha no jogo.
Ao intervalo, Cesare Prandelli trocou Barzagli por Montolivo.
Mais Espanha, na segunda parte.
Os transalpinos procuravam sobretudo chegar à área adversária através
de bolas paradas.
Fim do tempo regulamentar.
Antes do início do prolongamento, Giovinco foi lançado para o lugar de
Gilardino.
Juan Mata e Jesús Navas constituíam assim a bastante móvel frente de
ataque espanhola.
Intervalo do prolongamento.
Final do prolongamento.
Decisão nas grandes penalidades:
0-1
Candreva;
1-1
Xavi;
1-2
Aquilani;
2-2 Iniesta;
2-3 De Rossi;
3-3 Piqué;
3-4 Giovinco;
4-4 Sergio Ramos;
4-5 Pirlo;
5-5 Juan Mata;
5-6 Montolivo;
6-6 Busquets;
Bonucci atirou a bola para as nuvens;
7-6 Jesús Navas.
Análise:
Pela primeira vez, Cesare Prandelli utilizou nesta Taça das
Confederações um sistema de três centrais, com dois homens nas laterais a
fazerem cada um todo o seu flanco, dois médios numa primeira linha de apoio ao
ponta-de-lança e dois numa linha mais recuada, e tudo isto num bloco coeso, na
altura de não ter bola. A squadra azzurra
apresentava assim uma formação bastante densa no processo ofensivo,
dificultando imenso a circulação de bola de La Roja :
raramente jogadores como Xavi tinham espaço para receber o esférico, e quando o
tinha, as linhas de passe estavam completamente bloqueadas, não se conseguindo
progredir no terreno.
A densidade italiana nos últimos 30/40 metros convidava também os
espanhóis a subir o seu bloco e por isso era comum Sergio Ramos e Piqué jogarem
já no meio-campo adversário, o que criava bastante espaço nas suas costas. Esse
espaço, criado estrategicamente por Cesare Prandelli, destinava-se a colocar em
prática a velocidade dos seus flanqueadores (Maggio e Giaccherini), que
geralmente recebiam a bola através de Pirlo, depois de uma perda de bola dos
pupilos de Vicente Del Bosque.
O que escrevi nos dois parágrafos assim foi a toada da primeira parte,
esteticamente agradável não pelo aspeto técnico, mas sim pelo rigor táctico dos
transalpinos.
No segundo tempo, perdeu-se algum desse rigor com a entrada de
Montolivo e recuo de De Rossi, no entanto, diga-se de passagem, a falta de
inspiração dos campeões europeus e mundiais também não ajudou a desbloquear o
encontro. Antes pelo contrário, ritmo pouco intenso e pouca velocidade.
Itália também não conseguia chegar nem em contra-ataque, nem em
futebol direto e nem sequer em futebol apoiado ao último terço, apostando
sobretudo em lances de bola parada, mas nem por aí o golo surgiu. A ida a
prolongamento tornava-se cada vez mais inevitável.
Nos trinta minutos de tempo extra, e apesar do remate de Giaccherini
ter acertado no poste, longo ao início, foram os espanhóis que se apresentaram
mais frescos e dominaram, ainda assim, sem conseguir marcar, e por isso, o jogo
teve de ser decidido pelos pontapés da marca de grande penalidade.
Analisando os atletas em campo, começando pelos de Espanha…
Casillas (Real
Madrid) não perdeu qualidade depois de alguns meses no banco dos merengues, apontando uma bela exibição;
Arbeloa
(Real Madrid) raramente subiu no terreno, e sentiu algumas dificuldades perante
a velocidade e habilidade de Giaccherini; Piqué (Barcelona) e
Sergio Ramos (Real Madrid), devido ao recuo dos italianos,
foram obrigados a jogar à entrada do meio-campo adversário e por isso deixaram
muito espaço nas costas, o que convidava a contra-ataques, sobretudo na
primeira parte, mas foram dando conta do recado; e Jordi Alba
(Barcelona) não teve espaço para dar profundidade ao seu flanco, com Candreva e
Maggio a tornarem-lhe curto o espaço;
Busquets
(Barcelona) foi fundamental a equilibrar a equipa, posicionando-se de forma a
compensar desposcionamentos de colegas e de criar superioridade numérica;
Xavi (Barcelona) esteve sempre muito pressionado pelos
centro-campistas italianos, no entanto, esteve perto de marcar já na segunda
parte do prolongamento, tendo acertado na trave; e Iniesta
(Barcelona) foi quem tentou pegar no jogo para criar desequilibrios;
Pedro
(Barcelona) esteve longe de ter feito um grande jogo; David Silva
(Manchester City) esteve apagado; e Fernando Torres (Chelsea)
lutou imenso, apesar de não ter sido bem servido pelos companheiros;
Jesús Navas
(Manchester City), muito veloz, marcou a grande penalidade decisiva, mas antes,
deu maior profundidade ao flanco direito, chegando a agitar o jogo, embora o
efeito da sua entrada se tenha esfumado rapidamente; Juan Mata (Chelsea)
refrescou o ataque, sem que tenha criado muitos desequilibrios; e Javi
Martínez (Bayern Munique), habitual defesa-central/médio-defensivo,
posicionou-se praticamente como um avançado.
Quanto aos jogadores de Itália…
Buffon
(Juventus), apesar do grau de dificuldade da partida, não teve muito trabalho
no tempo regulamentar, tendo de se aplicar praticamente apenas no prolongamento;
Barzagli
(Juventus) foi substituído ao intervalo, sem que tivesse uma prestação menos
conseguida que os colegas; Bonucci (Juventus) fez um jogo sem que
nada lhe pudesse apontar, no entanto, foi o único italiano a desperdiçar um
pontapé da marca de grande penalidade; Chiellini (Juventus)
impôs o seu físico perante os adversários, mas está longe de ser habilidoso do
ponto de vista técnico;
Pirlo (Juventus)
passeou mais uma vez toda a sua classe, sendo fundamental na construção de
jogo, utilizando a sua capacidade de passe para colocar a bola num companheiro,
mesmo numa situação difícil e apertada; De Rossi (Roma),
muito pressionante a meio-campo, recuou para defesa-central após o intervalo; e
Maggio (Nápoles) e Giaccherini (Juventus) foram os
flanqueadores da squadra azzurra,
aparecendo com frequência no último terço, o primeiro mais em tarefas de
finalização e o segundo em construção e em criação de desequilibrios, embora
tenha acertado no poste, já no prolongamento;
Candreva (Lazio)
encostou-se frequentemente à linha lateral, apoiando e compensando as subidas
de Maggio, exibindo grandes níveis de resistência, parecendo um poço de energia
inesgotável; Marchisio (Juventus) preencheu o meio-campo e foi
simultaneamente um dos principais apoios do ponta-de-lança; e Gilardino
(Bolonha) teve poucas oportunidades para alvejar a baliza contrária e saiu
depois do final do tempo regulamentar quando já estava muito desgastado;
Montolivo (Milan)
revelou-se uma má aposta de Prandelli, já que esteve longe de ter o mesmo rigor
táctico de De Rossi, e também não conseguiu ser influente na construção de jogo;
Aquilani (Fiorentina) teve pouca bola nos seus pés; e Giovinco
(Juventus) deu profundidade ao ataque, mas teve poucas oportunidades para se
mostrar.
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