Esta noite, no Celtic Park, em Glasgow, Celtic e Benfica empataram a zero, num jogo a contar para a 1ª jornada do Grupo G da Liga dos Campeões.
Eis a constituição das equipas:
Celtic
O Celtic já conquistou a na altura denominada Taça dos Campeões Europeus por uma ocasião, em 1966/67, curiosamente, numa final disputada no Jamor, na qual bateram o Inter (2-1).
A última presença dos católicos na fase de grupos da competição milionária foi em 2008/09, mas não correu nada bem, já que terminaram em 4º lugar, atrás de Manchester United, Villarreal e Aalborg.
No passado fim-de-semana, foram derrotados no campeonato escocês pelo modesto St. Johnstone (1-2).
Joe Ledley, Paddy McCourt, Biram Kayal, Dylan McGeouch, Twardzik, Anthony Stokes e Georgios Samaras estão lesionados.
Benfica
Os encarnados já venceram por duas ocasiões a maior competição de clubes da Europa, em 1960/61 e 1961/62, vencendo respectivamente Barcelona (3-2) e Real Madrid (5-3) nas finais.
Na temporada transacta, o Benfica conseguiu chegar aos quartos, onde foi eliminado pelo Chelsea (1-3 no agregado).
Em três jogos realizados no terreno do Celtic, os encarnados sofreram três derrotas e nunca conseguiram marcar um único golo.
Luisão e Maxi Pereira, castigados, e Carlos Martins são os ausentes.
O Celtic entrou forte, agressivo e com um ritmo intenso, e causou um pânico na área encarnada nos minutos iniciais.
Depois desse período inicial de pressão dos católicos, a partida atravessou por uma fase muito equilibrada, e sem qualquer perigo junto das duas balizas.
Num 4x4x2 tipicamente britânico (ainda que fosse desdobrável em 4x4x1x1, já que Commons aparecia ligeiramente mais recuado que Miku), os comandos por Neil Lennon apostavam sobretudo num futebol directo, com bolas bombeadas do meio-campo para o ataque, ou então, para a área adversária através de cruzamentos, após insistência em conduzir o jogo pelas faixas.
Já o Benfica, estava a sentir algumas dificuldades em ligar os seus sectores.
Intervalo.
A formação lisboeta entrou melhor na segunda parte.
62’ Aimar cobrou um canto para o primeiro poste, onde Garay desviou de cabeça, mas Forster estava atento.
63’ “El Mago” cedeu o seu lugar a Cardozo.
Rogne rendeu Lustig.
66’ Neil Lennon trocou Izaguirre por Hooper.
Commons passou para médio-ala esquerdo e Mulgrew para lateral.
70’ Bruno César substituiu Rodrigo.
74’ O “chuta-chuta” do meio da rua atirou por cima.
82’ Gaitán foi rendido por Nolito.
88’ Na resposta a um canto de Nolito, Jardel acertou, de cabeça, na malha superior.
89’ Na sequência de um cruzamento de André Almeida, Cardozo cabeceou por cima.
Sem mais ocorrências dignas de registo até final, confirmou-se esta igualdade que acabou por não ser visto como negativo para as duas equipas, e que de certa forma espelhou o que aconteceu em campo.
Após um bom inicio do Celtic, muito pressionante, ofensivo e agressivo, o jogo assumiu uma toada nivelada e sem grandes oportunidades de golo na primeira parte, fruto das dificuldades de ambas as equipas em chegar às zonas de finalização e decidir aí da melhor maneira. No Benfica, especialmente, notou-se a ausência de Javi García e Witsel, já que estava muito complicado ligar os sectores.
No segundo tempo, os encarnados entraram melhores, foram superiores, tiveram as melhores oportunidades, e apesar de uma boa recta final dos escoceses, em que insistiram de uma forma mais incisiva no seu futebol directo, foram os comandados por Jorge Jesus que estiveram mais perto de alcançar a vitória.
Analisando os atletas em campo, começando pelos do Celtic…
Forster esteve em bom plano quando foi chamado a intervir;
Matthews mostrou-se forte e rápido; Lustig, que contra o St. Johnstone foi lateral-direito, hoje actuou como central, não comprometeu e saiu a meio da segunda parte, provavelmente com problemas físicos; Wilson revelou algumas fragilidades técnicas; e Izaguirre sentiu dificuldades para travar os adversários, viu um cartão amarelo e foi substituído por precaução;
Forrest tentou dar alguma verticalidade ao flanco direito e colocar a bola na área adversária através de cruzamentos; Brown e Wanyama foram muito trabalhadores, empenhados e rotativos, sobretudo o queniano; e Mulgrew, de um jogo para o outro, passou de central a… médio-ala esquerdo, onde foi sempre um peixe fora de água, pois não é forte tecnicamente, tendo recuado na segunda parte para lateral;
Commons foi o homem das bolas paradas e inicialmente o principal apoio ao ponta-de-lança, mas posteriormente deslocou-se para o flanco esquerdo onde até acabou por mostrar a sua melhor face, tentando introduzir ritmo no jogo colectivo da equipa, exibindo qualidades acima da média; e Miku exibiu qualidade técnica, mas foi inconsequente;
Rogne entrou para o eixo defensivo; e Hooper trouxe presença física na área contrária.
Quanto aos jogadores do Benfica…
Artur até nem teve muito trabalho, foi chamado a intervir sobretudo em cruzamentos e aí respondeu com intervenções de qualidade;
André Almeida que na equipa B normalmente joga como médio, apareceu em Glasgow como defesa-direito (e nunca foi experimentado como lateral na segunda formação encarnada, apesar de Jorge Jesus saber que não podia contar com Maxi Pereira para este jogo desde o inicio da época), sendo bastante posicional; Jardel e Garay foram muito seguros no eixo defensivo; e Melgarejo defendeu bem, e quando pode, soltou-se e apoiou o ataque;
Matic foi certinho; Enzo Pérez não se expôs a erros, tentando sobretudo não desequilibrar a equipa, algo normal nesta fase de adaptação; e Aimar esteve sempre pressionado e não teve espaço para fazer a diferença;
Salvio apareceu no segundo tempo em que criou alguns desequilíbrios e tentou tabelar com os colegas; Gaitán esteve apagado; e Rodrigo esteve muito desapoiado como ponta-de-lança, e quando passou para as costas de Cardozo, foi substituído sete minutos depois;
Cardozo deu mais luta aos defesas adversários no jogo aéreo; Bruno César apenas acrescentou ao que Aimar fez (ou não conseguiu fazer) um remate forte de fora da área, uma das suas principais características; e Nolito não entrou a tempo de resolver nada.
O Benfica pareceu-me sempre uma equipa condicionada ofensivamente, pelos remendos defensivos que foi obrigada a fazer,o que se precebe, é até instintivo nos próprios jogadores, fruto disso, notou-se que os criativos da equipa, estiveram sempre mais preocupados em não descompensar a equipa na ajuda defensiva, do que arriscar em termos ofensivos.
ResponderEliminarEmpate justo de uma equipa que foi muito solidária e na minha opinião, por muito que alguns julguem que não, ganhar em Celtic não é fácil, por exemplo, o Benfica saí de lá pela primeira vez com pontos, em casa têm uma garra enorme e fora, aí sim, são a antítese.
Embora nota-se alguma falta de ambição na equipa, há que perceber que atendendo aos remendos que aqui menciono, os próprios atletas não têm a confiança necessária para correr riscos, isso é até instintivo nos atletas, parece-me ainda algo injusto irmos por aí, quando muitos de nós, por aquilo que fui lendo, antevíamos o descalabro e que com aquela defesa ía ser isto e aquilo, a verdade é que não sofremos golos e nem oportunidades sofremos, daí que entendo o que se passou, o que não quer dizer que goste.