Esta noite, no Vicente Calderón, o Real Madrid venceu o “derby” da sua cidade, batendo o Atlético por 4-1, num jogo a contar para a 32ª jornada da Liga BBVA. Falcao marcou para os “colchoneros” e Cristiano Ronaldo (3) e Callejón para os “merengues”.
Eis a constituição das equipas:
Atlético Madrid
Os “colchoneros” não vencem o seu rival de Madrid desde 1999, têm o orgulho ferido e querem aproveitar o momento não tão forte do adversário para poder acabar com a tradição.
Quando Diego Simeone assumiu o comando técnico do Atleti, conseguiu uma série de sete jogos sem perder, nos quais se incluíram três vitórias seguidas, no entanto, após esses três triunfos, houve três empates e começou aí uma onde de cinco jogos sem saborear a vitória, quando já se pensava em apuramento para a Liga dos Campeões. Nos últimos seis jogos, três vitórias e três derrotas constituem o saldo da antiga equipa de Paulo Futre, que está a quatro pontos dos lugares europeus.
Radamel Falcao, ex-FC Porto, na sua época de estreia no Vicente Calderón leva já 28 golos.
O colombiano e Adrián López recuperaram de gripe e são opção, ao contrário de Salvio, Mario Suárez e Miranda que estão suspensos por acumulação de amarelos. Sílvio está lesionado.
Real Madrid
Os “merengues” estão pressionados pois o Barcelona venceu ontem o Getafe (4-0) e uma escorregadela do Real significaria que os “blaugrana” passariam a depender de si próprios para serem campeões.
A formação orientada por José Mourinho é líder desde a 9ª jornada, no entanto, já teve dez pontos de avanço, e face a três empates nos últimos cinco jogos, tem agora apenas um, ainda que um jogo a menos que o Barça.
Para este encontro, há ainda a curiosidade para ver Cristiano Ronaldo consegue igualar ou superar Lionel Messi em golos no campeonato, já que o português tem 37, o argentino 39 e a luta tem sido sempre taco-a-taco.
Marcelo ficou de fora, alegadamente por problemas físicos.
O jogo começou de forma muito intensa, com ambas as equipas a não darem espaço para pensar e agir o adversário.
9’ Diego isolou Falcao nas costas de Fábio Coentrão e este rematou para defesa de Casillas.
Mesmo com tantos craques em campo, a partida não primava pela qualidade técnica exibida pelos jogadores mas sim pelo muito empenho e espírito combativo.
25’ Cristiano Ronaldo com um livre directo ao seu estilo deu vantagem ao Real.
33’ Cruzamento de Di María pela direita para o segundo poste e Benzema cabeceou ao lado.
Depois de se terem colocado em vantagem, os “merengues” tentaram baixar o ritmo de jogo, de forma a tentar controlar as operações com mais tranquilidade.
37’ Kaká serviu Ronaldo que viu Courtois negar-lhe o golo.
Ao intervalo, José Mourinho deixou Kaká no balneário, entrando Mesut Özil para o seu lugar. A substituição percebe-se pela maior combatividade que o alemão pode oferecer a um jogo com estas características.
55’ O Atlético estava a fazer pela vida, e acabou por igualar a partida. Um cruzamento de Adrián López foi correspondido por um cabeceamento de Falcao para o fundo das redes, ganhando nas alturas no espaço entre Sergio Ramos e Fábio Coentrão.
56’ O guardião belga dos “colchoneros” voltou a impedir que CR7 bisasse.
59’ Coentrão atirou à malha lateral, mas como a bola ainda foi desviada por um defesa, foi assinalado um canto, cobrado por Özil para a cabeça de Pepe, mas o esférico passou por cima do alvo.
68’ Num período em que o Real estava a aumentar a pressão, Xabi Alonso colocou a bola em Cristiano Ronaldo e este de fora da área com um remate fantástico voltou a dar vantagem à sua equipa.
70’ Higuaín rendeu Benzema.
73’ Özil tentou servir o avançado argentino, recém-entrado na partida, mas este falhou o remate e a bola sobrou para Di María que chutou fraco e ao lado.
77’ Juanfran cruzou pela direita para Falcao mas este cabeceou para fora.
78’ Koke substituiu Arda Turan.
82’ Godín derrubou Higuaín dentro da área e foi assinalada uma grande penalidade, que Ronaldo converteu em golo, fazendo assim um “hat-trick” e ultrapassando Messi na tabela dos goleadores em Espanha, chegando à marca dos 40. Impressionante!
84’ Depois de chegar ao 3-1, José Mourinho trocou Di María por Callejón.
86’ Higuaín isolou o prodígio madeirense nas costas de Perea mas Courtois negou-lhe o golo. Na sequência do canto, Pepe à boca da baliza falhou o 4º para o Real.
87’ CR7 voltou a estar em evidência, assistindo Callejón para mais um golo dos “merengues”.
90’ Filipe Luís subiu pela esquerda e colocou a bola em Diego que no coração da área acertou no poste.
O jogo ficou marcado pela intensidade e combatividade que os jogadores de ambas as equipas ofereceram, sobretudo até ao 1-2, que foi um duro golpe no Atlético, e animicamente os seus atletas nunca mais recuperaram. A partir desse golo, viu-se vinte minutos mais partidos, onde a procura por um resultado melhor por parte dos “colchoneros” e o cansaço permitiu mais espaços em zonas de finalização.
O Real não fez um jogo perfeito, colocou-se em vantagem apenas com o mérito da inspiração individual de Ronaldo num livre directo, não conseguiu adormecer suficientemente o ritmo da partida, até esteve a perder no capítulo da posse de bola e no inicio do segundo tempo consentiu o empate.
Quando as coisas pareciam novamente complicadas, em mais um momento de inspiração o português fez o 1-2 de forma fantástica, e a partir daí, sobretudo após o “penalty”, foi-se construindo uma vitória gorda mas nem por isso tão tranquila como aparenta. Ainda assim, prevaleceu a lei do mais forte.
Analisando os atletas em campo, começando pelos do Atlético…
Courtois fez uma boa exibição, negou por várias vezes o golo ao Real e o tento de Callejón onde a bola lhe passou por entre as pernas não lhe manchou a actuação.
Juanfran face às preocupações com Ronaldo, não foi ofensivo, e até nem foi pelos desequilíbrios gerados pelo madeirense pelo seu flanco que o Atleti teve um jogo mais complicado, Perea nem sempre conseguiu acompanhar a dinâmica do ataque dos “merengues”, Godín cometeu a grande penalidade e Filipe Luís mostrou a qualidade de um lateral moderno, bom a defender e com frequentes subidas no terreno.
Tiago defensivamente nem sempre argumentos para travar de forma limpa os “blancos” mas sempre que possível deu o seu contributo para o processo ofensivo da equipa, um pouco à imagem do seu companheiro de meio-campo defensivo, Gabi.
Arda Turan teve bastantes dificuldades para gerar desequilíbrios, Adrián López começou como extremo, fez a assistência para o golo de Falcao e acabou como avançado, e Diego foi provavelmente o melhor dos “colchoneros”, dinamizando o ataque, distribuindo bons passes e criando passes.
Falcao foi perdulário na fase inicial da partida mas acabou por marcar na segunda parte.
Koke agitou um pouco a equipa, assim que entrou, mas foi sol de pouca dura.
Quanto aos homens do Real…
Casillas não teve de fazer muitas defesas complicadas, Arbeloa teve dificuldades em travar quem lhe aparecia pela frente, recorrendo diversas vezes à falta, Pepe foi agressivo como costume e esteve em bom nível, Sergio Ramos não se conseguiu antecipar no lance do golo do Atlético e Coentrão fez uma boa exibição, embora não conseguisse impedir que o avançado colombiano recebesse a bola, tanto numa jogada no inicio da partida que causou muito perigo como no tento encaixado.
Khedira e Xabi Alonso foram importantes no momento da recuperação do esférico, mas dada a intensidade da partida, nem sempre os seus passes (feitos á pressão) tiveram os melhores destinatários.
Cristiano Ronaldo fez um “hat-trick”, onde dois dos golos foram fantásticos, Di María nem sempre conseguiu desequilibrar mas teve uma actuação positiva e Kaká não se conseguiu impor enquanto esteve em campo, dada a combatividade que a partida apresentava.
Benzema não teve grandes oportunidades para marcar, mas foi importante ao descair para os flancos no apoio aos colegas de ataque.
Özil, com um ritmo superior a Kaká, deu-se melhor com o ritmo do jogo, Higuaín ganhou o “penalty” e Callejón ainda entrou a tempo de fazer o 1-4.
Com este resultado, ficou assim disposta a classificação da Liga BBVA:
Sem comentários:
Enviar um comentário