O gigante jugoslavo que acumulou frangos na baliza do FC Porto. Quem se lembra de Kralj?
Kralj sofreu 15 golos em 12 jogos pelo FC Porto em 1998-99
Sempre ouvi dizer que Ivica Kralj
foi uma desilusão na baliza do FC
Porto. Para mim esse era ponto assente. Mas depois de ver vídeos dos golos
de sofreu de dragão ao peito tenho de confessar que não esperava que fosse
assim tão mau. Que frangueiro! Entre saídas em falso, bolas a passar-lhe por entre
os dedos, falta de reação a remates aparentemente não indefensáveis, golos
sofridos por mera má colocação entre os postes e um autogolo em Alverca,
tenho a dizer que nunca vi algo parecido no futebol profissional. Sim, fez pior
figura do que Roberto em Portugal.
Tudo começou com a saída de Vítor
Baía para o Barcelona
em 1996, que lançou uma maldição sobre a baliza portista
que só haveria de ser resolvida com o regresso do n.º 99 às Antas – e mesmo o
próprio Baía sofreu uma lesão grave que o afastou dos relvados entre agosto de
2000 e novembro de 2001. Enquanto o internacional português representou os catalães,
o então treinador dos azuis
e brancos, António Oliveira, experimentou Andrzej Wozniak, Lars Eriksson, Silvino,
Hilário, Rui Correia e Costinha, mas nenhum convenceu. Entretanto Oliveira saiu e
Fernando Santos entrou. Para reduzir a margem de erro, o FC
Porto decide contratar ao Partizan o guarda-redes que tão bem havia dado
conta do recado na baliza da Jugoslávia no Mundial 1998 logo após o torneio
disputado em França. A tragicomédia que foi a passagem
de Kralj pelas Antas começou logo na pré-época. Num jogo particular diante do Sporting,
chocou violentamente com Aloísio e ficou com um problema oftalmológico. “Fiquei
com um problema na vista durante meses. O pior eram os jogos à noite. Nunca fui
no FC
Porto o guarda-redes bom que tinha sido antes, no Partizan e na seleção da
Jugoslávia”, confessou ao Maisfutebol
em março de 2014. Entretanto, lesionou-se no
primeiro jogo da temporada, diante do Sp.
Braga, na primeira-mão da Supertaça,
regressando um mês depois precisamente no encontro da segunda-mão, no Minho, no
qual os portistas
ergueram o troféu. Uma saída em falso da baliza da sua parte esteve na origem
do golo arsenalista,
num empate 1-1, mas redimiu-se ao defender um penálti de Elpídio
Silva ao cair do pano.
Uma semana depois… voltou a abrir
o aviário. Na primeira jornada da fase de grupos da Liga
dos Campeões, o FC
Porto recebeu o Olympiakos e parecia estar prestes a vencer o encontro
quando, ao minuto 86, batia os gregos por 2-0 nas Antas. Entretanto, a turma do
Pireu reduziu aos 87’ e chegou ao empate aos 90’, com o 2-2 a ser obtido num
lance em que Kralj falhou a saída de entre os postes, permitindo que Siniša
Gogić chegasse mais alto com a cabeça do que ele próprio com as mãos. “A luz não me deixou ver a bola e saí a pensar
que ia agarrar o cruzamento sem problemas. Foi um jogo terrível, o ambiente no
balneário ficou estragado”, recordou. Os frangos sucedem-se: numa
visita ao Alverca
desviou um remate aparentemente inofensivo de Ramires para a própria baliza; numa
receção ao Boavista
sofreu um golo de Timofte
quase do meio-campo; numa deslocação a Leiria ficou pregado ao relvado após o
cabeceamento de Augustine Ahinful que deu o 1-0 e ofereceu a Zezinho a recarga
que resultou no 2-0; numa visita ao Dínamo Zagreb não se mexeu em dois dos três
golos sofridos; e no último jogo que disputou com de dragão
ao peito, em Braga para o campeonato, sofreu o 2-2 num lance em que a bola lhe
passou por entre os dedos e ficou a meio caminho cruzamento que originou o 3-3
final. O último de 12 encontros de Kralj
pelo FC
Porto foi a 9 de novembro de 1998, sensivelmente três meses após a estreia,
tendo sido afastado da equipa logo a seguir. Ainda foi ao banco por duas vezes,
mas acabou despachado para o modesto Radnicki Kragujevac. Em sentido contrário,
Vítor Baía voltou às Antas em janeiro de 1999. “Não saí zangado, mas percebi
que não me queriam mais. Sem problemas, não tive problemas com ninguém”,
lembrou. Entretanto assinou pelo PSV,
ajudou a Jugoslávia a chegar aos quartos de final do Euro 2000 – embora com 13
golos sofridos em quatro jogos – e regressou ao Partizan, vestindo a pele de
herói numa pré-eliminatória da Liga
dos Campeões na qual os sérvios eliminaram o Newcastle
em St. James Park, ao defender dois penáltis no desempate por grandes
penalidades.
Como é que um jornalista como tu consegue falar assim tão mal e rasgar um jogador??? És muito fraco! Muda de profissão!
ResponderEliminar