Problemas com treinadores em Madrid e distinção negativa em Itália. Quem se lembra de Maniche no Atlético e no Inter?
Maniche foi o único português a jogar por Inter e Atlético
O Inter
de Milão-Atlético
Madrid desta terça-feira (20:00) é o momento ideal para recordar a passagem
o único jogador português que representou ambos os clubes, Maniche.
Curiosamente, o antigo médio até jogou passou por estes dois históricos
emblemas do futebol europeu numa fase em que começava a perder cada vez mais
protagonismo na seleção
nacional.
Depois de ganhar tudo o que havia
para ganhar no FC
Porto, de uma passagem do Dínamo Moscovo, de curto empréstimo ao Chelsea
de José Mourinho e de um Mundial 2006 muito bem conseguido, foi contratado pelo
Atlético
Madrid aos russos, por 9 milhões de euros, precisamente após o Campeonato
do Mundo que se realizou na Alemanha. Na capital espanhola reencontrou
o grande (agora ex-)amigo Costinha, numa altura em que os colchonerosprocuravam atingir as posições cimeiras na La
Liga, poucos anos depois de terem passado pela II Liga. Maniche fez parte
desse crescimento, contribuindo para o primeiro apuramento dos rojiblancos
para as competições europeias no século XXI, para a Taça
UEFA em 2007. Na temporada seguinte estava também a contribuir para a qualificação
para a Liga
dos Campeões que se haveria de confirmar no final da época, mas um desentendimento
com o treinador Javier Aguirre em dezembro de 2007 deixou-o de fora das opções.
“Disse-lhe que se não era capaz de liderar um grupo de 24 homens também não
deveria ser capaz de dar a educação adequada ao filho. Enfim, nunca o deveria
ter feito. A partir daí não havia mais condições para eu continuar no Atlético”,
recordou o antigo centrocampista ao Record em novembro de 2017.
A solução encontrada foi um
empréstimo ao Inter
de Milão. Até se sagrou campeão italiano sob a orientação de Roberto
Mancini, mas foi pouco utilizado e acabou por perder o Euro 2008, não indo além
de onze jogos e um golo em todas as competições, num total de 542 minutos. Dez
anos depois, foi incluído numa lista dos piores reforços de inverno de sempre
da Serie pelo jornal espanhol Marca.
Em 2008-09 voltou ao Vicente
Calderón para mais uma temporada, também marcada para o apuramento para a Champions,
despedindo-se do Atlético
com oito golos em 84 jogos, tendo depois rumado aos alemães do Colónia. “Tenho
recordações fantásticas de uma instituição que me deu muito, tanto profissional
como pessoalmente. O único arrependimento que posso ter sobre questões
profissionais foi ter saído do Atlético
Madrid”, afirmou em abril de 2012. No entanto, as recordações dos
treinadores que apanhou na capital espanhol não são assim tão boas. “Comecei
por apanhar o Aguirre, com quem tive alguns problemas. E mais tarde acabei por
ter o Abel Resino, que ainda era pior. Nem sei como é que ele conseguiu um dia
ser treinador. Muito mau. Foi de longe o pior treinador que algum dia tive.
Como pessoa também não prestava. Desconfiou que eu estava a simular uma lesão
antes de um jogo da Taça e isso não admito. Fui a uma clínica fazer uma
ressonância magnética e ficou a saber-se que eu tinha líquido no joelho. Mesmo
assim ele não acreditou. Fiquei em Madrid, eles foram para o jogo e no dia
seguinte o treinador disse-me que não contava mais comigo, à frente de todos os
meus colegas. Disse-me que eu lhe menti”, contou.
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