terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Problemas com treinadores em Madrid e distinção negativa em Itália. Quem se lembra de Maniche no Atlético e no Inter?

Maniche foi o único português a jogar por Inter e Atlético
O Inter de Milão-Atlético Madrid desta terça-feira (20:00) é o momento ideal para recordar a passagem o único jogador português que representou ambos os clubes, Maniche. Curiosamente, o antigo médio até jogou passou por estes dois históricos emblemas do futebol europeu numa fase em que começava a perder cada vez mais protagonismo na seleção nacional.
 
Depois de ganhar tudo o que havia para ganhar no FC Porto, de uma passagem do Dínamo Moscovo, de curto empréstimo ao Chelsea de José Mourinho e de um Mundial 2006 muito bem conseguido, foi contratado pelo Atlético Madrid aos russos, por 9 milhões de euros, precisamente após o Campeonato do Mundo que se realizou na Alemanha.
 
Na capital espanhola reencontrou o grande (agora ex-)amigo Costinha, numa altura em que os colchoneros procuravam atingir as posições cimeiras na La Liga, poucos anos depois de terem passado pela II Liga. Maniche fez parte desse crescimento, contribuindo para o primeiro apuramento dos rojiblancos para as competições europeias no século XXI, para a Taça UEFA em 2007. Na temporada seguinte estava também a contribuir para a qualificação para a Liga dos Campeões que se haveria de confirmar no final da época, mas um desentendimento com o treinador Javier Aguirre em dezembro de 2007 deixou-o de fora das opções. “Disse-lhe que se não era capaz de liderar um grupo de 24 homens também não deveria ser capaz de dar a educação adequada ao filho. Enfim, nunca o deveria ter feito. A partir daí não havia mais condições para eu continuar no Atlético”, recordou o antigo centrocampista ao Record em novembro de 2017.
 
 
A solução encontrada foi um empréstimo ao Inter de Milão. Até se sagrou campeão italiano sob a orientação de Roberto Mancini, mas foi pouco utilizado e acabou por perder o Euro 2008, não indo além de onze jogos e um golo em todas as competições, num total de 542 minutos. Dez anos depois, foi incluído numa lista dos piores reforços de inverno de sempre da Serie pelo jornal espanhol Marca.
 
 
Em 2008-09 voltou ao Vicente Calderón para mais uma temporada, também marcada para o apuramento para a Champions, despedindo-se do Atlético com oito golos em 84 jogos, tendo depois rumado aos alemães do Colónia. “Tenho recordações fantásticas de uma instituição que me deu muito, tanto profissional como pessoalmente. O único arrependimento que posso ter sobre questões profissionais foi ter saído do Atlético Madrid”, afirmou em abril de 2012.
 
No entanto, as recordações dos treinadores que apanhou na capital espanhol não são assim tão boas. “Comecei por apanhar o Aguirre, com quem tive alguns problemas. E mais tarde acabei por ter o Abel Resino, que ainda era pior. Nem sei como é que ele conseguiu um dia ser treinador. Muito mau. Foi de longe o pior treinador que algum dia tive. Como pessoa também não prestava. Desconfiou que eu estava a simular uma lesão antes de um jogo da Taça e isso não admito. Fui a uma clínica fazer uma ressonância magnética e ficou a saber-se que eu tinha líquido no joelho. Mesmo assim ele não acreditou. Fiquei em Madrid, eles foram para o jogo e no dia seguinte o treinador disse-me que não contava mais comigo, à frente de todos os meus colegas. Disse-me que eu lhe menti”, contou.
 








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