Quaresma tenta fugir a Materazzi no jogo de Alvalade |
Tendo eu nascido em 1992 e não
assistido ao duplo confronto entre Inter
de Milão e Boavista
no final de 1996, a minha primeira memória de um jogo entre os nerazzurri
e equipas portuguesas remonta a agosto de 2002, quando o conjunto
milanês defrontou o Sporting
na 3.ª pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga
dos Campeões.
Pela primeira (e única) vez na
história, o campeão português foi obrigado a disputar uma ronda preliminar para
aceder à Champions.
E o sorteio foi tudo menos simpático para os leões.
Afinal, o Inter
comandado por Héctor Cúper contava com um plantel recheado de craques como
Francesco Toldo, Javier Zanetti, Christian Vieri, Álvaro Recoba, Fabio
Cannavaro e Sérgio
Conceição. E, como se não bastasse, o técnico leonino Laszlo Bölöni não
contava com as duas principais figuras da dobradinha da época anterior, o goleador
Mário Jardel (não se apresentou para fazer a pré-época) e o seu “pai” João
Vieira Pinto (castigado após soco no árbitro do Portugal-Coreia
do Sul do Mundial 2002).
Ainda assim, o Sporting
aproveitou o facto de a 1.ª mão ser em casa, no velhinho Estádio
José Alvalade, para fazer sonhar os seus adeptos. Não foi além de um empate
a zero, mas atacou muito, esteve por cima do jogo em muitos períodos e criou
ocasiões de golo. Faltou marcar.
“Uma bela exibição não foi
suficiente para o Sporting
bater o Inter
de Milão, num jogo marcado por uma péssima arbitragem do juiz norueguês, em
prejuízo dos campeões portugueses. Um nulo que acaba por saber a pouco, mas que
ainda permite alimentar esperanças para o jogo de San
Siro. A Liga
dos Campeões está mais longe, mas não perdida”, escreveu o Diário de
Notícias.
“Faltaram golos à fraude festa do
Estádio
José de Alvalade e à boa exibição do Sporting,
que chegou a encostar o poderoso Inter
de Milão às cordas. Verificou-se um empate que deixou no ar a impressão de
que, se calhar, com João Pinto e Jardel, os leões
poderiam estar agora a caminho de Itália com um bom resultado nos bolsos.
Assim, o favoritismo do Inter
para aceder à Liga
dos Campeões é agora maior”, podia ler-se no Jornal de Notícias.
Duas semanas depois, no Giuseppe
Meazza, o Inter
impôs a lei do mais forte. Após uma primeira meia hora em que o Sporting
até deu uma belíssima imagem, o médio internacional italiano Luigi Di Biagio
inaugurou o marcador aos 31 minutos, ao antecipar-se a Nélson e cabecear para o
fundo das redes na sequência de um canto apontado por Recoba a partir da
direita.
Ainda antes do intervalo, Recoba
fez o 2-0, também de cabeça, na resposta a um cruzamento de Domenico Morfeo do
lado esquerdo, sentenciando assim a eliminatória.
“Um começo de gala só fez
aumentar ainda mais as legítimas expectativas dos leões
figurarem entre os melhores clubes europeus na primeira fase de grupos da Liga
dos Campeões deste ano. Embora do outro lado estivesse apenas um dos
maiores colossos do futebol mundial, o Inter
de Milão, a arrancada do Sporting
no Giuseppe
Meazza para este encontro da segunda mão foi decidida, competente e, a
espaços, até brilhante. De facto, na primeira meia hora, ou melhor, até ao golo
inaugural do jogo, apontado por Di Biagio (31 minutos) a equipa portuguesa
conseguiu prender os movimentos ao Inter,
pressionando ainda no meio-campo transalpino, mostrando igualmente uma
mobilidade notável entre os seus jogadores mais avançados que desequilibravam
ou, pelo menos, abriam pequenas brechas na defensiva do Inter.
Foi assim que Pedro Barbosa apareceu por duas vezes em posição de alvejar as
redes contrárias e foi assim também que Niculae falhou a emenda ao segundo
poste depois de um cruzamento largo na esquerda. O golo de Di Biagio, para além
de aparecer contra a corrente – o Inter
apenas tinha chegado uma vez com perigo à baliza sportinguista
por intermédio de Recoba –, teve o efeito de uma bomba nas hostes sportinguistas.
O seu efeito foi devastador e letal...”, escreveu o jornal O Jogo.
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