Benfiquista Roger tenta fugir ao estrelista Lázaro |
Tinha presente de que, num sábado
de manhã, numa ida à praça com o meu pai, fiquei a saber que o Benfica
tinha vencido na véspera o Estrela
da Amadora por 2-1 durante o campeonato
de 2000-01. Passados cerca de 20 anos, até julgava que esse jogo era referente
ao da primeira volta, disputado na Luz e que terminou com o mesmo resultado e a
despedida de Jupp Heynckes do comando técnico encarnado,
mas afinal era referente ao da segunda volta, na Reboleira.
Embora as águias
tivessem concluído essa edição da I
Liga na sexta posição, durante a viragem do ano (e do século) a formação então
já orientada por Toni atravessou um momento bastante positivo, ao ponto de ter
entrado no Estádio José Gomes em segundo lugar, após cinco vitórias
consecutivas na prova, à frente dos rivais Sporting
e FC
Porto – o líder era o Boavista,
com 20 jornadas já decorridas.
O Benfica
até tinha acabado de perder o extremo checo Poborsky, mas contava com uma dupla
de ponta de lanças em grande forma, entre os melhores marcadores do campeonato:
o holandês Pierre van Hooijdonk (nove golos nos cinco jogos anteriores e 15 no
total) e João Tomás (dois golos nos dois jogos anteriores e 12 no total).
Já o Estrela
da Amadora, comandado por Carlos Brito, ocupava a lanterna vermelha do campeonato
e estava em posição bastante delicada, a oito pontos da zona de salvação, tendo
no plantel jogadores há muito tempo no clube, como Rui Neves, Rebelo, Kenedy, Raul
Oliveira, Lázaro, Paulo Ferreira, Gaúcho e Pedro Simões.
Quanto ao jogo em si, os tricolores
começaram melhor, abrindo o ativo por intermédio de um goleador que,
inacreditavelmente, não chegou a um dos grandes do futebol português, o
brasileiro Gaúcho. O passe foi de Paulo Ferreira, do lado esquerdo, ao minuto
14.
Aos 20’, deu-se a resposta do Benfica
através de uma das especialidades de Van Hooijdonk: a execução de livres
diretos. O guarda-redes Tiago (emprestado pelo Sporting)
bem tentou, mas não chegou à bola.
A meio da segunda parte, João
Tomás fez o segundo golos dos encarnados,
de cabeça, após um belíssimo cruzamento de Van Hooijdonk (67’).
“Fustigada por uma semana
demolidora no plano institucional, que culminou com a detenção judicial do ex-presidente
Vale e Azevedo, a nação benfiquista
expurgou todos os males que, de algum modo, lhe têm vindo a violentar a alma.
Tudo por culpa de uma equipa de futebol em excecional período de forma, física
e anímica, que conseguiu mobilizar nos últimos tempos até o mais descrente dos
adeptos. A vitória na Reboleira, justa, justíssima, num jogo cheio, intenso
desde o primeiro ao último minuto, é o paradigma da pujança de uma águia
altaneira que mais uma vez provou ter asas para voar. Ali, na relva, porque é
de futebol, e só de futebol, que estamos a falar, o Benfica,
a equipa de futebol do Benfica,
melhor dizendo, passou ao lado de todo o ruído que nos últimos dias se tem
produzido. Mostrou raça, evidenciou crença, transmitiu confiança, ganhou o
jogo. E isso é tudo o que os adeptos exigem. O resto... é conversa, pura
conversa”, resumiu o jornal O Jogo.
O Estrela
acabou mesmo por descer à II
Liga, mas regressou à elite
do futebol português em 2003-04, ainda que com mais um desempenho bastante
abaixo das expetativas. Quando a formação então comandada por Miguel Quaresma recebeu
o Benfica
de José António Camacho à 15.ª jornada, ocupava o último lugar com apenas sete
pontos, tendo já sofrido 37 golos – para se ter a noção, a segunda pior defesa
era o Paços
de Ferreira, com 25 golos sofridos.
Recordo-me de ter visto este jogo
num café na aldeia alentejana de onde os meus pais são naturais quando lá
passava as férias de Natal, depois de durante a tarde ter assistido a um
escaldante Castrense-Amarelejense, e de estar no estabelecimento um homem que
não parava de chamar “trator” ao médio
benfiquista Fernando Aguiar.
Os encarnados,
que vinham de três vitórias consecutivas, arrumaram o assunto na Reboleira em
pouco mais de meia hora. Nuno Gomes, que na altura ainda não tinha marcado no campeonato,
inaugurou o marcador aos dois minutos ao aproveitar uma bola rematada por
Zahovic que caprichosamente sobrou para ele. Tiago, com um disparo de meia
distância, aumentou para 0-2 aos 10’. E, por fim, o avançado croata Sokota
sentenciou o resultado depois de uma bela jogada de entendimento com Nuno Gomes
(32’).
“Fácil. Ou melhor, muito fácil. O
Benfica
venceu ontem tranquilamente o Estrela
da Amadora por 3-0. E nem foi preciso carregar muito no acelerador, com as baterias
a serem poupadas para o jogo contra o Sporting,
no dia 4 de janeiro, para ultrapassar um adversário débil, sem ideias e sem o
culto da vitória. Os encarnados
tiveram a vida facilitada na Amadora, mas também fizeram por isso, é bem
verdade, e José António Camacho, frente a um adversário deste calibre, até
poderia ter inventado um pouco mais que não teria qualquer problema”, escreveu O Jogo.
Quando as duas equipas se
defrontaram na segunda volta, na Luz, o Estrela
já tinha descido de divisão, enquanto o Benfica
ainda sonhava em roubar o segundo lugar e consequente apuramento para a 3.ª
pré-eliminatória da Liga
dos Campeões ao Sporting.
Uma das poucas coisas de que me recordo é do tento de honra dos amadorenses,
apontado por Davide, então uma jovem promessa do futebol português e quase meu
homónimo. Do lado dos encarnados,
marcaram Nuno Gomes, Sokota e Miguel.
“Com a discussão do segundo lugar
ao rubro, tocou em sorte ao Benfica
um Estrela
da Amadora já despromovido e, como consequência, sem outro tipo de ambição
que não fosse a natural defesa do prestígio e dignidade do emblema
tricolor. Por isso, e também porque os estrelistas não apresentam de facto
argumentos suficientes para merecer ficar na I
Liga, acreditava-se na Luz na facilidade de um triunfo que colocaria o
rival Sporting
sob (ainda) maior pressão, uma vez que os leões só entrariam em campo uma hora
mais tarde – só depois se soube que o Sporting
acabou por não resistir a essa pressão... E assim se passou o jogo, apesar dos
pupilos de José António Camacho terem optado por fazer uma... sesta durante
grande parte do mesmo. Os escassos períodos de olhos bem abertos, no entanto,
chegaram e sobraram para resolver a questão”, sintetizou O Jogo, que também fez alusão à derrota leonina
em Leiria.
Aparentemente na MDCSDQT pelos vistos, ainda ninguém reparou que nos últimos 22 jogos, o F. C. Porto usufruiu de uma vantagem de 15 penaltis em relação ao Benfica! Essa é a cruz que, nem Jesus conseguirá carregar sozinho, sem ajuda dos que verdadeiramente querem o sucesso desportivo para o Benfica.
ResponderEliminarDesde a 27ª jornada de 2019/20 até hoje, nos últimos 21 jogos para o campeonato (as 13 jornadas de 2020/21 juntamente com às últimas 8 jornadas de 2019/20), o F. C. Porto usufruiu de uma vantagem de 13 penaltis para o Benfica! Se acrescentarmos o jogo, entre as 2 equipas ocorrido na semana passada para a Supertaça, em que mais uma vez, com o jogo empatado, o F. C. Porto usufruiu de mais 1 penalti favorável e o Benfica sofreu mais 1 penalti desfavorável, então em Portugal tivemos, uma diferença de 15 penaltis entre as 2 principais equipas portuguesas, nos últimos 22 jogos! Como na 27ª jornada de 2019/20, o Benfica e o F. C. Porto partilhavam a liderança com 64 pontos, com uma ligeira vantagem de 4 golos para o Benfica em relação ao F. C. Porto, o Fontelas Gomes ou quem conseguir, que explique como o mesmo plantel do Benfica que, só conseguiu marcar mais 4 golos que o seu principal rival em 27 jogos, conseguiria anular uma desvantagem de 15 penaltis nos 22 jogos seguintes?
O que seguramente, ninguém consegue escrever ou dizer publicamente, é o nome do treinador que encontrou, que já tivesse obtido sucesso desportivo, com uma desvantagem de 15 penaltis para o principal rival nos últimos 22 jogos! Se não encontram esse milagroso treinador, então qual é o objetivo de tentar destabilizar/despedir o atual treinador do Benfica (Jorge Jesus)?
Veja os dados estatísticos detalhados em http://influenciaarbitral.blogspot.com/2021/01/sos-por-este-mundo-fora-alguem-pode.html