terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre Chelsea e Bayern

Bávaro Ballack entre londrinos Ricardo Carvalho e Gudjohnsen
O histórico de confrontos entre Chelsea e Bayern Munique é recente e curto, mas intenso. As minhas primeiras memórias de jogos entre as duas equipas remontam precisamente aos primeiros duelos entre ambas, em abril de 2005.

O Chelsea, com José Mourinho no comando técnico desde o início dessa época, procurava a afirmação europeia. O Bayern, crónico campeão da Alemanha e vencedor do título europeu em 2001, regressava aos quartos de final da Liga dos Campeões três anos depois.


Entre duas equipas recheadas de jogadores internacionais por algumas das melhores seleções do mundo, os londrinos foram melhores em Stamford Bridge, na primeira-mão, e venceram por 4-2, num jogo em que Mourinho não estava no banco por cumprir castigo.

O médio ofensivo internacional inglês Joe Cole deu vantagem aos blues logo aos quatro minutos, através de um remate de fora da área ainda desviado em Lúcio. O recém-entrado Bastian Schweinsteiger empatou o jogo no início da segunda parte, aos 52 minutos, na recarga a um remate de Zé Roberto defendido para a frente por Petr Cech.

Depois teve lugar o festival Frank Lampard, que no espaço de dez minutos apontou dois golos (60' e 70'), ambos de pé esquerdo – o segundo foi particularmente bonito, num remate à meia volta no interior da área que bateu Oliver Kahn. Didier Drogba apontou o 4-1 aos 81', após um conjunto de ressaltos na área na sequência de um pontapé de canto. Porém, já em tempo de compensação Michael Ballack reduziu na conversão de uma grande penalidade e relançou a eliminatória.


Chelsea demolidor. A música era italiana, mas a letra bem portuguesa: “José Mourinho, José Mourinho”. Os cânticos após o terceiro golo do Chelsea, o segundo de Frank Lampard, devolveram o treinador português a Stamford Bridge, apesar do castigo o ter levado a ver o jogo frente ao Bayern de Munique numa televisão fora do estádio onde se desenrolou a primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões. O Chelsea bateu o Bayern, por 4-2 – com os alemães a ressuscitarem o interesse graças a um penálti nos descontos –, e dá um passo em direção às meias-finais – ingleses ou alemães terão pela frente o vencedor da eliminatória entre o Liverpool e a Juventus (os reds ganharam em Anfield Road por 2-1)”, escreveu o Diário de Notícias.

Porém, o local em que Mourinho assistiu ao jogo esteve envolto em grande mistério, assim como um estranho gorro que o adjunto Rui Faria utilizou nessa noite e que poderia estar a esconder algum tipo de auriculares para comunicar com o líder da equipa técnica. Mais tarde, o treinador português explicou que foi para o balneário bem cedo durante esse dia e que saiu num carrinho de lavandaria. “Era um Chelsea-Bayern Munique, um grande jogo da Liga dos Campeões, e eu precisava de estar com os meus jogadores e fiz isso, sim. Fui para o balneário durante o dia, por isso estive lá desde o meio-dia e o jogo era só às 19.45. Eu apenas queria estar no balneário quando os jogadores chegassem. Cheguei e ninguém me viu, o problema foi sair depois. O roupeiro pôs-me no cesto da roupa e, para que eu pudesse respirar, estava um bocadinho aberto. Mas quando estava a sair do balneário, foi seguido pelos homens da UEFA desesperados para me encontrar, por isso fechou a caixa e eu não conseguia respirar. Quando a abriu, estava a morrer”, contou em janeiro de 2019.


No segundo jogo, o Chelsea foi derrotado no Olímpico de Munique por 2-3, mas nunca teve a eliminatória em perigo. À passagem da meia hora, Lampard adiantou os londrinos através de um remate forte de fora da área que ainda desviou em Lúcio (mais uma vez...). Claudio Pizarro, em posição irregular, empatou aos 65', na recarga a um cabeceamento de Ballack desviado para o poste por Petr Cech, recolocando os bávaros a dois golos do apuramento. Porém, Didier Drogba respondeu de forma categórica a um cruzamento de Joe Cole e cabeceou para fora do alcance de Oliver Khan (80').

A eliminatória ficou praticamente sentenciada e até deu para o médio defensivo português Nuno Morais fazer a estreia na Liga dos Campeões, mas a formação alemã marcou por mais duas vezes antes do apito final: Paolo Guerrero empatou o jogo aos 90', na sequência de um cruzamento tenso e rasteiro de Schweinsteiger; e Mehmet Scholl fez o 3-2 para o conjunto orientado por Felix Magath aos 90+5', a passe de Pizarro.

Chelsea nas meias-finais. Se José Mourinho tem, como lhe apontam, uma estrela que o protege nos momentos mais difíceis, então ela revela-se de uma forma cínica e fatal para adversários como o Bayern de Munique, que ontem ainda bateu o Chelsea (3-2), mas foi eliminado nos quartos-de-final da Liga dos Campeões, após 4-2 favorável aos ingleses na primeira mão. A boa estrela de Mourinho sofreu nos últimos minutos com a perda de concentração da defesa dos blues, que permitiu aos alemães virar o jogo de 1-2 para o resultado final”, resumiu o Diário de Notícias.

























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