Desde 1930, ano da fundação do São
Paulo, que o tricolor paulista e
o Corinthians
disputam o Majestoso, nome dado pelo jornalista Tommaso Mazzoni, do jornal A Gazeta Esportiva, ao confronto entre
os dois clubes.
O clássico, que reúne os dois
emblemas com mais torcedores do
Estado de São Paulo, já decidiu dezenas de Campeonatos Paulistas, um Torneio
Rio-São Paulo, um Campeonato Brasileiro e até um título internacional, a Recopa
Sul-Americana. Ao longo de cerca de nove décadas, as duas equipas também se
defrontaram na Copa do Brasil, na Copa Conmebol e na Libertadores.
Do velhinho Parque São Jorge à
moderna Arena Corinthians, tricolor e
timão já protagonizaram mais de três
centenas de duelos em toda a história, alguns dos quais com mais de 100 mil
espetadores nas bancadas no Morumbi. Entre tantos e tantos clássicos marcantes,
veja aqui a nossa seleção dos dez melhores, por ordem cronológica.
12 de dezembro de 1982 – Campeonato
Paulista (2.ª mão da final)
Estávamos em plena Democracia
Corintiana, do Corinthians
do grupo de futebolistas politizados e grandes craques Sócrates, Wladimir,
Casagrande e Zenon. Após ter vencido a primeira-mão da final por 1-0 sobre o então
bicampeão paulista São
Paulo, com golo de Sócrates, o timão
apenas necessitava de um empate no segundo jogo, também disputado no Morumbi.
Ao intervalo, registava-se um
nulo, mas Biro-Biro deu vantagem ao Corinthians,
aos 71 minutos. Darío Pereyra empatou aos 77’, mas Biro-Biro devolveu a
vantagem à formação orientada por Mário Travaglini cinco minutos depois, com
Casagrande a estabelecer o resultado final aos 86’ e a impedir o primeiro
tricampeonato da história do tricolor.
Esta final ajudou a rivalidade
entre os dois clubes a consolidar-se, uma vez que na altura vivia na sombra do Choque Rei (Palmeiras e São
Paulo) e do Derby Paulista (Corinthians e Palmeiras).
E o Corinthians
passava a ser o recordista de títulos do Campeonato Paulista, com 19
conquistas, contra as 18 do Palmeiras.
16 de dezembro de 1990 – Campeonato
Brasileiro (2.ª mão da final)
Jogo histórico da história do Corinthians,
pois deu ao timão o seu primeiro
campeonato brasileiro da história. Antes, o melhor que os corintianos tinham
conseguido fora um segundo lugar em 1976, com derrota ante o Internacional na
final.
Orientado por Nelsinho Baptista,
o Corinthians
venceu o primeiro jogo por 1-0, com golo de Wilson Mano logo aos quatro
minutos. No segundo encontro da final, o resultado repetiu-se, cabendo a
Tupãzinho a autoria do remate certeiro do timão
(54’), na sequência de um lance de insistência, perante mais de 100 mil
espetadores no Morumbi.
8 de dezembro de 1991 – Campeonato
Paulista (1.ª mão da final)
Mais uma decisão direta de
títulos entre os dois rivais. Frente a frente, o Corinthians
com a melhor defesa da prova e o São
Paulo com o melhor ataque, um ano depois de terem protagonizado a final do
Campeonato Brasileiro.
No entanto, os são paulinos contavam
com um dos jogadores em melhor forma do Brasil naquela altura, Raí. O atacante
foi o homem do jogo, ao apontar um hat
trick. O golo inaugural, logo aos 16 minutos, permitiu-lhe igualar Guga, do
Santos, na lista de melhores marcadores do campeonato. No segundo tempo, Raí
marcou mais dois golos, o primeiro de grande penalidade (59’) e o segundo de
cabeça (62’), antes de Wilson Mano ter desperdiçado um penálti para o timão. “Faltou determinação. Poderíamos
ter marcados mais golos”, lamentou, ainda assim, Telê Santana.
No segundo encontro da final,
também presenteado por mais de 100 mil espetadores, registou-se um empate a
zero.
10 de maio de 1998 – Campeonato
Paulista (2.ª mão da final)
No primeiro jogo, o Corinthians
orientado por Vanderlei Luxemburgo e com craques como Marcelinho Carioca, Gamarra,
Vampeta e Rincón venceu por 2-1, com golos de Marcelinho Carioca (24 minutos) e
Cris (67’) contra um de Fabiano (36’).
No entanto, sete dias depois o São
Paulo apresentou-se com um reforço de peso, Raí, contratado ao Paris
Saint-Germain após cinco anos em França, e inscrito no torneio apenas para
disputar um jogo, o da grande final. Coube precisamente a Raí marcar o golo
inaugural, à passagem da meia hora. Após o intervalo, Didi marcou para o Corinthians
(50’), mas França bisou (57’ e 82’) e sentenciou o triunfo tricolor por 3-1, carimbando assim a conquista do 19.º título
paulista.
28 de novembro de 1999 – Campeonato
Brasileiro (1.ª mão da semifinal)
Cerca de cinco meses depois de
ter eliminado o São
Paulo nas meias-finais do Campeonato Paulista, o Corinthians
voltou a afastar o rival na mesma fase, mas do Campeonato Brasileiro.
O primeiro encontro da semifinal
ficou marcado pelo facto de o guarda-redes corintiano Dida ter defendido dois
penáltis executados por Raí, aos 62 e 90+1 minutos. Em ambas as ocasiões, o
resultado já se encontrava em 2-3 a favor do timão, vencedor da fase regular da prova.
Nenê inaugurou o marcador para o Corinthians
(23’), Raí restabeleceu a igualdade (29’). Ricardinho devolveu a vantagem à
equipa de Oswaldo de Oliveira (31’), mas Edmílson voltou a colocar o resultado
empatado ainda antes do intervalo (40’). No início do segundo tempo, Marcelinho
Carioca fez o terceiro golo corintiano, na conversão de uma grande penalidade
(53’).
No segundo jogo, o Corinthians
voltou a vencer, mas por 3-2, e qualificou-se para a final, sagrando-se campeão
ao bater o Atlético Mineiro à melhor de três.
8 de maio de 2005 – Campeonato
Brasileiro (3.ª jornada)
O São
Paulo atravessava uma boa fase diante do rival, estando invicto frente ao Corinthians
em todas as competições desde março de 2003, e confirmou essa onda positiva com
uma goleada no Pacaembu.
Coube ao guarda-redes Rogério
Ceni inaugurar o marcador logo aos três minutos, na transformação de uma grande
penalidade. Luizão (13’ e 47’), Danilo (16’) e Cicinho (76’) aumentaram a
contagem, antes do antigo atacante portista Carlos Alberto ter apontado o golo
de honra do timão (88’ g.p.).
Apesar da derrota estrondosa, os
corintianos sagraram-se campeões no final da temporada. Já o São
Paulo haveria de conquistar a Libertadores
e o Mundial de clubes nesse mesmo ano.
12 de abril de 2009 –
Campeonato Paulista (1.ª mão da semifinal)
Com os rivais há procura de
regressar à final depois de dois anos de ausência para o São
Paulo e três para o Corinthians,
houve clássico a duas mãos nas meias-finais.
No primeiro jogo, no Pacaembu, o
tricolor inaugurou o marcador pelo zagueiro
Miranda, aos 25 minutos, através de um cabeceamento certeiro na sequência de um
livre lateral pela direita. Porém, Elias empatou logo a seguir, aos 28’, após
iniciativa individual. Depois de mais de uma hora com o resultado empatado, o
que favorecia os são-paulinos, mas a 15 segundos do final do tempo de
compensação da segunda parte Cristian apontou o golo que daria a vitória ao
timão, com um remate espetacular de fora da área.
Na segunda mão, no Morumbi, o Corinthians
voltou a vencer, por 2-0, com dois golos de rajada de Douglas (55’) e Ronaldo
(57’).
27 de março de 2011 – Campeonato
Paulista (16.ª jornada)
A vitória do São
Paulo sobre o Corinthians
não foi decisiva e serviu apenas para que o tricolor igualasse pontualmente o
rival, mas o jogo ficou marcado pelo 100.º golo da carreira do guarda-redes
Rogério Ceni, mito dos são-paulinos.
Em Barueri, Dagoberto abriu o
ativo aos 40 minutos através de um remate forte e colocado de fora da área. No
início da segunda parte, o goleiro
marcou o segundo golo na execução magistral de um livre direto, festejando
efusivamente com os companheiros de equipa (53’). O guarda-redes do timão,
Júlio César, ainda tocou na bola, mas não conseguiu travar o remate de Ceni.
Dentinho ainda reduziu a
desvantagem (67’), mas o São
Paulo acabou mesmo por ganhar o jogo, após 11 partidas consecutivas sem
vencer o rival.
17 de julho de 2013 – Recopa
Sul-Americana (2.ª mão)
Os rivais já se tinham defrontado
a nível internacional, mas nunca tinham discutido um troféu internacional até
2013, quando se defrontaram pela Recopa Sul-Americana. Frente a frente estava o
Corinthians
campeão da Libertadores
e o São
Paulo vencedor da Copa Sul-Americana, na sexta vez que o título foi
disputado por equipas do mesmo país.
Depois de ter encaminhado a
decisão com o triunfo por 2-1 no Morumbi, com golos de Guerrero (28’) e Renato
Augusto (75’) contra um de Aloísio (46’), o Corinthians
confirmou a conquista do troféu no Pacaembu. Romarinho abriu o marcador aos 35
minutos, a finalizar um lance de insistência, Danilo fez o segundo aos 68’, na
recarga a um cabeceamento do próprio após cruzamento de Fábio Santos na
esquerda.
22 de novembro de 2015 – Brasileirão
(36.ª jornada)
Já campeão, o Corinthians
decidiu rodar a equipa, mas ainda assim os jogadores menos utilizados do timão
tiveram a capacidade de construir uma goleada sobre o rival, naquela que é
considerada uma das maiores humilhações de sempre em clássicos entre os dois
clubes.
O tricolor, que lutava ainda por uma vaga na Libertadores,
até começou bem o jogo, mas tudo começou a ruir ao minuto 27, quando Bruno
Henrique apontou o primeiro golo do timão.
Angel Romero (29’) e Edu Dracena (45+1’) levaram para o intervalo um resultado
de 3-0 e na segunda parte Lucca (61’), novamente Romero (64’) e Baroni (76’,
g.p.) aumentaram a contagem. Pelo meio, Carlinhos reduziu para os são-paulinos.
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