Ex-portista Lucho González é capitão do Atlético Paranaense |
Provavelmente muitos já julgavam
que estivesse retirado, mas a verdade é que Lucho González não só ainda joga
futebol, como o faz a um nível bastante aceitável e poderá estar a 90 minutos
de erguer uma competição internacional, no caso a Copa Sul-Americana, ao
serviço do Atlético Paranaense, equipa da qual é capitão.
É verdade que é notório que os
reflexos já não são os mesmos de antigamente e que tem dificuldades em
manter-se fisicamente disponível durante os 90 minutos – é raro o jogo em que
os cumpre -, mas o médio argentino mantém, a pouco mais de um mês de completar
38 anos, muitos dos atributos que fizeram dele internacional pelo seu país por
45 vezes e campeão português por seis.
Como segundo médio (ou volante, para os brasileiros) no 4x2x3x1
de Tiago Nunes, o antigo centrocampista do FC Porto pisa terrenos um pouco mais
recuados do que quando alinhava de dragão ao peito, mas continua a fazer jus à
alcunha El Comandante. Solta-se mais
do que o companheiro de duplo pivot –
Bruno Guimarães ou Wellington – e mantém a chegada à área e a prontidão de
remate em zona de tiro, atributos que levaram o Marselha a pagar 19 milhões de
euros pelo seu passe no verão de 2009. Não foi por acaso que, em cinco
temporadas completas no Dragão, o pior registo de golos numa época foi de oito,
em 2007/08 – o máximo foi de 12, em 2005/06, 2006/07 e 2008/09.
Quase sempre de frente para o
jogo, no alto do seu 1,86 m, conserva igualmente as capacidades para
transportar a bola já no meio-campo contrário e de pensar as jogadas de ataque
do furacão, alcunha do emblema de
Curitiba e tradução para português daquele que foi o seu primeiro clube como
profissional, o Huracán.
Também defensivamente, sem se dar
muito por ele, vai ocupando bem os espaços na zona medular naquela que é uma
das equipas com melhor organização defensiva no Brasil, ajudando a fechar a
faixa central e a criar superioridade numérica pelas laterais, apoiando o
lateral e o extremo quando o adversário ataca pela ala.
E se dentro de campo o que faz é
visível, no balneário também é tido como muito importante, não fosse ele
capitão. Em recente entrevista, o antigo avançado Grafite revelou como o
argentino foi importante para ele quando atravessava um mau momento. Outros
depoimentos apontam Lucho como elemento preponderante na integração e evolução
de jovens jogadores.
No entanto, apesar da boa forma e
da importância fora das quatro linhas, a sua continuidade na Arena da Baixada é
incerta, embora tudo indique que vá prosseguir a carreira, até porque tem um
sonho por realizar: vestir a camisola do Racing Club de Avellaneda, seu clube
do coração.
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