sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Lucho ainda mexe à beira dos 38 anos

Ex-portista Lucho González é capitão do Atlético Paranaense

Provavelmente muitos já julgavam que estivesse retirado, mas a verdade é que Lucho González não só ainda joga futebol, como o faz a um nível bastante aceitável e poderá estar a 90 minutos de erguer uma competição internacional, no caso a Copa Sul-Americana, ao serviço do Atlético Paranaense, equipa da qual é capitão.

É verdade que é notório que os reflexos já não são os mesmos de antigamente e que tem dificuldades em manter-se fisicamente disponível durante os 90 minutos – é raro o jogo em que os cumpre -, mas o médio argentino mantém, a pouco mais de um mês de completar 38 anos, muitos dos atributos que fizeram dele internacional pelo seu país por 45 vezes e campeão português por seis.


Como segundo médio (ou volante, para os brasileiros) no 4x2x3x1 de Tiago Nunes, o antigo centrocampista do FC Porto pisa terrenos um pouco mais recuados do que quando alinhava de dragão ao peito, mas continua a fazer jus à alcunha El Comandante. Solta-se mais do que o companheiro de duplo pivot – Bruno Guimarães ou Wellington – e mantém a chegada à área e a prontidão de remate em zona de tiro, atributos que levaram o Marselha a pagar 19 milhões de euros pelo seu passe no verão de 2009. Não foi por acaso que, em cinco temporadas completas no Dragão, o pior registo de golos numa época foi de oito, em 2007/08 – o máximo foi de 12, em 2005/06, 2006/07 e 2008/09.

Quase sempre de frente para o jogo, no alto do seu 1,86 m, conserva igualmente as capacidades para transportar a bola já no meio-campo contrário e de pensar as jogadas de ataque do furacão, alcunha do emblema de Curitiba e tradução para português daquele que foi o seu primeiro clube como profissional, o Huracán.


Também defensivamente, sem se dar muito por ele, vai ocupando bem os espaços na zona medular naquela que é uma das equipas com melhor organização defensiva no Brasil, ajudando a fechar a faixa central e a criar superioridade numérica pelas laterais, apoiando o lateral e o extremo quando o adversário ataca pela ala.

E se dentro de campo o que faz é visível, no balneário também é tido como muito importante, não fosse ele capitão. Em recente entrevista, o antigo avançado Grafite revelou como o argentino foi importante para ele quando atravessava um mau momento. Outros depoimentos apontam Lucho como elemento preponderante na integração e evolução de jovens jogadores.

No entanto, apesar da boa forma e da importância fora das quatro linhas, a sua continuidade na Arena da Baixada é incerta, embora tudo indique que vá prosseguir a carreira, até porque tem um sonho por realizar: vestir a camisola do Racing Club de Avellaneda, seu clube do coração.















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