João Candeias viu o Aljustrelense receber reforços de peso |
Ao cabo de sete jogos oficiais,
esse investimento vai-se traduzindo no terreno de jogo: passagem à fase
seguinte da Taça de Honra, eliminação da Taça de Portugal apenas no terreno de
um superior Anadia (Campeonato do Portugal) e entrada com o pé direito no
campeonato, com uma vitória no domingo no campo do concorrente direto Praia
Milfontes (2-0).
“No início de época, foi
importante traçarmos o nosso caminho. Temos uma direção nova e quando falaram
comigo tentámos perceber qual era o caminho: se era melhor subirmos de divisão
ou ficarmos na Distrital, pois isto tem custos e o Mineiro é um clube amador,
que vive do associativismo. Essa foi a primeira linha traçada: o objetivo é
subir”, começou por contar o treinador João Candeias, 33 anos, a O Blog do David.
O técnico do emblema de Aljustrel
frisa que apenas o Mineiro assumiu “o objetivo da subida”, mas avisa que há “equipas
que se se virem em primeiro lugar, não vão perder a oportunidade”. E o Praia
Milfontes, adversário de domingo, “é uma dessas equipas”. “É uma equipa que se
não é candidata, dá sempre muito trabalho. É daquelas equipas que nos podem
realmente fazer frente”, salientou, na ressaca do triunfo da 1.ª jornada da I
Distrital da AF Beja.
Mineiro Aljustrelense é o atual detentor da Taça AF Beja |
Mais maduro do que em 2015
Após concluir a época passada no
cargo, esta é a primeira vez que João Candeias irá iniciar a temporada como
treinador principal da equipa tricolor - e a segunda no primeiro escalão da AF
Beja, onde já havia orientado o Rosairense (2013/14). No entanto, o antigo
guarda-redes já tinha sido técnico interino durante a segunda metade de
2014/15, para a qual arrancou… enquanto jogador. “As coisas não correram muito
bem, mas reconheço que o nível de maturidade não era o que é hoje. Isso deu-me
uma bagagem bastante boa. Neste momento as coisas estão a correr bem, foi tudo
bem delineado e todos os jogadores foram escolhidos a dedo. Isso foi o mais
importante”, recordou o antigo guardião de Barreirense, Fabril, Vitória de
Setúbal B, Comércio e Indústria, Castrense e, claro, Mineiro Aljustrelense.
Depois de três anos a orientar camadas
jovens no clube do Baixo Alentejo, João Candeias promete uma equipa “que, jogue
onde jogar e frente a qualquer adversário, a vai ter sempre presente a sua
identidade: uma equipa com muita garra, uma entreajuda muito grande, um futebol
apoiado, que pode jogar em três sistemas e com uma enorme vontade de vencer”.
Redução de equipas e… de margem de erro
Tem dado que falar a redução de
14 para 11 equipas na I Distrital. Para o treinador do Mineiro Aljustrelense, a
“A Associação de Futebol de Beja tem de repensar o modelo, porque o campeonato
torna-se muito curto”. No entanto, acredita que a redução de equipas vai também
reduzir a margem de erro dos candidatos à subida de divisão. “Com 11 equipas, torna-se
um campeonato mais difícil e mais competitivo, porque se tivermos um deslize,
já vai ser muito mais complicado recuperar. A margem de erro é muito menor”,
explicou, apontando como concorrentes diretos as “equipas que têm feito frente
ao Mineiro nos distritais nos últimos anos, como o caso do Castrense, do Praia
Milfontes e do Almodôvar”.
Porém, alerta, “todos os jogos
vão ser de uma dificuldade enorme, porque o Mineiro é um alvo a abater no
distrito de Beja. Toda a gente quer jogar contra o Mineiro e ganhar ao Mineiro”.
“Há equipas que podem tirar pontos às equipas teoricamente mais fortes, como o
Odemirense, o Aldenovense – que este ano se reforçou muito bem –, o Serpa e o
Piense são equipas para ter em conta”, acrescentou. “Temos de estar
mentalizados”, rematou.
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