quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Mineiro Aljustrelense investiu com os olhos postos na subida de divisão


João Candeias viu o Aljustrelense receber reforços de peso 
Em constante vaivém entre os campeonatos distritais e os nacionais nas últimas temporadas, o Mineiro Aljustrelense pretende redimir-se do terceiro lugar da época passada, tendo investido forte para subir de divisão no final da temporada.

Ao cabo de sete jogos oficiais, esse investimento vai-se traduzindo no terreno de jogo: passagem à fase seguinte da Taça de Honra, eliminação da Taça de Portugal apenas no terreno de um superior Anadia (Campeonato do Portugal) e entrada com o pé direito no campeonato, com uma vitória no domingo no campo do concorrente direto Praia Milfontes (2-0).


“No início de época, foi importante traçarmos o nosso caminho. Temos uma direção nova e quando falaram comigo tentámos perceber qual era o caminho: se era melhor subirmos de divisão ou ficarmos na Distrital, pois isto tem custos e o Mineiro é um clube amador, que vive do associativismo. Essa foi a primeira linha traçada: o objetivo é subir”, começou por contar o treinador João Candeias, 33 anos, a O Blog do David.

“E para subir, tivemos de ir à procura. Já estou em Aljustrel há muitos anos, mas sou de Setúbal e tenho muitos conhecimentos nessa zona. Tentei procurar, junto de pessoas da minha confiança, jogadores que pudessem fazer a diferença. No caso do Tino (ex-Sintrense), foi um jogador que já tínhamos ido buscar há dois anos ao Sernache e que daqui foi para a II Liga, para o Leixões. Achámos que era importante tê-lo connosco e fizemos o possível para ele vir. Nenhum treinador tem uma varinha de condão. Se queremos subir, tem de haver investimento”, prosseguiu, em alusão a contratações como Vítor Rolim (ex-Vasco da Gama da Vidigueira), David Luís (ex-Fabril), Hélio (ex-Castrense) e Ballo (ex-FC Setúbal).

O técnico do emblema de Aljustrel frisa que apenas o Mineiro assumiu “o objetivo da subida”, mas avisa que há “equipas que se se virem em primeiro lugar, não vão perder a oportunidade”. E o Praia Milfontes, adversário de domingo, “é uma dessas equipas”. “É uma equipa que se não é candidata, dá sempre muito trabalho. É daquelas equipas que nos podem realmente fazer frente”, salientou, na ressaca do triunfo da 1.ª jornada da I Distrital da AF Beja.

Mineiro Aljustrelense é o atual detentor da Taça AF Beja

Mais maduro do que em 2015

Após concluir a época passada no cargo, esta é a primeira vez que João Candeias irá iniciar a temporada como treinador principal da equipa tricolor - e a segunda no primeiro escalão da AF Beja, onde já havia orientado o Rosairense (2013/14). No entanto, o antigo guarda-redes já tinha sido técnico interino durante a segunda metade de 2014/15, para a qual arrancou… enquanto jogador. “As coisas não correram muito bem, mas reconheço que o nível de maturidade não era o que é hoje. Isso deu-me uma bagagem bastante boa. Neste momento as coisas estão a correr bem, foi tudo bem delineado e todos os jogadores foram escolhidos a dedo. Isso foi o mais importante”, recordou o antigo guardião de Barreirense, Fabril, Vitória de Setúbal B, Comércio e Indústria, Castrense e, claro, Mineiro Aljustrelense.

Depois de três anos a orientar camadas jovens no clube do Baixo Alentejo, João Candeias promete uma equipa “que, jogue onde jogar e frente a qualquer adversário, a vai ter sempre presente a sua identidade: uma equipa com muita garra, uma entreajuda muito grande, um futebol apoiado, que pode jogar em três sistemas e com uma enorme vontade de vencer”.


Redução de equipas e… de margem de erro

Tem dado que falar a redução de 14 para 11 equipas na I Distrital. Para o treinador do Mineiro Aljustrelense, a “A Associação de Futebol de Beja tem de repensar o modelo, porque o campeonato torna-se muito curto”. No entanto, acredita que a redução de equipas vai também reduzir a margem de erro dos candidatos à subida de divisão. “Com 11 equipas, torna-se um campeonato mais difícil e mais competitivo, porque se tivermos um deslize, já vai ser muito mais complicado recuperar. A margem de erro é muito menor”, explicou, apontando como concorrentes diretos as “equipas que têm feito frente ao Mineiro nos distritais nos últimos anos, como o caso do Castrense, do Praia Milfontes e do Almodôvar”.

Porém, alerta, “todos os jogos vão ser de uma dificuldade enorme, porque o Mineiro é um alvo a abater no distrito de Beja. Toda a gente quer jogar contra o Mineiro e ganhar ao Mineiro”. “Há equipas que podem tirar pontos às equipas teoricamente mais fortes, como o Odemirense, o Aldenovense – que este ano se reforçou muito bem –, o Serpa e o Piense são equipas para ter em conta”, acrescentou. “Temos de estar mentalizados”, rematou.









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