Bruno Henrique jogou na liga italiana ao serviço do Palermo |
No Brasil, dizem que é volante. Mas aos olhos dos adeptos
europeus, sobretudo aqueles que estão habituados ao futebol britânico, é um box-to-box. Com a braçadeira do Palmeiras envergada, Bruno
Henrique é o médio do time de Luiz
Felipe Scolari que tem a missão de fazer constantes vaivéns de área a área, a
defender e a atacar, e com qualidade.
Dotado de um enorme pulmão,
posiciona-se numa linha intermédia do meio-campo do verdão, ligeiramente adiantado em relação a Felipe Melo (ou Thiago
Santos) e atrás do meia Moisés. Ajuda
na construção dos ataques ainda no seu meio-campo, faz a equipa progredir
através dos seus passes bem calibrados e criteriosos ou então queima linhas através
de um transporte de bola muito seguro e objetivo.
Tal como os box-to-box de referência que estamos habituados a seguir na Premier
League – como Frank Lampard ou Steven Gerrard, salvo as devidas proporções -, também
aparece bem sem bola nos últimos 30 metros, fazendo aquilo a que na Europa
chamam de “chegada à área”. Foi precisamente numa dessas chegadas à área que
esta quinta-feira inaugurou o marcador diante do Colo Colo, na primeira mão dos
quartos-de-final da Copa Libertadores, atirando para o fundo das redes através
de um remate forte e colocado, logo aos três minutos.
No entanto, Bruno Henrique não se
destaca só no capítulo ofensivo. Defensivamente, aparece recorrentemente a
pressionar os adversários, a reduzir-lhes o espaço e a inviabilizar linhas de
passe, quase sempre bem posicionado, fazendo lembrar Adrien
Silva no Sporting de Jorge Jesus. Muita da solidez defensiva do Palmeiras
de Felipão – apenas três golos
sofridos em 13 jogos - passa pela forma como este médio de 28 anos não permite
que a bola chegue em condições aos atacantes adversários junto à área do
emblema paulista.
Depois de um percurso ascendente que
o guiou desde o levou do modesto Iraty do campeonato estadual paranaense à
elite europeia pela porta dos italianos do Palermo, com passagens por Londrina,
Portuguesa e Corinthians pelo meio, está há pouco mais de um ano no Allianz
Parque, onde é um dos esteios de um time
que ainda está bem vivo em três frentes: Brasileirão (3.º lugar), Libertadores
(com um pé nas meias-finais) e Copa do Brasil (semifinal).
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